sexta-feira, 20 de novembro de 2020

13 PÁGINAS SOBRE O QUE JÁ SABEMOS DA COVID-19 EM NOVEMBRO DE 2020 E QUE PODE SALVAR VIDAS


 

Gilson Lima

Análise e Comentário: Sobre o texto do Centro de Epidemiologia de Milão

Está circulando pela rede um texto cuja autoria diz ser do CENTRO DE EPIDEMIOLOGIA DE MILÃO. Não parece ser verdadeiro esse texto. Pelo que verifiquei, esse tal Centro de Epidemiologia de Milão não fez nem assinou esse texto. No entanto, mesmo contendo algumas informações equivocadas ou exageradas, ele pode servir de um bom roteiro ao propósito de difundir o que já sabemos e do estado da arte até aqui sobre a COVID-19. Nesse caso, ele pode ter utilidade como referência de um roteiro de esclarecimento. O texto tem uma boa síntese. Quase tudo que ele diz tem algum sentido, mesmo quando se equivocam e exageram algumas coisas. No geral, o que a simbiogênese pode contribuir é sobre o modo como as coisas e descobertas se juntam. Isso é o que podemos contribuir com a abordagem da simbiogênese que desenvolvo. Vou aproveitar o texto para publicar, também, no blog, os meus comentários que creio ajudarão a esclarecer algumas coisas que já tenho conhecimento, para fins de divulgação.

O texto começa:

1. "Para esta pandemia, há uma probabilidade maior de sobrevivência para aqueles que serão infectados 9 meses depois, como em novembro  de 2020, do que para aqueles que foram infectados 9  meses antes, digamos em fevereiro de 2020.

A razão para isso é que médicos e cientistas sabem muito mais sobre COVID-19 agora do que 9  meses atrás e, portanto, são capazes de tratar melhor os pacientes”

Comentário inicial: Mesmo com certo exagero, dos quais falarei adiante, em cada um dos pontos de descobertas abordados pelo texto, está correto afirmar sobre o processo acelerado de descoberta que tivemos de nove meses de PANDEMIA DA COVID-19.

Um dos motivos básicos da aceleração das descobertas é que a pandemia trouxe uma nova cultura de bancada. Ela conectou bancadas que sempre trabalhavam seus problemas sozinhas e de modo isolado. A ciência é feita por uma comunidade singular: os cientistas. Eles têm uma linhagem comum e seus modos específicos de verificabilidade e comunicação. Não vou descreve-los aqui, mas sim o que se é ensinado nas escolas e Universidades, pois existe antes todo um processo de descobertas e verificações, análises realizadas pela comunidade científica (revisores), publicações etc. Somente quando um conhecimento é consolidado, ele ganha escala social mais ampla e ultrapassa a fronteira da comunidade científica.

Em geral, esses processos – quando são científicos e não tecnológicos (tipo patentes e desenvolvimento de descobertas) – são bem mais lentos. E, quando envolvem fármacos e saúde humana,  são mais ainda.

Durante a pandemia nos envolvemos em um mutirão dos melhores cientistas trabalhando com muito mais conectividade e em um problema mais ou menos comum: derrotar a doença que se alastrou rapidamente pelo Planeta. Não que epidemias e até pandemias já não tenham acontecido na nossa história. Na Ásia e na China, principalmente, por causa de hábitos alimentares, eles estão já bem acostumados com zoonoses, ou seja, com vírus que saltam de animais para a nossa rede biótica. Contudo, um mutirão da ciência, no nível que estamos vivendo, é a primeira vez na história que é feito com essa intensidade e velocidade. Por isso, o conhecimento, em várias áreas, está em um processo hipnótico de aceleração de descobertas. Na maioria das vezes, nem sequer assimilados ainda pelos centros de atendimento nas terapias intensivas. O que coloca a questão da comunicação, integridade de informação etc. em um problema chave, um imenso desafio.

A primeira consequência disso chamamos, na simbiogênese, de um processo novo e revolucionário de similitude de descobertas, onde se aceita borrar as fronteiras disciplinares nas bancadas. Era assim que os cientistas pré-modernos faziam ciência e infelizmente tínhamos abandonado diante do modus operandi implantado pela geração pós Galileu, em que a ciência moderna implementou o princípio da divisibilidade disciplinar que até hoje reina nas escolas e Universidades – infelizmente.

Assim, por séculos, nunca a ciência tinha ficado tão flexível na aceitação de invasões de borramento das fronteiras disciplinares, e isso tem feito o conhecimento avançar nas pesquisas numa velocidade espantosa. O mutirão científico aberto à diálogo de incertezas tomou conta de vez do ceticismo produtivo da ciência experimental. Isso é revolucionário.

O vírus está fazendo uma revolução em muitos campos amplos da sociedade, da economia e também na ciência, suas implicações são imensas. O nível de surdez entre as bancadas especializadas era tanto que até ontem praticamente nem sequer a maioria dos cientistas conheciam o mecanismo da febre, que por séculos e séculos, mesmo antes da invenção do termômetro, era tido apenas como um sinal bem autoconhecido de uma doença.

O enigma da infeção e da febre, por exemplo, já tinha sido esclarecido durante as últimas três décadas, e, mesmo assim, tem gente que acha que febre é uma reação apenas vinculada a uma infecção frente a eventos exógenos ou um patógeno no corpo. Falta simbiogênese.

Hoje sabemos que o mecanismo da temperatura do corpo e sua variação é muito complexa, e febre não necessariamente tem que estar associada a uma infecção. Quase não se encontra nas universidades um conhecimento mais atualizado sobre o simples mecanismo da infeção. Tudo está sendo decifrado muito rapidamente e muito de tudo isso está associado ao nosso fantástico sistema imune que ainda tem muito a ser esclarecido. Esse é um exemplo apenas. Poderia dar muitos outros.

A questão central é que, em uma visão simbiótica (complexa), O FOCO DO PROBLEMA DA COOVID-19 não está no vírus, mas sim no nosso sistema imunológico que é simbioticamente integrado ao cérebro (isoladamente fica difícil entender muitas coisas, até mesmo doenças tipo cerebrais como Alzheimer entre outras).

Na verdade, poucos de nós estão atentos a isso desse modo ainda. No entanto, esse detalhe, a cooperação supra disciplinar e macro sistêmica, muda bastante a maneira de integrarmos as questões, pois, sendo o centro da atividade o problema, não o vírus, como o nosso próprio corpo reage a ele, as 5 questões de avanços de descobertas que o texto aborda se relacionam e se complementam. Não podem ser vistas isoladamente.

Realmente hoje o conhecimento da “infecção” do SAR-Cov-2 aumentou muito e isso tem efeito significativo para o enfrentamento, principalmente dos casos graves da doença.

Vamos aos pontos.

1.  2. "O COVID-19 foi inicialmente pensado como causador de mortes por pneumonia - uma infecção pulmonar - e assim os ventiladores foram considerados a melhor maneira de tratar pacientes doentes que não podiam respirar. Agora sabemos que o vírus causa coágulos sanguíneos nos vasos sanguíneos dos pulmões e outras partes do corpo, o que provoca oxigenação reduzida”

COMENTÁRIO: Mais ou menos. Se formos analisar o que os chineses já produziam desde 2002 sobre a família dos coronavírus verifica-se que já sabíamos de muitas coisas, e a principal que deveríamos ter prestado atenção é que quem mata não é o vírus, é o próprio sistema imune desequilibrado. Isso está demonstrado desde 2002, na China. Basta uma rápida olhada nos prontuários. O problema é que é preciso olhar com uma visão da complexidade simbiogênica e um enfoque diferente de nosso sistema imune, e isso não acontece muito ainda.

