sexta-feira, 20 de novembro de 2020

13 PÁGINAS SOBRE O QUE JÁ SABEMOS DA COVID-19 EM NOVEMBRO DE 2020 E QUE PODE SALVAR VIDAS


 

Gilson Lima

Análise e Comentário: Sobre o texto do Centro de Epidemiologia de Milão

Está circulando pela rede um texto cuja autoria diz ser do CENTRO DE EPIDEMIOLOGIA DE MILÃO. Não parece ser verdadeiro esse texto. Pelo que verifiquei, esse tal Centro de Epidemiologia de Milão não fez nem assinou esse texto. No entanto, mesmo contendo algumas informações equivocadas ou exageradas, ele pode servir de um bom roteiro ao propósito de difundir o que já sabemos e do estado da arte até aqui sobre a COVID-19. Nesse caso, ele pode ter utilidade como referência de um roteiro de esclarecimento. O texto tem uma boa síntese. Quase tudo que ele diz tem algum sentido, mesmo quando se equivocam e exageram algumas coisas. No geral, o que a simbiogênese pode contribuir é sobre o modo como as coisas e descobertas se juntam. Isso é o que podemos contribuir com a abordagem da simbiogênese que desenvolvo. Vou aproveitar o texto para publicar, também, no blog, os meus comentários que creio ajudarão a esclarecer algumas coisas que já tenho conhecimento, para fins de divulgação.

O texto começa:

1. "Para esta pandemia, há uma probabilidade maior de sobrevivência para aqueles que serão infectados 9 meses depois, como em novembro  de 2020, do que para aqueles que foram infectados 9  meses antes, digamos em fevereiro de 2020.

A razão para isso é que médicos e cientistas sabem muito mais sobre COVID-19 agora do que 9  meses atrás e, portanto, são capazes de tratar melhor os pacientes”

Comentário inicial: Mesmo com certo exagero, dos quais falarei adiante, em cada um dos pontos de descobertas abordados pelo texto, está correto afirmar sobre o processo acelerado de descoberta que tivemos de nove meses de PANDEMIA DA COVID-19.

Um dos motivos básicos da aceleração das descobertas é que a pandemia trouxe uma nova cultura de bancada. Ela conectou bancadas que sempre trabalhavam seus problemas sozinhas e de modo isolado. A ciência é feita por uma comunidade singular: os cientistas. Eles têm uma linhagem comum e seus modos específicos de verificabilidade e comunicação. Não vou descreve-los aqui, mas sim o que se é ensinado nas escolas e Universidades, pois existe antes todo um processo de descobertas e verificações, análises realizadas pela comunidade científica (revisores), publicações etc. Somente quando um conhecimento é consolidado, ele ganha escala social mais ampla e ultrapassa a fronteira da comunidade científica.

Em geral, esses processos – quando são científicos e não tecnológicos (tipo patentes e desenvolvimento de descobertas) – são bem mais lentos. E, quando envolvem fármacos e saúde humana,  são mais ainda.

Durante a pandemia nos envolvemos em um mutirão dos melhores cientistas trabalhando com muito mais conectividade e em um problema mais ou menos comum: derrotar a doença que se alastrou rapidamente pelo Planeta. Não que epidemias e até pandemias já não tenham acontecido na nossa história. Na Ásia e na China, principalmente, por causa de hábitos alimentares, eles estão já bem acostumados com zoonoses, ou seja, com vírus que saltam de animais para a nossa rede biótica. Contudo, um mutirão da ciência, no nível que estamos vivendo, é a primeira vez na história que é feito com essa intensidade e velocidade. Por isso, o conhecimento, em várias áreas, está em um processo hipnótico de aceleração de descobertas. Na maioria das vezes, nem sequer assimilados ainda pelos centros de atendimento nas terapias intensivas. O que coloca a questão da comunicação, integridade de informação etc. em um problema chave, um imenso desafio.

A primeira consequência disso chamamos, na simbiogênese, de um processo novo e revolucionário de similitude de descobertas, onde se aceita borrar as fronteiras disciplinares nas bancadas. Era assim que os cientistas pré-modernos faziam ciência e infelizmente tínhamos abandonado diante do modus operandi implantado pela geração pós Galileu, em que a ciência moderna implementou o princípio da divisibilidade disciplinar que até hoje reina nas escolas e Universidades – infelizmente.

