sábado, 21 de março de 2020

DESABAFO: ainda continuo a cansativa busca por uma evolução simbiogênica.

Gilson Lima
21/03/2020. Porto Alegre. Brasil
A arrogância humana tem muito que aprender e reconhecer a sua insignificância. Nós filmes de ficção quando alienígenas superiores invadiam e dominavam a terra eram derrotados por uma partícula tóxica, sem vida chamada de vírus.

Achamos que sabemos tudo da vida, mesmo nem sabendo o que é a vida. Essa energia orgânica que se assolou no Planeta tão misteriosa para a ciência simbiótica e tão maltratada pela tecnologia de uma civilização antibiótica.

Não é de hoje que chamo a atenção contra os deterministas tecnológicos que querem nos iludir que a evolução tem por base a tecnologia e não a ciência. Esses arrogantes assimbióticos que paralisaram a ciência quase um Século optando e confundindo-a como tecnologia. Mesmo nos dividindo numa falsa esquerda e direita - cada um a seu modo - optaram por uma civilização de cidades ocupando mais de sete bilhões de humanos apertados em 2% do território do Planeta.

Uma civilização com muita tecnologia industrial onde cuspimos 24 horas por dia fogo de fósseis se queimando e envenenando a vida no planeta com motores primários. Até os Incas já sabiam que energia de verdade vem da estrela e não da terra. Dizia para os ex-eunucos europeus com suas armas de pólvora: gente energia de verdade é estrelar.

Uma civilização predadora destruindo espécies complexas com fogo, ferro e muito plástico. Inundando praias e rios de porcarias e toneladas de merda literalmente.

PREDADORES destruindo ambientes favoráveis à vida e sempre em busca de atividades econômicas competitivas e tantas outras idiotices modernas tomadas com sapiência enlatada. Estamos presos numa rede social cheia de vento cada vez mais alimentada por ódio e governada por ignorantes.

Confundindo tecnologias com ciência a mais de um século. Toda a complexidade sumiu há décadas. Que saudades dos velhos cientistas do início do final do Século XIX e início do Século XX. É claro que existe muitos sábios e cientistas de verdade por aí, nem sempre nas academias que é a fabricadora em massa de tecnosaberes enlatados pelas grandes corporações tecnológicas, saberes embrulhados e embalados em pacotes esteticamente belos, erotizados na superfície, com seus poderosos títulos e, na sua maioria, fabricando coisas apenas úteis.

Restou para nós consumir técnicas miniaturizadas, rápidas e velozes em ampla escala produzida aos montões. Hoje se usa mais o dedo que o cérebro. É o começo da involução. O caminho as avessas da civilização simbiótica.

Acham-se inventores de inteligência, mesmo chamando-a de artificial e, mesmo assim, afirmando sua superioridade sobre a inteligência biológica. Há ainda os best sellers idiotas como os que programam a chegada do Homo Deus.

O planeta carece de uma civilização SIMBIÓTICA, pró biótica, pró vida. Quanto tempo perdemos estudando a morte, um esforço antibiótico. Esquecemos do que é mais importante aprender que e sobre a vida, sobre o bios, seus limites e sua potência.

Taí o COVID-19. O estrago que uma medíocre, simples e invisível partícula tóxica pode fazer a frágil célula humana.

E o mundo segue sendo governado por bestas, malucos, alguns ensandecidas e egocêntricos. Quase não se encontra mais líderes de verdade que apontam para a evolução da espécie. Eles existem, mas são joias raras no meio do limbo tóxico.

Eu sigo minha jornada em busca de simbióticos, que construam uma civilização simbiótica evoluída, para futuras gerações envoltas em uma nova era solar.

Está difícil encontrá-los no meio de tanta ignorância arrogante e cega pelo seu egocentrismo, mas eles estão aí.

Nessas horas fica mais fácil discernir o joio do trigo. Acabamos descobrindo que somos muito mais do que pensávamos que éramos. Ainda ha esperança na vida.


GILSON LIMA
“O que em mim sente está pensando”. Fernando Pessoa.
“O que em mim pensa está sentindo”. Gilson Lima