Também o texto dá a impressão de que todas as mortes são causadas pela coagulação e que a pneumonia não é o mais preocupante e que também os respiradores não são importantes. A informação não procede. Os respiradores ainda são essenciais em alguns casos de tratamento da doença, e a pneumonia causada pelo coronavírus ainda mata muita gente, infelizmente.

Sobre a causa dos coágulos. Isso foi realmente detectado por pesquisadores nos Estados Unidos e na Holanda, mas a causa não seria a infecção do vírus. A infecção quem causa é o próprio sistema imune com a quebra da homeostase básica e cooperativa do sistema imune, o que gera ações desorganizadas frente ao vírus (fúria) e imprime uma reação de infeções e maior tendência à formação de trombos e tromboembolia..., bem como o aumento nos casos de AVC em pacientes abaixo dos 50 anos, mesmo sem histórico de problemas cardiovasculares e que contraíram a doença. Isso faz uma diferença no tratamento, pois é mais importante focar nos bloqueadores imunológicos (medicamentos que já fazem isso), do que apenas atacar a infecção, uma vez que a causa da infecção não é a própria infecção.

O velho paradigma não permite ver que isso não é somente por causa do vírus como agente inimigo. Por isso, é importante saber (mesmo que de modo equivocado como faz o texto) que simplesmente fornecer oxigênio por meio de ventiladores não vai ajudar a salvar muitos dos pacientes graves, se ficarmos apenas esperando o corpo reagir com a injeção artificial de oxigênio. É necessário sim prevenir com medicamentos para que não se desenvolvam coágulos ou que se dissolvam os micro coágulos nos pulmões prescrevendo: aspirina, somalgin cardio e heparina (anticoagulantes que evitam a coagulação), como um protocolo integrado nos regimes de tratamento de pacientes.

Combater a fábrica da infecção é o centro da atividade, ou seja, deve-se estar atento e focado em como o próprio sistema imune está se comportando. São comportamentos muitos singulares e variam muito de paciente para paciente.

2.   3. “Anteriormente, os pacientes caíam mortos na rua ou mesmo antes de chegarem ao hospital devido à redução do oxigênio no sangue - SATURAÇÃO DE OXIGÊNIO. Isso aconteceu pelo que é conhecido como HAPPY HYPOXIA, em que, embora a saturação de oxigênio fosse gradualmente reduzida, os pacientes com COVID-19 não apresentavam sintomas até que estivessem criticamente reduzidos, às vezes em até 70%”

COMENTÁRIO. Sim. Há exagero, mas está corretíssimo no geral. Isso mostra a singularidade desse vírus. Ele consegue mascarar muitos sintomas e, mesmo em processos assintomáticos, agir na berlinda. É um vírus primitivo, mas muito “esperto” (aqui como metáfora, pois, para a simbiogênese, o vírus não tem vida e, no caso desse, é um fragmento de DNA – um retrovírus –, uma partícula orgânica tóxica em busca de células para adquirir a simbiogênese.

Ou seja, está quase tudo certo. O que não está certo é o trecho que fala que “pacientes caíam mortos na rua” por Covid-19. Na realidade, essa ideia vem de um vídeo falsamente atribuído aos doentes por coronavírus na China.

É interessante ter claro também que o termo HAPPY HYPOXIA indica a contradição de você estar sem oxigênio, mas feliz como se nada estivesse acontecendo no seu corpo. A hipoxemia é a baixa (hipo) concentração de oxigênio no sangue arterial, muito detectável, e a hipóxia mais especificamente é a baixa disponibilidade de oxigênio para determinado órgão, o que pode ocorrer mesmo na presença de quantidade normal no sangue arterial, como no infarto agudo do miocárdio ou no acidente vascular cerebral.

Geralmente ficamos mesmo sem fôlego se a saturação de oxigênio cair abaixo de 90%. Essa falta de ar, mesmo estando presente no corpo, não é desencadeada em pacientes COVID-19. A hipóxia silenciosa (feliz) como sintoma necessita sim ser monitorada, ela  não é sensível, não é visível. Para isso, é preciso ver a saturação de oxigênio das pessoas. Um simples aparelho, o oxímetro de pulso ou de dedo, pode ser de uso doméstico e vendido nas farmácias e pode ser a diferença entre levar ou não um paciente ao hospital. Isso deve ser feito se a saturação de oxigênio cair para 93% ou menos - o que pode salvar vidas. Isso está permitindo mais tempo para corrigir a deficiência de oxigênio no sangue e melhorar a chance de sobrevivência.

4.    “Não tínhamos medicamentos para combater o coronavírus em fevereiro de 2020. Tratamos apenas complicações causadas por hipóxia. Portanto, a maioria dos pacientes ficou seriamente infectada”. Agora temos FAVIPIRAVIR E O REMDESIVIR.”

COMENTÁRIO. Isso não é verdade. A China tinha uma gama de protocolos bem importantes e já consolidados de coquetel de medicamentos de prateleiras desde o SAR-Cov-1, de 2002. Acontece que a escala da virulência desse vírus (por possibilitar sua transmissão com uma elevada gama de pessoas “não sintomáticas”) gerou um descompasso de conhecimentos e trocas de informações iniciais que só poderá começar a ser melhor estruturada com o tempo. Até agora – do ponto das medicações de prateleira (não novas, as que já existem no mercado em escala industrial)   quase tudo que está se fazendo já se fazia na China. A comunicação entre as bancadas de pesquisas e os centros de terapia intensiva podem salvar vidas ou fazer alguns estados. Até mesmo na China, inicialmente, se teve resistência ao diagnóstico e  a alguns protocolos, quando apareceu o SARS-Cov-2. O médico Ki Wenkiang, de 34 anos, que denunciou a existência do salto dele para seus pacientes, a zoonose, veio a óbito contaminado pela própria COVID-19. Era um médico dedicado em atividades de atendimento intensivo.

Essa falta de comunicação foi o que aconteceu também com a cloroquina. Um simples ruído de uma pesquisa muito mal feita e um alarde de um Presidente da mais poderosa nação do mundo gerou um descompasso na comunicação com efeitos desastrosos até agora.

Muitos dos problemas de comunicação estão complicando o enfrentamento da doença. Até mesmo dentro da própria Organização Mundial da Saúde, onde algumas atrapalhadas não foram muito produtivas. Isso, por outro lado, está nos ensinando muito, e também estamos aprendendo rapidamente como fazer resultados de protocolos serem universalizados em recordes nunca vistos antes, diferente de como fazíamos antes e com maior segurança e enfrentamento de boatos e interesses escusos em momentos dessa gravidade que estamos vivendo no Planeta.