Assim, por séculos, nunca a ciência tinha ficado tão flexível na aceitação de invasões de borramento das fronteiras disciplinares, e isso tem feito o conhecimento avançar nas pesquisas numa velocidade espantosa. O mutirão científico aberto à diálogo de incertezas tomou conta de vez do ceticismo produtivo da ciência experimental. Isso é revolucionário.

O vírus está fazendo uma revolução em muitos campos amplos da sociedade, da economia e também na ciência, suas implicações são imensas. O nível de surdez entre as bancadas especializadas era tanto que até ontem praticamente nem sequer a maioria dos cientistas conheciam o mecanismo da febre, que por séculos e séculos, mesmo antes da invenção do termômetro, era tido apenas como um sinal bem autoconhecido de uma doença.

O enigma da infeção e da febre, por exemplo, já tinha sido esclarecido durante as últimas três décadas, e, mesmo assim, tem gente que acha que febre é uma reação apenas vinculada a uma infecção frente a eventos exógenos ou um patógeno no corpo. Falta simbiogênese.

Hoje sabemos que o mecanismo da temperatura do corpo e sua variação é muito complexa, e febre não necessariamente tem que estar associada a uma infecção. Quase não se encontra nas universidades um conhecimento mais atualizado sobre o simples mecanismo da infeção. Tudo está sendo decifrado muito rapidamente e muito de tudo isso está associado ao nosso fantástico sistema imune que ainda tem muito a ser esclarecido. Esse é um exemplo apenas. Poderia dar muitos outros.

A questão central é que, em uma visão simbiótica (complexa), O FOCO DO PROBLEMA DA COOVID-19 não está no vírus, mas sim no nosso sistema imunológico que é simbioticamente integrado ao cérebro (isoladamente fica difícil entender muitas coisas, até mesmo doenças tipo cerebrais como Alzheimer entre outras).

Na verdade, poucos de nós estão atentos a isso desse modo ainda. No entanto, esse detalhe, a cooperação supra disciplinar e macro sistêmica, muda bastante a maneira de integrarmos as questões, pois, sendo o centro da atividade o problema, não o vírus, como o nosso próprio corpo reage a ele, as 5 questões de avanços de descobertas que o texto aborda se relacionam e se complementam. Não podem ser vistas isoladamente.

Realmente hoje o conhecimento da “infecção” do SAR-Cov-2 aumentou muito e isso tem efeito significativo para o enfrentamento, principalmente dos casos graves da doença.

Vamos aos pontos.

1.  2. "O COVID-19 foi inicialmente pensado como causador de mortes por pneumonia - uma infecção pulmonar - e assim os ventiladores foram considerados a melhor maneira de tratar pacientes doentes que não podiam respirar. Agora sabemos que o vírus causa coágulos sanguíneos nos vasos sanguíneos dos pulmões e outras partes do corpo, o que provoca oxigenação reduzida”

COMENTÁRIO: Mais ou menos. Se formos analisar o que os chineses já produziam desde 2002 sobre a família dos coronavírus verifica-se que já sabíamos de muitas coisas, e a principal que deveríamos ter prestado atenção é que quem mata não é o vírus, é o próprio sistema imune desequilibrado. Isso está demonstrado desde 2002, na China. Basta uma rápida olhada nos prontuários. O problema é que é preciso olhar com uma visão da complexidade simbiogênica e um enfoque diferente de nosso sistema imune, e isso não acontece muito ainda.

Também o texto dá a impressão de que todas as mortes são causadas pela coagulação e que a pneumonia não é o mais preocupante e que também os respiradores não são importantes. A informação não procede. Os respiradores ainda são essenciais em alguns casos de tratamento da doença, e a pneumonia causada pelo coronavírus ainda mata muita gente, infelizmente.

Sobre a causa dos coágulos. Isso foi realmente detectado por pesquisadores nos Estados Unidos e na Holanda, mas a causa não seria a infecção do vírus. A infecção quem causa é o próprio sistema imune com a quebra da homeostase básica e cooperativa do sistema imune, o que gera ações desorganizadas frente ao vírus (fúria) e imprime uma reação de infeções e maior tendência à formação de trombos e tromboembolia..., bem como o aumento nos casos de AVC em pacientes abaixo dos 50 anos, mesmo sem histórico de problemas cardiovasculares e que contraíram a doença. Isso faz uma diferença no tratamento, pois é mais importante focar nos bloqueadores imunológicos (medicamentos que já fazem isso), do que apenas atacar a infecção, uma vez que a causa da infecção não é a própria infecção.

