domingo, 15 de julho de 2012

LEMBRANDO OS 50 ANOS DE CARREIRA DOS ROLLING STONES


Na ultima passagem dos Stones pelo Brasil (2006) escrevi um artigo para o Jornal Zero Hora que nessa semana que essas veias que completam 50 anos de carreira nessa semana. Eles provaram para os Beatles, Cazuza e tantos outros que Rock e música divertida e de conjunto não é só overdose, destruição de parcerias, confusões privadas e públicas. Quantas bandas que se desmancham no ar sem a referência de longevidade. 
Eles provam que é possível fazer rock com muita diversão e com muita longevidade. Um exemplo para minha geração (um pouco mais nova - é claro).

Segue lembrança da matéria!



Porto Alegre, 22 de fevereiro de 2006.        Edição nº 14790
 

Artigos / Primeiro Caderno
Verissimo, Rolling Stones e a geração net
GILSON LIMA/ Sociólogo


Rolling Stones estourou no sábado, dia 18, com cerca de 1,2 milhão de pessoas no seu megashow. Para mim, o mais significativo do show dos Stones não foi o número do público, mas o fato de a nova geração net integrar junto aos velhos "dinossauros" da geração da TV em preto-e-branco uma mesma celebração eufórica. Por que será?

Acho que Luis Fernando Verissimo, na sua coluna do dia 20 de fevereiro no jornal Zero Hora, matou a charada. O rock sempre teve uma conotação sexual, para essa nova geração erotizada. Mick Jagger, com seus rebolados tomados por uma sensualidade corporal e energética, está em casa com essa garotada. Conforme Verissimo, "a base do roquenrol era a progressão harmônica do blues e uma das suas raízes estava no blues branco, misturado com música caipira, do sul dos Estados Unidos, de onde saíram Jerry Lee Lewis e Elvis Presley. O rhythm and blues negro continuou a existir e gerou muitas das formas que o roquenrol tem hoje, mas foi o roque branco nascido há 50 anos da encampação da música popular negra que tomou conta do mundo e o domina até hoje".

Quando os blues ficaram brancos para o mundo surgiram bandas mundialmente famosas como os Beatles e os Rolling Stones. Desde o início, os dois grupos disputavam com o público jovem suas posições adversárias dentro do universo do rock. Novamente, Verissimo explica: "Os dois grupos vinham da mesma origem proletária, mas os Beatles tinham se sofisticado e, com o álbum do Sergeant Pepper, enveredado para uma coisa mais intelectualizada, enquanto os Stones se mantinham fiéis ao backbeat básico e à pura energia hormonal, a mesma que atrai os jovens até hoje embora eles já pareçam as suas próprias múmias".

É isso, Verissimo, os Beatles terminaram e venceu a energia hormonal sem sentido mais profundo. A busca da eternidade juvenil plastificada da nova geração net, no entanto, se contradiz com as faces mumificadas dos velhos Stones eletrizados, com seus quase 70 anos, de "caras de acabados" e energias de moleques. No entanto, essa mesma geração se liga a uma pseudobusca de uma eterna energia juvenil. Talvez aí esteja uma novidade para a geração net. Começando a se dar conta de que a completa juventude plastificada não seja tão eterna assim e que talvez seja mesmo impossível. Assim, quem sabe seja bom se contentar apenas com uma parte dela, mesmo sendo uma parte significativa: a energia corporal, vital. Essa mesma energia que torna Mick Jagger eterno até que dure.

GILSON LIMA.
"O que em mim sente está pensando" (Fernando pessoa)
Dr. Pesquisador - CNPQ - Porto Alegre.
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