No entanto, está errado e não está preciso que há remédios que curam com 100% de eficácia a doença. Apesar de serem apontados como possíveis remédios para o tratamento, o Remdesivir e o Favipiravir ainda não têm realmente a eficácia 100% comprovada. O Remdesevir tem demonstrado diminuição dio temoio de hospitalização para pacientes graves e intubados. tem Como a reação do sistema imune é muito heterogênea, padrões de atuação do vírus no corpo, da reação molecular, são diversos, e isso envolve muito mais precisão tanto de dosagens diferenciadas, como de substâncias com maior eficácia para se obter os 100%. Contudo, muitas, mas muitas pessoas estão mesmo sendo salvas com esses e outros medicamentos e protocolos.

Hoje já temos exames de sangue capazes de identificar se um paciente grave em entrada em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) vai precisar ou não de respirador lá adiante no tratamento. Esse protocolo foi criado por cientistas canadenses. Pode parecer coisa simples, mas, para quem está no fronte, pode significar salvar muitas vidas onde os recursos são tão escassos.

O texto está errado também quando diz que tivemos, em agosto de 2020 e não em fevereiro de 2020, o conhecimento de que FAVIPIRAVIR E REMDESIVIR eram medicamentos que poderiam ser utilizados e que antes não se sabia. O Remdesivir até agora nem foi aprovado ainda pela Anvisa e o Favipiravir não tem demonstrado eficácia no tratamento de hospitalizados.

Sobre os medicamentos, a lista e os processo são mais completos do que os 2 medicamentos importantes e REMDESIVIR, citado, que são ANTIVIRAL podem mesmo matar o coronavírus. Usando esses dois medicamentos, podemos sim evitar que os pacientes se “infectem” com cargas mais intensas e, portanto, curá-los ANTES DE IR PARA HIPÓXIA.

Já em abril de  2020, publiquei um texto em meu Blog para servir de guia para vários colegas sobre isso. Alertava sobre os equívocos da cloroquina e indicava a lista das pesquisas e ensaios mais confiáveis até o momento.

http://glolima.blogspot.com/2020/04/a-pandemia-da-cloroquina.html.

Os ensaios clínicos com drogas de prateleira geram uma enorme vantagem de tempo perante à produção de novas drogas. É uma grande vantagem, mesmo que a própria droga não seja exatamente um ajuste perfeito para a doença. Nesse texto, listo os diferentes ensaios e constatações desses medicamentos. Já destacava o composto considerado mais avançado, o remdesivir, um medicamento antiviral que é um análogo de nucleotídeo, especificamente um análogo de adenosina, que se insere nas cadeias virais do RNA, causando seu término prematuro.

Esses ensaios já estão em desenvolvimento há alguns anos como uma terapia com vírus RNA - foi originalmente desenvolvido para o Ebola e testado contra uma lista completa de vírus RNA de fita simples. Isso inclui os SARS e MERS (Síndrome Respiratória do Oriente Médio) que são Síndromes dos coronavírus relacionados, de modo que a ideia é fazer um ajuste óbvio para a Covid-19.

Alí também demonstrei a importância dos ensaios com o inibidor de RNA polimerase (favipiravir) de Toyama, que foi testado na China. É um pensamento - um agente de amplo espectro desse tipo seria o tipo de coisa a se tentar. No entanto, infelizmente, pelo que posso ver, ele já se mostrou ineficaz em testes in vitro. O julgamento humano que está em andamento é honestamente o tipo de coisa que só aconteceria em circunstâncias como a atual: uma epidemia em desenvolvimento, com um novo patógeno e nenhum padrão real de atendimento. Não se tem muita esperança para este estudo, mas, como não há mais nada no momento, provavelmente deve ser tentado.

Outro destaque que fiz e retomo é o composto pró-fármaco – a fosforamida (completamente cortada, deixando o composto 5-OH ativo GS-44-1524). Seu mecanismo de ação é incorporar-se ao RNA viral, uma vez que é absorvido pela RNA polimerase e parece evitar a revisão. Isso causa problemas de terminação de RNA mais tarde, já que o nucleosídeo C alfa-nitrila não é exatamente o que o vírus está esperando em seu genoma naquele momento e, portanto, a replicação viral é inibida.

  


Fig. Favipiravir

 O uso de medicamentos conhecidos na China (Remdesivir e a Cloroquina) também indicou serem algumas eficazes in vitro, mas a Cloroquina combinação foi descartada diante de problemas colaterais graves que surgiram em pacientes. Essa questão já tratei acima, e é surpreendente que mesmo as reais ações da cloroquina contra os parasitas da malária ainda não foram completamente esclarecidas e que também muito do que as pessoas pensavam que sabiam de seus efeitos na Covid estavam errados.



Existem vários ensaios em andamento nas instalações chinesas, alguns em combinação com outros agentes, como o remdesivir. Naturalmente, a cloroquina, como já vimos, é considerada antimalárica há muitas décadas, mas possui vários defeitos colaterais , incluindo convulsões, danos à audição, retinopatia e efeitos repentinos na glicose no sangue. Portanto, será importante estabelecer o quão eficaz é e quais doses serão necessárias. Assim como nos candidatos a vacinas, é possível causar mais danos ao tratamento apressado do que à própria doença.

 

5. “Muitos pacientes com COVID-19 morrem não apenas por causa do vírus, mas também pela resposta do próprio sistema imunológico dos pacientes, de uma forma exagerada chamada de TEMPESTADE DE CITOCINA. Essa violenta tempestade da resposta imunológica não apenas mata o vírus, mas também mata pacientes. A partir de agosto de 2020, sabemos que os medicamentos facilmente disponíveis chamados esteróides, que médicos em todo o mundo vêm usando há quase 80 anos, podem ser usados para prevenir a tempestade de citocinas em alguns pacientes!”

COMENTÁRIO. Essa é a questão chave que tenho alertado bem antes e só agora recentemente tem tido mais audiência. Assim como as descobertas recentes sobre o cérebro, se sabe muito pouco, como já falei, do nosso sistema imune. Imagine uma visão da simbiogênese onde os dois são um só. Isso muda o modo de ver tudo. Desde 2002 isso está presente nos Corona vírus, só não se fazia a relação. Basta ver – como já afirmei – os exames dos pacientes em óbitos.

Sobre isso já fiz duas publicações no Blog:

http://glolima.blogspot.com/2020/10/simbiogenesee-covid-19-estamos-errados.html

Demonstrei dados de que o problema está no próprio organismo de 12% dos humanos que, por algum modo, não vivem bem com o SARS-Cov-2. Mudar o foco desse enfrentamento é essencial inclusive para novas e futuras pandemias.

Não existe mundo sem vírus. São cerca de dez nonilhões de vírus (10 elevado a 31) em nosso planeta. A partir de 300 metros das rochas vulcânicas eles já estão lá. Estão nas nuvens, na água do banho, na água que bebemos. Os vírus são as partículas orgânicas mais frequentes nas águas dos oceanos. No nosso corpo tem muito mais vírus e bactérias do que células humanas.

A pergunta chave deveria ser: o que acontece com o sistema imune inato que não permite ele se adaptar à regra do equilíbrio em algumas pessoas?