O velho paradigma não permite ver que isso não é somente por causa do vírus como agente inimigo. Por isso, é importante saber (mesmo que de modo equivocado como faz o texto) que simplesmente fornecer oxigênio por meio de ventiladores não vai ajudar a salvar muitos dos pacientes graves, se ficarmos apenas esperando o corpo reagir com a injeção artificial de oxigênio. É necessário sim prevenir com medicamentos para que não se desenvolvam coágulos ou que se dissolvam os micro coágulos nos pulmões prescrevendo: aspirina, somalgin cardio e heparina (anticoagulantes que evitam a coagulação), como um protocolo integrado nos regimes de tratamento de pacientes.

Combater a fábrica da infecção é o centro da atividade, ou seja, deve-se estar atento e focado em como o próprio sistema imune está se comportando. São comportamentos muitos singulares e variam muito de paciente para paciente.

2.   3. “Anteriormente, os pacientes caíam mortos na rua ou mesmo antes de chegarem ao hospital devido à redução do oxigênio no sangue - SATURAÇÃO DE OXIGÊNIO. Isso aconteceu pelo que é conhecido como HAPPY HYPOXIA, em que, embora a saturação de oxigênio fosse gradualmente reduzida, os pacientes com COVID-19 não apresentavam sintomas até que estivessem criticamente reduzidos, às vezes em até 70%”

COMENTÁRIO. Sim. Há exagero, mas está corretíssimo no geral. Isso mostra a singularidade desse vírus. Ele consegue mascarar muitos sintomas e, mesmo em processos assintomáticos, agir na berlinda. É um vírus primitivo, mas muito “esperto” (aqui como metáfora, pois, para a simbiogênese, o vírus não tem vida e, no caso desse, é um fragmento de DNA – um retrovírus –, uma partícula orgânica tóxica em busca de células para adquirir a simbiogênese.

Ou seja, está quase tudo certo. O que não está certo é o trecho que fala que “pacientes caíam mortos na rua” por Covid-19. Na realidade, essa ideia vem de um vídeo falsamente atribuído aos doentes por coronavírus na China.

É interessante ter claro também que o termo HAPPY HYPOXIA indica a contradição de você estar sem oxigênio, mas feliz como se nada estivesse acontecendo no seu corpo. A hipoxemia é a baixa (hipo) concentração de oxigênio no sangue arterial, muito detectável, e a hipóxia mais especificamente é a baixa disponibilidade de oxigênio para determinado órgão, o que pode ocorrer mesmo na presença de quantidade normal no sangue arterial, como no infarto agudo do miocárdio ou no acidente vascular cerebral.

Geralmente ficamos mesmo sem fôlego se a saturação de oxigênio cair abaixo de 90%. Essa falta de ar, mesmo estando presente no corpo, não é desencadeada em pacientes COVID-19. A hipóxia silenciosa (feliz) como sintoma necessita sim ser monitorada, ela  não é sensível, não é visível. Para isso, é preciso ver a saturação de oxigênio das pessoas. Um simples aparelho, o oxímetro de pulso ou de dedo, pode ser de uso doméstico e vendido nas farmácias e pode ser a diferença entre levar ou não um paciente ao hospital. Isso deve ser feito se a saturação de oxigênio cair para 93% ou menos - o que pode salvar vidas. Isso está permitindo mais tempo para corrigir a deficiência de oxigênio no sangue e melhorar a chance de sobrevivência.

4.    “Não tínhamos medicamentos para combater o coronavírus em fevereiro de 2020. Tratamos apenas complicações causadas por hipóxia. Portanto, a maioria dos pacientes ficou seriamente infectada”. Agora temos FAVIPIRAVIR E O REMDESIVIR.”

COMENTÁRIO. Isso não é verdade. A China tinha uma gama de protocolos bem importantes e já consolidados de coquetel de medicamentos de prateleiras desde o SAR-Cov-1, de 2002. Acontece que a escala da virulência desse vírus (por possibilitar sua transmissão com uma elevada gama de pessoas “não sintomáticas”) gerou um descompasso de conhecimentos e trocas de informações iniciais que só poderá começar a ser melhor estruturada com o tempo. Até agora – do ponto das medicações de prateleira (não novas, as que já existem no mercado em escala industrial)   quase tudo que está se fazendo já se fazia na China. A comunicação entre as bancadas de pesquisas e os centros de terapia intensiva podem salvar vidas ou fazer alguns estados. Até mesmo na China, inicialmente, se teve resistência ao diagnóstico e  a alguns protocolos, quando apareceu o SARS-Cov-2. O médico Ki Wenkiang, de 34 anos, que denunciou a existência do salto dele para seus pacientes, a zoonose, veio a óbito contaminado pela própria COVID-19. Era um médico dedicado em atividades de atendimento intensivo.

Essa falta de comunicação foi o que aconteceu também com a cloroquina. Um simples ruído de uma pesquisa muito mal feita e um alarde de um Presidente da mais poderosa nação do mundo gerou um descompasso na comunicação com efeitos desastrosos até agora.

Muitos dos problemas de comunicação estão complicando o enfrentamento da doença. Até mesmo dentro da própria Organização Mundial da Saúde, onde algumas atrapalhadas não foram muito produtivas. Isso, por outro lado, está nos ensinando muito, e também estamos aprendendo rapidamente como fazer resultados de protocolos serem universalizados em recordes nunca vistos antes, diferente de como fazíamos antes e com maior segurança e enfrentamento de boatos e interesses escusos em momentos dessa gravidade que estamos vivendo no Planeta.

No entanto, está errado e não está preciso que há remédios que curam com 100% de eficácia a doença. Apesar de serem apontados como possíveis remédios para o tratamento, o Remdesivir e o Favipiravir ainda não têm realmente a eficácia 100% comprovada. O Remdesevir tem demonstrado diminuição dio temoio de hospitalização para pacientes graves e intubados. tem Como a reação do sistema imune é muito heterogênea, padrões de atuação do vírus no corpo, da reação molecular, são diversos, e isso envolve muito mais precisão tanto de dosagens diferenciadas, como de substâncias com maior eficácia para se obter os 100%. Contudo, muitas, mas muitas pessoas estão mesmo sendo salvas com esses e outros medicamentos e protocolos.

Hoje já temos exames de sangue capazes de identificar se um paciente grave em entrada em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) vai precisar ou não de respirador lá adiante no tratamento. Esse protocolo foi criado por cientistas canadenses. Pode parecer coisa simples, mas, para quem está no fronte, pode significar salvar muitas vidas onde os recursos são tão escassos.

O texto está errado também quando diz que tivemos, em agosto de 2020 e não em fevereiro de 2020, o conhecimento de que FAVIPIRAVIR E REMDESIVIR eram medicamentos que poderiam ser utilizados e que antes não se sabia. O Remdesivir até agora nem foi aprovado ainda pela Anvisa e o Favipiravir não tem demonstrado eficácia no tratamento de hospitalizados.

Sobre os medicamentos, a lista e os processo são mais completos do que os 2 medicamentos importantes e REMDESIVIR, citado, que são ANTIVIRAL podem mesmo matar o coronavírus. Usando esses dois medicamentos, podemos sim evitar que os pacientes se “infectem” com cargas mais intensas e, portanto, curá-los ANTES DE IR PARA HIPÓXIA.

Já em abril de  2020, publiquei um texto em meu Blog para servir de guia para vários colegas sobre isso. Alertava sobre os equívocos da cloroquina e indicava a lista das pesquisas e ensaios mais confiáveis até o momento.

http://glolima.blogspot.com/2020/04/a-pandemia-da-cloroquina.html.

Os ensaios clínicos com drogas de prateleira geram uma enorme vantagem de tempo perante à produção de novas drogas. É uma grande vantagem, mesmo que a própria droga não seja exatamente um ajuste perfeito para a doença. Nesse texto, listo os diferentes ensaios e constatações desses medicamentos. Já destacava o composto considerado mais avançado, o remdesivir, um medicamento antiviral que é um análogo de nucleotídeo, especificamente um análogo de adenosina, que se insere nas cadeias virais do RNA, causando seu término prematuro.

Esses ensaios já estão em desenvolvimento há alguns anos como uma terapia com vírus RNA - foi originalmente desenvolvido para o Ebola e testado contra uma lista completa de vírus RNA de fita simples. Isso inclui os SARS e MERS (Síndrome Respiratória do Oriente Médio) que são Síndromes dos coronavírus relacionados, de modo que a ideia é fazer um ajuste óbvio para a Covid-19.