Como disse, nosso sistema imune e nosso organismo são uma maravilhosa máquina de homeostase, buscam o equilíbrio e a cooperação. Os humanos com um sistema imune inato evoluído, que convivem em paz com esse vírus, 82% são chamados de “assintomáticos” (o que também não está muito correto). Uma pessoa que transmite o vírus, mesmo sem ter sintomas graves da doença está doente e colocando a doença em ação na sociedade. Isso é simbiogênese, e entender de modo simbiogênico e colaborativo também o processo de combate social da doença.

Parece que ainda não se está estudando muito o porquê alguns de nós desequilibram esse homeostase com esse vírus. Quem mata não é o vírus, é o próprio sistema imune desequilibrado. Isso está demonstrado desde 2002,  nos COVID-19, na China. Contudo, o paradigma não permite ver isso, somente o vírus como agente inimigo.

Para a simbiogênse, antibióticos e vacinas salvam vidas sim, porém antibióticos quer dizer não ser pró-bióticos, não ser à favor da vida, isso significa ser à favor da MORTE. Ainda temos muito que evoluir no tratamento das desordens de nossos sistemas imunes, porém a lógica de que se deve ser simbiótico ou antibiótico é a lógica binária de 1 bit. Dualismo? É falso. A Física nos abre para a possibilidade da lógica do terceiro incluído, a computação também. Espero que, por enquanto, você não seja contra antibióticos e um dia precisá-los, isso deve ser uma exceção e não uma regra.

0,0002% das bactérias são mortais. Algumas ficam piores por causa dos próprios antibióticos que fabricamos, e as piores de todas estão nos hospitais. Guarda aí! As piores estão concentradas em hospitais. Às vezes, pessoas vão até elas em uma emergência hospitalar por simples dores de cabeça. Por isso, na simbiogênese defendemos que o Ministério da Saúde não tem nada a ver com Hospitais e remédios. Isso é doença, não saúde. O Ministério da Saúde deveria cuidar da indústria pró-biótica da alimentação, da agricultura pró-biótica das plantações, impedir o uso de venenos que eles chamam poeticamente de agrotóxicos que alteram a qualidade do ambiente inteiro: poluição, da conservação e valorização da biodiversidade. Imagine a maior formação florestal do planeta, a maior farmácia natural pró-biótica que toda a civilização possui . Predadores humanos, que não são simbióticos, colocam fogo nela para plantar soja para alimentar bois nossos e dos gringos.

Fechado esse parêntese, a questão é que cada um tem um sistema imune que reage de modo muito singular ao vírus, isso permite que ele circule de modo diferente, e as reações podem ser mais ou menos distribuídas em diferentes órgãos onde ele se alojou. Muitos pacientes graves têm alta da COVID-19, vão para casa e têm um infarto inexplicado depois. Se fizerem exames minuciosos verão que tem citocina e vírus no coração. No rim, a mesma coisa. O pior é que não se tem um padrão. Recomenda-se um monitoramento de exames mais detalhado em vários órgãos antes da liberação dos pacientes. Isso evitaria algumas mortes e alguns debates equivocados sobre reinfecção. 

6. “Agora também sabemos que as pessoas com hipóxia melhoram apenas fazendo com que deitem de bruços, o que é conhecido como posição prona”. Além disso, algum tempo atrás, cientistas israelenses descobriram que uma substância química conhecida como Alpha Defensin, produzida pelos glóbulos brancos, pode causar micro coágulos nos vasos sanguíneos dos pulmões e isso poderia ser prevenido por um  medicamento chamado Colchicina, usado por muitas décadas no tratamento da gota.”

Sobre a posição PRONA. Corretíssimo. É uma técnica conhecida há muito mais tempo nas unidades de terapia intensiva. É uma técnica de ventilação de bruços, melhora a oxigenação dos pulmões.

Quanto às defensinas também está correta. Elas são produzidas constitutivamente e / ou em resposta a produtos microbianos ou citocinas pró-inflamatórias. Algumas defensinas também são chamadas de corticostatinas (CS) porque inibem a produção de corticosteroides estimulada pela corticotropina.

No entanto, é preciso ter um certo cuidado. A colchicina pode causar problemas graves à saúde se tomada indiscriminadamente.

Enfim, o mecanismo pelo qual os microrganismos são mortos ou inativados por defensinas não são completamente compreendidos. Isso já comentei antes. No entanto, é preciso estar atendo à causa e não ao efeito. Matar o vírus ou a célula infectada com ele, através da ruptura da membrana microbiana, já se faz há décadas e décadas. No entanto, geralmente acredita-se que matar é uma consequência da infecção. Isso a simbiogênee nega.

sexta-feira, 13 de novembro de 2020

INTERFACE SIMBIÓTICA - PARTE 01 - O Contexto!

Este vídeo apresenta uma introdução ao paradigma da complexidade. Ele permite, também, darmos início ao entendimento do novo ponto de mutação do conhecimento que nos conduzirá para a ruptura do moderno humano predador. Além disso, apresenta a janela da complexidade para uma nova era de compreensão de uma também evoluída espécie simbiótica.

terça-feira, 10 de novembro de 2020

A sociedade Simbiótica chegou => Quem ainda fala em retomada da ECONOMIA não entendeu nada. Parte 01

 

Gilson Lima

A Civilização moderna foi resetada. 

O VÍRUS ACELEROU e O FUTURO NOS ESPERA EM 2022.

ESSE texto aqui ainda se encontra em revisão ortográfica formal - não de conteúdo.

O VÍRUS MUDOU A ECONOMIA, resetou. Adeus aos sistemas de algoritmos inquebrantáveis dos velhos nerdsdos robôs musicais de péssimo gosto e da programação de papagaios de repetição de procedimentos pautados por listagens de tela sem vida dos tele atendentes.

O surto pandêmico é vertiginoso de transformações e não apenas abala nossa percepção do tempo, mas também obscurece as referências do espaço. Precisamos decifrá-lo com a profundidade que ele merece.

Heidegger escreveu que os conhecimentos tecnológicos e científicos implicavam uma técnica de se fazer explícito o que seria implícito, interno, escondido, e que caberia à ciência e à filosofia trazer para fora o que estivesse encoberto, descobrindo - no sentido de trazer à luz os processos ocultos da natureza dessa esfinge - sua força e sua fraqueza. Essa não seria uma tarefa primordial para o pensamento complexo?

A situação parece crítica, mas quiçá segure firme na trava da vagoneta dessa montanha russa e tente se concentrar. Afinal, uma das vantagens de se estar suspenso no loop é que o sangue desce à cabeça, o que é ótimo para se pensar. Imagine que você é o Homem (ou a Mulher) Morcego, repousando e restaurando as energias, pendurado no teto da caverna, pronto para lutar contra as injustiças em meio às trevas da noite. Ou que “encontrou a luz” em uma sessão de ioga, meditando de ponta-cabeça.

Quem ainda fala em retomada da ECONOMIA não entendeu o que aconteceu. Ressetamos o mundo, agora não temos como retomá-lo. Na simbiogênese chamo isso de um salto quântico. Estou falando sobre isso há décadas para meus alunos. Que venham os simbióticos. Os simbióticos não serão programadores que querem adaptar a interface do cérebro aos seus sistemas lógicos inflexíveis, hierárquicos e com algoritmos gravados como se fossem uma pata de elefante que atolou em um drive.