Alí também demonstrei a importância dos ensaios com o inibidor de RNA polimerase (favipiravir) de Toyama, que foi testado na China. É um pensamento - um agente de amplo espectro desse tipo seria o tipo de coisa a se tentar. No entanto, infelizmente, pelo que posso ver, ele já se mostrou ineficaz em testes in vitro. O julgamento humano que está em andamento é honestamente o tipo de coisa que só aconteceria em circunstâncias como a atual: uma epidemia em desenvolvimento, com um novo patógeno e nenhum padrão real de atendimento. Não se tem muita esperança para este estudo, mas, como não há mais nada no momento, provavelmente deve ser tentado.

Outro destaque que fiz e retomo é o composto pró-fármaco – a fosforamida (completamente cortada, deixando o composto 5-OH ativo GS-44-1524). Seu mecanismo de ação é incorporar-se ao RNA viral, uma vez que é absorvido pela RNA polimerase e parece evitar a revisão. Isso causa problemas de terminação de RNA mais tarde, já que o nucleosídeo C alfa-nitrila não é exatamente o que o vírus está esperando em seu genoma naquele momento e, portanto, a replicação viral é inibida.

  


Fig. Favipiravir

 O uso de medicamentos conhecidos na China (Remdesivir e a Cloroquina) também indicou serem algumas eficazes in vitro, mas a Cloroquina combinação foi descartada diante de problemas colaterais graves que surgiram em pacientes. Essa questão já tratei acima, e é surpreendente que mesmo as reais ações da cloroquina contra os parasitas da malária ainda não foram completamente esclarecidas e que também muito do que as pessoas pensavam que sabiam de seus efeitos na Covid estavam errados.



Existem vários ensaios em andamento nas instalações chinesas, alguns em combinação com outros agentes, como o remdesivir. Naturalmente, a cloroquina, como já vimos, é considerada antimalárica há muitas décadas, mas possui vários defeitos colaterais , incluindo convulsões, danos à audição, retinopatia e efeitos repentinos na glicose no sangue. Portanto, será importante estabelecer o quão eficaz é e quais doses serão necessárias. Assim como nos candidatos a vacinas, é possível causar mais danos ao tratamento apressado do que à própria doença.

 

5. “Muitos pacientes com COVID-19 morrem não apenas por causa do vírus, mas também pela resposta do próprio sistema imunológico dos pacientes, de uma forma exagerada chamada de TEMPESTADE DE CITOCINA. Essa violenta tempestade da resposta imunológica não apenas mata o vírus, mas também mata pacientes. A partir de agosto de 2020, sabemos que os medicamentos facilmente disponíveis chamados esteróides, que médicos em todo o mundo vêm usando há quase 80 anos, podem ser usados para prevenir a tempestade de citocinas em alguns pacientes!”

COMENTÁRIO. Essa é a questão chave que tenho alertado bem antes e só agora recentemente tem tido mais audiência. Assim como as descobertas recentes sobre o cérebro, se sabe muito pouco, como já falei, do nosso sistema imune. Imagine uma visão da simbiogênese onde os dois são um só. Isso muda o modo de ver tudo. Desde 2002 isso está presente nos Corona vírus, só não se fazia a relação. Basta ver – como já afirmei – os exames dos pacientes em óbitos.

Sobre isso já fiz duas publicações no Blog:

http://glolima.blogspot.com/2020/10/simbiogenesee-covid-19-estamos-errados.html

Demonstrei dados de que o problema está no próprio organismo de 12% dos humanos que, por algum modo, não vivem bem com o SARS-Cov-2. Mudar o foco desse enfrentamento é essencial inclusive para novas e futuras pandemias.

Não existe mundo sem vírus. São cerca de dez nonilhões de vírus (10 elevado a 31) em nosso planeta. A partir de 300 metros das rochas vulcânicas eles já estão lá. Estão nas nuvens, na água do banho, na água que bebemos. Os vírus são as partículas orgânicas mais frequentes nas águas dos oceanos. No nosso corpo tem muito mais vírus e bactérias do que células humanas.

A pergunta chave deveria ser: o que acontece com o sistema imune inato que não permite ele se adaptar à regra do equilíbrio em algumas pessoas?

Como disse, nosso sistema imune e nosso organismo são uma maravilhosa máquina de homeostase, buscam o equilíbrio e a cooperação. Os humanos com um sistema imune inato evoluído, que convivem em paz com esse vírus, 82% são chamados de “assintomáticos” (o que também não está muito correto). Uma pessoa que transmite o vírus, mesmo sem ter sintomas graves da doença está doente e colocando a doença em ação na sociedade. Isso é simbiogênese, e entender de modo simbiogênico e colaborativo também o processo de combate social da doença.