O setor mais importante das empresas será o que era chamado de Recursos Humanos, que será, na verdade, o da reciclagem humana (esses processos tão desprezados pela tecnologia nerd). Serão os agentes principais por permitirem a dinâmica da velocidade analógica na tecnologia até ontem dominada pela dinâmica da computabilidade cognitivista.

Ser veloz logicamente é fácil, mas ser capaz  rápido e preciso analogicamente - de mudar, desprogramar e reprogramar o algorítimo em tempo real no próprio fluxo de navegação, isso é ser um simbiótico. 

O que chamam de inteligência artificial é um retrocesso. É voltar para o fordismo acelerado nas telas. Os nerds da inteligência artificial são assimbióticos, primários. Eles são capazes de acelerar o velho mundo e deixar todos estressados como se fôssemos uma carroça correndo com cavalo atrás de um carro de fórmula 1.

Isso não é inteligência. Inteligência é sempre simbiótica. Saber fazer sistemas eficazes analogicamente. Viver para um simbiótico é improvisar. Sempre a favor da vida e não da velocidade do silício. Quando na vida consolidamos um aprendizado é porque mudamos naquela hora e em tempo real. Aprendemos quando mudamos e não quando nos automatizamos. Criamos quando alteramos o que fazia antes e não o repetimos.  Melhorar o que está parado exige disciplina, mas não é nada tão complicado assim. Podemos melhorar  o que fazemos. Quando mudo o que sabia antes eu crio em mim o novo. Não mudo quando consulto um algoritmo gravado morto num fluxo estático. Assim funciona a cabeça da logicidade do velho nerd programando. Os simbióticos não programam assim.

Seus sistemas buscam fluxos ágeis de interfaces analógicas, com alta capacidade de resiliência, flexibilidade, criatividade, onde cada novo tráfego é singular na sua navegabilidade específica, no seu próprio fluxo. Como é difícil para um velho nerd entender isso.

Não se trata aqui do velho dualismo ação individual x ação coletiva, mas uma modelagem complexa. Um pensar relacional. Síntese => retrodução《=》síntese (eventos e evidências como entidades processuais relacionais). Veremos isso mais adiante. Mais abaixo trataremos mais especificamente do princípio da retrodução. 

O que importa aqui é que viemos de uma sociedade fordista que está sendo desmantelada.

O genial Henry Ford - apesar de massificar o motor de combustão - foi um dos últimos industriais a pensar em um modelo de sociedade além dos muros de suas próprias fábricas.

Quando a Ford, em 1908, conseguiu criar um automóvel para um consumo ampliado, o Ford T, ele foi produzido em uma velocidade espantosa pela incipiente linha racional de trabalho rolante idealizada por ele.

 Ford T Modelo - 1908

“Você pode escolher qualquer cor do Ford T, contanto que seja preta”. HENRY FORD.

PRINCÍPIO BÁSICO DA LINHA DE PRODUÇÃO DO SISTEMA FORDISTA: "Portare l'utente al sistema di lavoro" (Moldar o usuário para o sistema de trabalho).


Retrodução =>  "Portare il sistema a lavorare per gli utenti" (Moldar o sistema de trabalho para os usuários).

Há poucas décadas atrás, nas manifestações estudantis, viam-se 100.000 jovens todos vestidos iguais, com as mesmas calças jeans, gritando as mesmas palavras de ordem: “Povo unido jamais será vencido".

Era a realização da máxima fordista, da padronizante sociedade industrial. O fordismo é praticamente um paradigma da sociedade industrial moderna. Aliás, o horário comercial padrão; os deslocamentos de picos nas grandes cidades; as grandes cidades que têm um terço do seu espaço dedicado ao automóvel; a civilização que desloca bilhões de indivíduos cuspindo fogo e envenenando com seus motores de combustão o ar para a vida no planeta em febre: Isso, meus caros, foi o fordismo!

A micro informática – diferente dos velhos sistemas centralizados nos processamentos de especialistas  produziu o usuário amador e inverteu de algum modo as inferências fordistas. Ela fez aqueles mesmos 100.000 jovens vestidos iguais se aglutinarem, só que agora se vestem de formas diferentes, diversificados e com diferentes tribos que se fragmentam e gritam múltiplas e heterogêneas palavras de ordem ao som de variados gêneros musicais nas manifestações de rede.

Deu-se início ao processo de singularização. Uma caminhada a passos largos na direção de um consumo mais personalizado, que exige da produção uma criatividade contínua.

    No entanto, os sistemas de informática e de gestão do mundo do trabalho continuam velhos, fordistas pendurados na eletrônica da automação sistemista e cognitivista.

Os seres humanos se complexificaram, mas de um modo a construir uma sociedade de indivíduos inaptos para resolverem os problemas coletivos complexos que eles mesmos criam. Diferentemente das formigas, que, como fordistas, se comportam como geniais agentes coletivos e profundas idiotas individuais, os humanos informatizados estão se transformando em geniais agentes individualizados e cada vez mais um profundo imbecil coletivo.

A interface simbiótica mudará isso. Uma modelagem simbiótica rompe com esse dualismo. É como no Jazz em que cada aprofundamento de agenciamento singular e improvisado do artista com seu instrumento particular gera ao mesmo tempo mais individuação e mais cooperação coletiva e vice-versa. Quanto mais agimos coletivamente, mais possibilitamos a complexificação da singularidade, e quanto mais singularidade,  maior é a cooperação da ação coletiva. Essa é a base da interface simbiogênica.

Assim que a vida evoluiu. Assim que as células co-operam.

O Covid-19 está provocando muitas mudanças na sociedade. Nunca se parou o planeta como dessa vez. Reativá-lo no pós-pandemia será uma experiência única, pela qual nunca passamos.

Como será a economia que está sendo resetada?  

  1. Adeus à dependência das cadeias globais de suprimento e a excessiva dependência da China. Isso provocará mudança na bússola do fornecimento e programação múltipla de parceria de fornecimentos com ênfases regionalizadas e de produção local. A maneira como as cadeias de suprimentos globais operam criou esta vulnerabilidade insólita. As empresas ficaram vulneráveis.

Dilema.

Mas, para produzir localmente, as fábricas aqui vão precisar ser rápidas no giro do reset, para responder ao novo ritmo da cadeia de produção chinesa, e isso deve levar a um aumento do uso da tecnologia, criatividade e automação no país.

A literatura empresarial chama de indústria 4.0, mas, falando de modo mais complexo,  as empresas terão que desmaterializar seus sistemas duros, vaporizá-los em fluxos simbióticos inteligentes, sistemas com interfaces mais resilientes, com capacidade de recuperar após um revés ou de superar situações de crise, adversidade ou infortúnio, mais flexíveis e ao mesmo tempo menos fragmentados. 

Esses departamentos  mecanicistas serão decapitados funcionalmente. Tudo será muito menos hierárquico, muito mais  ágil, muito mais adaptável e elástico, vaporizado.

Falo aqui de uma sociedade simbiótica, de uma organização simbiótica que é muito mais complexa,  quântica, multidensional, multidinâmica. Fazer um fluxo de vapor se tornar laminar numa torneira exige uma grande complexidade de detalhes. Agora, imagine esse fluxo recebendo micro furo. Isso gera uma dispersão que muda completamente o tráfego. Quando Zygmunt Bauman descreveu a sociedade líquida, eu disse que ele estava incorreto, e quase ninguém me ouviu. Eu demonstrei que o que estava vindo era mais radical,   a era a energência simbiótica, uma evaporação da modernidade. Está publicado. (LIMA, Gilson: O Dilema de vivermos numa época que agoniza. UFRGS, 1999).