Parece que ainda não se está estudando muito o porquê alguns de nós desequilibram esse homeostase com esse vírus. Quem mata não é o vírus, é o próprio sistema imune desequilibrado. Isso está demonstrado desde 2002,  nos COVID-19, na China. Contudo, o paradigma não permite ver isso, somente o vírus como agente inimigo.

Para a simbiogênse, antibióticos e vacinas salvam vidas sim, porém antibióticos quer dizer não ser pró-bióticos, não ser à favor da vida, isso significa ser à favor da MORTE. Ainda temos muito que evoluir no tratamento das desordens de nossos sistemas imunes, porém a lógica de que se deve ser simbiótico ou antibiótico é a lógica binária de 1 bit. Dualismo? É falso. A Física nos abre para a possibilidade da lógica do terceiro incluído, a computação também. Espero que, por enquanto, você não seja contra antibióticos e um dia precisá-los, isso deve ser uma exceção e não uma regra.

0,0002% das bactérias são mortais. Algumas ficam piores por causa dos próprios antibióticos que fabricamos, e as piores de todas estão nos hospitais. Guarda aí! As piores estão concentradas em hospitais. Às vezes, pessoas vão até elas em uma emergência hospitalar por simples dores de cabeça. Por isso, na simbiogênese defendemos que o Ministério da Saúde não tem nada a ver com Hospitais e remédios. Isso é doença, não saúde. O Ministério da Saúde deveria cuidar da indústria pró-biótica da alimentação, da agricultura pró-biótica das plantações, impedir o uso de venenos que eles chamam poeticamente de agrotóxicos que alteram a qualidade do ambiente inteiro: poluição, da conservação e valorização da biodiversidade. Imagine a maior formação florestal do planeta, a maior farmácia natural pró-biótica que toda a civilização possui . Predadores humanos, que não são simbióticos, colocam fogo nela para plantar soja para alimentar bois nossos e dos gringos.

Fechado esse parêntese, a questão é que cada um tem um sistema imune que reage de modo muito singular ao vírus, isso permite que ele circule de modo diferente, e as reações podem ser mais ou menos distribuídas em diferentes órgãos onde ele se alojou. Muitos pacientes graves têm alta da COVID-19, vão para casa e têm um infarto inexplicado depois. Se fizerem exames minuciosos verão que tem citocina e vírus no coração. No rim, a mesma coisa. O pior é que não se tem um padrão. Recomenda-se um monitoramento de exames mais detalhado em vários órgãos antes da liberação dos pacientes. Isso evitaria algumas mortes e alguns debates equivocados sobre reinfecção. 

6. “Agora também sabemos que as pessoas com hipóxia melhoram apenas fazendo com que deitem de bruços, o que é conhecido como posição prona”. Além disso, algum tempo atrás, cientistas israelenses descobriram que uma substância química conhecida como Alpha Defensin, produzida pelos glóbulos brancos, pode causar micro coágulos nos vasos sanguíneos dos pulmões e isso poderia ser prevenido por um  medicamento chamado Colchicina, usado por muitas décadas no tratamento da gota.”

Sobre a posição PRONA. Corretíssimo. É uma técnica conhecida há muito mais tempo nas unidades de terapia intensiva. É uma técnica de ventilação de bruços, melhora a oxigenação dos pulmões.

Quanto às defensinas também está correta. Elas são produzidas constitutivamente e / ou em resposta a produtos microbianos ou citocinas pró-inflamatórias. Algumas defensinas também são chamadas de corticostatinas (CS) porque inibem a produção de corticosteroides estimulada pela corticotropina.

No entanto, é preciso ter um certo cuidado. A colchicina pode causar problemas graves à saúde se tomada indiscriminadamente.

Enfim, o mecanismo pelo qual os microrganismos são mortos ou inativados por defensinas não são completamente compreendidos. Isso já comentei antes. No entanto, é preciso estar atendo à causa e não ao efeito. Matar o vírus ou a célula infectada com ele, através da ruptura da membrana microbiana, já se faz há décadas e décadas. No entanto, geralmente acredita-se que matar é uma consequência da infecção. Isso a simbiogênee nega.

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