Isso é a emergência do novo: a interface simbiótica. Vejam o que escrevi na época:

A EVAPORAÇÃO DA MODERNIDADE


Salvador Dali: Criança

..."Imaginemos marinheiros que, em alto mar, estejam modificando sua embarcação rudimentar, de forma w não podem colocar a embarcação no seco para reconstruí-la desde o princípio. Durante seu trabalho permanecem no velho barco e lutam contra violentas tormentas e ondas tempestuosas... (Otto Neurath, Anti-Spengler)

Esse é o nosso novo destino. Com minhas próprias palavras, na época, 21 anos atrás:

... O desmanche, o sentimento de evaporação de nossas crenças em nossa sociedade moderna, é cada vez mais visível. A crise em que nos encontramos não é, como pensam alguns, uma crise interna da sociedade industrial, ou uma crise de regime, em que alguns são a favor dele e outros são contra, em que alguns são de direita e outros de esquerda. A crise que vivemos é maior do que a implantação de diferentes regimes modernos. Trata-se de uma crise civilizatória nunca antes enfrentada pela humanidade. Nossa principal crença: a razão moderna, nossa armadura societal durante muito tempo, está se desmanchando em algoritmos gravados, implantados em máquinas lógicas; está se evaporando, se diluindo pelos ralos invisíveis de uma sociedade ao mesmo tempo planetária, que se move por invisíveis ondas moleculares. Depois da explosão da primeira bomba atômica e dos efeitos de sua capacidade destrutiva, inauguramos um novo tempo, o tempo da desmaterialização. Vejamos rapidamente a expressão societal dessa desmaterialização em quatro importantes processos distintos: da vida, da economia, da informação e, por último, da política.

 Para cada um  desses vetores demonstrei o que estava acontecendo;

1. A desmaterialização da vida humana

2. A desmaterialização da economia

3. A desmaterialização da informação e do ensino a economia

4. A desmaterialização do poder e da política

Poucos entenderam.

Isso é algo que precisa estar na mente dos construtores dos velhos algoritmos. O nerd é, nesse sentido, um conservador. Ele é rápido em produzir a lógica, mas, quando o processo é analógico e complexo, ele não sai do chão.

Falava-se muito em transformação digital, mas, na prática, pouco se fazia de concreto. Porque o importante é a cultura da nova interface. Os chamados sistemas da terceira informática mantiveram algoritmos inflexíveis, com desconsideração sobre a agilidade do usuário. 

A grande revolução será na vitalização dos sistemas, que serão muito mais que humanos, serão simbióticos. Os humanos são modernos demais para serem simbióticos.

Mesmo a automação deverá se moldar mais pela flexibilização, menos gravames e mais fluxos de nós mutantes em redes. Os algoritmos serão compostos como uma dança e não como linhas e colunas estáticas de organogramas geômetras rígidos.

Os velhos nerds terão muitas dificuldades para sobreviver no mundo, quando mudar um programa for a regra sempre que ele estiver sendo operado - um sistema que esteja pronto para esquecer, assim como o cérebro humano. Será uma mudança de arquitetura mental dos nerds.

Como programar um programa cuja regra é estar sempre se desprogramando e reprogramando a si mesmo em tempo real?

Um princípio de produzir inferência para a programação simbiótica é baseado na traição do cérebro lógico acostumado a pensar racionalmente, seja por indução, seja por dedução. É o princípio da ABDUÇÃO: uma técnica de apoio a adivinhação ainda não verificável, mas com alta gama de fundamento de possibilidade. Temos a máxima de Alfred North: “Qual será o absurdo de agora que será a verdade de amanhã”. 

Abduções se apresentam diante de situações inusitadas, a mente só pode concluir oferecendo hipóteses gerais. Uma abdução é um método de formar uma predição geral sem nenhuma certeza positiva que ela se verificará. O melhor meio de operar a ABDUÇÃO é pensar para trás, é o que chamo de RETRODUÇÃO.

 Por que é tão difícil a retrodução?

O nosso cérebro é bombardeado em cada segundo com inúmeros estímulos PARA pensar para a frente. Principalmente os seres mais escolarizados, racionais. O que já sabemos é que, no nosso dia a dia, o nosso cérebro sempre calcula, continuamente, o que irá vir a seguir-se (predição) e, como é o caso na maioria das vezes, acontece o que foi previsto (o que é quase sempre o caso). Assim, o sucedido é registrado como pouco importante e não continua a ser processado. É o PENSAR SEMPRE PARA A FRENTE. Executar a passagem do pensamento através de um conceito específico, sem mudança de informação e às vezes apenas com acréscimo descendente ou de passagem reversa, ascendente. A base é a verificabilidade do que foi assim e assim deverá ser.

Nós temos o conhecimento implícito correspondente no cérebro (fica disponível para ser utilizado). O cérebro não pode, sozinho, ocupar-se de todos os processos de filtragem, ou seja, através do processamento de informação, que funciona «de baixo para cima» (bottom-up-processes), não consegue reagir adequadamente a estes estímulos. Também precisa gerir processos «de cima para baixo» (top-down processes), para estruturar a afluência do material, para selecionar e processar apenas o mais importante.

Então, pensar por Abdução ou Retrodução, no fim das contas, não é senão conjectura, e, para contribuir com o incremento de abduções, devemos assumir que a nossa mente quer e deseja inferir e imaginar teorias corretas com hipóteses admissíveis, isso é fundamental para nos dotar de capacidade de realizar abduções. Esse processo chamo de RUMINAÇÃO.

Observamos isso também com uma criança aprendendo a ficar de pé. É divertido. Ela vai se segurando na mesa e cai. Depois faz a mesma coisa e cai novamente. Vai  depois de novo e noutro dia de novo, segura errado na mesa, calcula mal e novamente cai de modo quase igual como caiu ontem. 

A criança vai aprendendo, fazendo e errando, errando muito. Aprender algo complexo implica estar disposto a errar bastante e aprender com os erros. Nas escolas nos ensinaram a acertar, não a aprender errando, que é o modo como aprendemos as coisas mais difíceis.

Enquanto a indução e a dedução são inferências utilizadas para explorar ou demonstrar hipóteses provisórias, visando obter a compreensão "exata" do assunto, as inferências abdutivas tratam-se mais diretamente da descoberta de conhecimento novo.

Apesar de nossa hábil habilidade abdutiva e analógica, nosso cérebro moderno, racional, escolarizado pelo treino da inferência racional indutiva e dedutiva, está continuamente ocupado a fazer predições para nos orientar de forma antecipada para a frente. É o princípio da PREDIÇÃO que nosso cérebro faz com muita velocidade e habilidade.

 COMO É QUE ISSO ACONTECE?


Imagine que você vá pegar um objeto. Algo bem simples. Uma xícara de café, por exemplo.

Quando eu pego em uma alça de uma xícara de café, o meu cérebro já antecipou a percepção do contato, talvez até o aroma do café e, possivelmente, o seu gosto. Quando tudo acontece como previsto, beber um gole de café e pousar a mão na alça do café, antes da execução, toda a sequência de comportamentos já foi prevista antes. Qual a força, que pressão terei para dar sustentabilidade à xícara na mão etc.

Embora você possa conscientemente decidir pegar um objeto, sua mão assume a postura apropriada para isso sem que sua consciência tenha ordenado. 

A caneca é dividida em duas representações distintas, uma tem apenas forma e outra tem apenas cor. A representação de cor terá apenas um padrão indistinto, enquanto a representação de forma possui apenas sombras em cinza. 

Essas representações procuram reproduzir o tipo de análise que ocorre em duas regiões diferentes do cérebro durante a análise da caneca. Na verdade, a caneca não existe em nosso cérebro do modo como a percebemos.

Ela tem um formato e uma cor. No entanto, não tem consciência de cada um desses atributos separadamente, como mostrado na figura acima. 

Em vez disso, você percebe a caneca como um objeto único. Você pode assim se surpreender ao saber que seu cérebro produz essa percepção unificada após analisar separadamente a cor e a forma, cada uma em uma localização diferente. Consequentemente, é possível que um dano cerebral permita que uma pessoa veja a cor de um objeto, mas não tenha ideia de que objeto é, porque sua forma é indecifrável. Por outro lado, uma pessoa com outro dano cerebral pode ver claramente a forma de um objeto, mas não ter ideia de sua cor. O cérebro disseca o objeto, analisando suas várias partes separadamente e, em seguida, produzindo uma espécie de sensação unificada do todo. 

No entanto, não há um "retrato" do objeto todo em nenhuma parte do cérebro. Sendo assim, como é que percebemos um único objeto se temos apenas visões múltiplas dele com que trabalhar? O cérebro imagina. Pensamos por predições de imagens.

A inferência abdutiva implica em programar cada algoritmo extraindo a carga simbólica de PREDIÇÃO dele antes de consolidarmos a sua gravação definitiva. Antes de gravarmos devemos pensar também nas possibilidades de sua desprogramação implícita. Como seria se fosse diferente? Como isso operaria de cabeça para baixo? De trás para frente? Isso implica em ruminarmos inferências retrodutivas.

A habilidade de treinar a retrodução é que vai nos tornar aptos para o que a logicidade chama de adivinhar. A habilidade de predizer o que não acontece quando se está acontecendo ou como aconteceria se acontecesse diferente ou ao contrário. Isso é modelar uma interface simbiótica.

Quer aprender a fazer isso? Observe a você mesmo fazendo isso o tempo todo. Adivinhar é uma possibilidade, mas não é necessariamente só sorte. Podemos treinar essa habilidade e nosso cérebro faz isso o tempo todo.

Quando lemos um texto, nosso cérebro não lê letra por letra, não lê palavras, não lê sentenças. Isso ele passa longe.  O que ele faz é adivinhar o sentido do que está por vir naqueles movimentos de sinais e fótons. 

Nosso cérebro armazena muito bem nexos regulares que estão atrás das letras, dos acasos. Por isso, para fazer uma correção detalhada de um texto, precisamos voltar para trás e talvez ler palavra por palavra e, mesmo assim, nós passamos por cima de erros se tivermos motivados apenas a fazer uma leitura de fluxos prescritivos.

Muitos executivos com os quais converso demonstram claramente que sabiam que, ao longo dos anos, suas empresas acabariam se acomodando. Agora eles têm certeza que se mantiverem aferrados a esse ritmo de mudanças graduais, suas organizações se tornarão irrelevantes em pouco tempo.

Entendem que é preciso mudar os sistemas, e isso implica na própria sobrevivência do negócio do varejo, por exemplo. O que está em jogo, mesmo para empresas poderosas como a Renner, C&A, Zara, Magazine Luiza, Colombo e tantas outras...

A revolução simbiótica implicará em mudanças evolucionárias significativas e não apenas adequações ou retomadas melhoradas de velhas práticas. 

Na prática, não foram os CEOs que começaram essa revolução de transformação, mas o próprio vírus.

Queremos resgatar a abdução valorizando a imaginação criativa, a produção de insights, indicando procedimentos para sua legitimidade enquanto modalidade de pensamento válido para a gestão.

A razão moderna, em geral, não deu a devida atenção à criatividade, mesmo quando dela dependeu para suas conquistas. Destacava seus originais pensadores e inventores como pessoas dotadas de uma áurea de extraordinariedade ou até mesmo de loucura. Assim, a criatividade era uma expressão reservada a algumas poucas mentes diferenciadas, e não se tratava de procedimentos que poderiam ser generalizados, aplicados e aprendidos para a produção do conhecimento complexo. VAMOS ENFRENTAR ISSO: Comecem a inferir abduções!

2.      O crescimento do on-line para todas as nossas atividades vai incentivar o que tem equivocadamente sido chamado de “contactless economy” (economia sem contato).

O que os simbióticos mais farão, ao contrário,  é produzir interfases simbióticas atentas às singularidades do contato sempre e em tempo real. Para os simbióticos, não existe um virtual que não seja real. Não existe uma inteligência que possa ser artificial (assimbiótica). Sem vida não há inteligência. Não existe também um meio ambiente. O ambiente é inteiro e os simbióticos estão lá, dentro dele. Para isso tenho um conceito bem preciso: o Symbios (fazendo a cooperação agora e juntos sempre). 

Quando o symbios acontece, a cooperação encapsula e evolui. Nos tornamos melhores, e o mundo em que acontecemos melhora junto em simbiose. É a base da simbiótica, da simbiogênese.

Se olharmos para 2003 veremos que a epidemia SARS-COV-1 alavancou o comércio eletrônico na China, transformando o país e criando potências comerciais como Alibaba e outras empresas.

O artigo “The SARS epidemic threatened Alibaba’s survival in 2003—here’s how it made it through to become a $470 billion company” mostra como isso aconteceu.

Permitir que o que cada um quer esteja ali e seja bem orientado, permitir dúvidas tiradas não por listas parametrizadas, mas por processos analógicos e de improvisação atentos à singularidade daquele apedido e do agente em questão. Desde a exposição dos produtos. Especificações. Demonstrações. Domínio de especificações técnicas e de interfaces de atendimentos abertas. Isso é que se exigirá das interfaces simbióticas.

Os transportes serão monitorados em tempo real. Saberemos onde estão e o que no momento que quisermos saber. O fluxo logístico será aberto. Será flexível em trajetos, com entregas monitoradas – podendo seu comprador acompanhar passo a passo os movimentos por onde anda seu pedido. Podendo até mesmo alterá-lo, tudo em tempo real. Uma logística que a serialização fordista jamais entenderia. Isso permitirá flexibilidades para soluções logísticas de prazos imediatos e soluções de problemas. Nada de feriados e programações quinzenais de entrega. No comércio, a parceria da logística será tão ou mais importante do que a do fornecimento do produto.

Hoje, está se tornando possível imaginar um mundo de negócios – do chão de fábrica ao consumidor – com agenciamento da individuação. Fábricas inteiras programadas para cooperar com as singularidades. O contato físico será minimizado ao extremo nas regiões e atividades repetitivas, que desgastam o corpo e a mente e são inadequadas ao improviso complexo da vida quando ela acontece. Já existiam empresas que trabalhavam 100% remoto sem apoio físico de atividades musculares e cognitivas de baixa complexidade. Mas elas deixarão de ser vistas como curiosidades excêntricas.

Com a quarentena, verificou-se que muitos hábitos adotados eram desnecessários e poderíamos fazer tudo on-line. Nos acostumamos com o delivery de alimentação, com as compras on-line, com as transações financeiras via apps, com telemedicina, aulas on-line, fazemos videoconferências e trabalhamos em casa.

Muitas empresas deixarão de ter um escritório central. Em vez disso, elas contratarão funcionários de vários locais e pedirão que trabalhem em casa ou em espaços de trabalho compartilhados perto de onde moram.

Isso exigirá que elas forneçam conexões mais rápidas com a internet para seus colaboradores, equipamentos, ajuda de custo para contas e despesas domiciliares que envolvam o labor da empresa, fornecimento de aplicativos e suportes rápidos em tempo real, com vídeo chamada e visitas a domicílio. Com a presença de softwares de colaboração e monitoramento em tempo real. Isso permitirá que algumas empresas eliminem grande parte dos seus processos em seus próprios escritórios e transferirá seus custos para o apoio ao colaborador simbiótico.

Os trabalhadores terão que aprender a manter o foco ao trabalhar em casa, e as empresar a permitir que os trabalhadores tenham jornadas mais flexíveis para que vivam suas atividades do labor que não sejam da empresa.

Uma nova cultura para a interação off-line e on-line será necessária. A regra sempre é symbios (fazer a cooperação sempre juntos e agora quando ela acontece).

Nem todos os fluxos podem ser consolidados em interação on-line, mas o symbios está ali presente rompendo a dualidade. Os sistemas devem permitir a integração dos processos on-line e off-line para facilitar a cooperação entre os fluxos e sua consolidação. Ter que sair do sistema on-line para produzir uma atividade off-line necessária no momento não pode ser uma descontinuidade forçada, deve ser cooperada. 

Uma das coisas a deixar para trás é o papel da comunicação empresarial fazer tudo por e-mail. Além de ser uma ferramenta off-line, ela se descontextualiza nos fluxos, quase sempre envolve um conflito entre armazenar e consolidar processos de consolidação e sua recuperação totalmente descontextualizada.

Os e-mails serão apenas para processos mais duradouros e lembrarão os velhos correios com entrega de cartas que precisavam ser postadas e depois seriam transportadas por outros e entregues por outros em seu destino. Hoje, a maioria dos trabalhadores de escritório vivem o dilema de como lidar com a sobrecarga "virtual" dos e-mails. Pessoas estão adoecendo por causa disso.

Executivos reclamam que tem 7.000 e-mails em sua caixa de entrada. Para alguns, isso pode não parecer até muito pouco. Como se pode responder com qualidade a 250 e-mails por dia? Você passa mais tempo escolhendo o que será relevante responder do que respondendo. Não é apenas algo ineficiente, mas também prejudicial à saúde. Não existe salvação para isso além de desconsiderar o papel que o e-mail exerce nas gestão dos escritórios e empresas. A produtividade não será medida nem quantitativamente e muito menos por e-mail. Passou o tempo de sua relevância. Os drives de longo prazo off-line  deverão ter um tipo de gerenciamento próprio e totalmente alterado de significância para a gestão do curto agora.

O longo agora é muito importante para ser enquadrado na modelagem de e-mail. Ele precisa ser tratado como uma joia rara. O futuro e a longevidade  são uma instância própria para a organização e os atos do nosso dia a dia. Sermos consumidos no curto agora transforma nosso futuro em um nada além de hoje.

E-mail é uma maneira de enviar dados e não manter contatos. E ponto.

Ter como meta a caixa de entrada zerada de seu e-mail pode ser a coisa mais estúpida que um gestor pode estar fazendo agora. Programas cooperativos devem resolver 90% dos problemas se eles forem simbióticos e não meramente tarefeiros. Além de manipularem suas agendas e tarefas, os suportes de apoio simbióticos auxiliam na integração entre o curto agora e o longo agora.

A evolução simbiótica depende sempre do longo agora. O curto agora é como centelha, pode arder, mas sequer saberemos o que nos queimou no dia seguinte. São como notícias de jornal, são importantes no momento, mas depois vão para o lixo do longo agora.

Não prestar atenção nisso é deixar os e-mails decidirem para onde caminha a evolução da empresa, e isso é um desastre. Se estamos dependendo dos e-mails para isso é porque já tem algo muito errado acontecendo agora.

Mas isso não significa que o contato humano será eliminado. Somos seres sociáveis por natureza.

Um exemplo está aqui neste artigo: “The firm with 900 staff and no office”.

Muitas pessoas voltarão a entrar novamente nas lojas e supermercados. Os encontros presenciais continuarão a existir.  Pacientes com necessidades complexas ainda irão pessoalmente consultar seus médicos, muitos tipos de trabalhos não são automatizáveis. No entanto, as tendências provavelmente são irreversíveis.

A partir de agora teremos mais opções. Não será obrigatório estar no escritório sempre, as empresas serão híbridas, com tarefas operacionais de execução que poderão ser perfeitamente executadas remotamente.

As demandas por criatividade, inovação e colaboração continuarão a ser presenciais.

Referência: Artigo “The impact of the ‘open’ workspace on human collaboration” (O impacto do espaço de trabalho 'aberto' na colaboração humana).

3.      As regulações provavelmente serão revistas. A crise provocou a necessidade de mudanças em muitos aspectos regulatórios, como aqui no Brasil com o uso da telemedicina. O PL 696/2020 é um exemplo mais efetivo disso.

A telemedicina é o exercício da medicina mediado por tecnologias para assistência, pesquisa, prevenção de doenças e lesões e promoção de saúde. Enfim, suas limitações exigirão atividades presenciais, mas o grosso dos processos clínicos serão redesenhados com a evolução rápida das tecnologias wearables e dispositivos que facilitem exames, veremos uma abrangência maior no seu uso.

Até a maioria de exames e coletas de sangue poderão ser realizados de modo doméstico.

A educação também será revista. A desmaterialização da educação moderna, escolástica  necessita de um texto à parte, dada sua importância.

Um recente relatório do World Economic Forum, “Schools of the Future”, mostrou que o Brasil está muito atrasado e despreparado para competir no novo mundo que se desenha.

Por fim, mais adiante publicarei a Parte 2 com próximos temas, a saber:

4.        O novo mundo pós-Covid vai nos obrigar a repensar muitos dos atuais paradigmas e valores que adotamos na vida empresarial, profissional e pessoal.

5.        Setores por completo serão transformados.

6.        Algumas tendências tecnológicas que já estavam sinalizadas antes da pandemia e vieram a tona em velocidade exponencial. Tendências de tecnologia que podem ajudar a construir uma sociedade resiliente e simbiótica.

O certo é que com a emergência da civilização simbiótica não teremos um novo normal. A civilização foi ressetada e emerge um novo modus operandi diferente do que estamos habituados, com novas habilidades e capacitações para este novo mundo. Será cada vez mais simbiótica, profunda, incerta e resiliente. Demandará, inclusive, uma mudança radical na educação.