terça-feira, 2 de julho de 2013

A juventude simbiótica (simbiogênica) é filha da revolução feita pelos Nerds.



GILSON LIMA. Cientista em reabilitação, pesquisador da interface: cérebro, corpo e máquina e professor.
"O que em mim sente está pensando". 
E-mail: gilima@gmail.com



Os Nerds são ótimos, mas muito da suas faces antissociais (seus défitis de inteligência social) nos impôs a comportarmos ilhados, o os nos potencializou muito como agentes individuais, com grande capacidade de agenciamento de si mesmo. Isso foi ótimo. A terrível geração materialista os clássicos - dos socialistas aos liberais individualistas - de modo altamente contraditório, se associaram a ações coletivas que anulavam as pessoas.

 Os Nerds nos modernizaram com seus sistemas cibernéticos, mas nos afastaram das ruas, da vivência de pele, do desassossego do outro, .... A rua abandonada foi ocupada pela violência e veículos rápidos e cuspindo combustão envenenada – digo: rápidos, mesmo às vezes andando um pouco mais veloz do que uma carroça milenar.

O sonho dos Nerds é da pura cibernética, é controlar toda a energia das redes em códigos e cálculos lógicos de modo que assim também possamos controlar e programar os comportamentos humanos. É a velha ideia nas organizações do sistema sem sujeito. O sistema puramente cibernético (esse sujeito que é anônimo - o seu sistema) está sempre acima dos comportamentos humanos. Nós amamos seus robôs de busca, mas não não somos os robôs, somos simbioticos.

Como deuses pitagóricos (deuses números) o seu sistema é uma entidade metafísica, que programa as redes e seus nós juntos. Nós estamos apenas presos numa rede dentro do vento.

 A nova geração do simbiótica em gestação no planeta é híbrida. Voa nos nós velozes das redes de vento, mas querem também viver em simbiose com a lentidão humana e o convívio das ruas e praças, dos pátios, do universo do lúdico e longe das hipocrisias instaladas em sólidas crenças que petrificaram junto aos sistemas anônimos que nos dominam. Isso é MUITO NOVO. Saudamos e sejam bem vindos!!!!.

 Eles querem viver nas ruas também, e livres, diversos em crenças e convicções que se respeitam. Como livres voam pelos bytes e as suas telas, mas estão aprendendo a trazer o espírito criativo e lúdico das interfaces criativas e lúdicas das redes sociais para a vida social também fora das telas e dos displays. São pacíficos, inteligentes, criativos, múltiplos, tolerantes, sempre curiosos ao novo e não gostam de hipocrisias.

 Os Nerds foram uma transição da dimensão e império da matéria para uma revalorização da lógica suportada na velocidade da energia elétrica. Isso é ótimo. Os simbióticos são complexos e também analógicos. Rápidos e lentos. Híbridos. Avançam e desaparecem, são recursivos. A cultura da interface com a vida fora dos displays é mais lenta e mais pele em hibridismo torna-nos melhores e mais complexos do que éramos num puro cyberpitagorismo ou no humanismo altamente conservador.

 Que venha novos tempos e com ele novas formas de pensar e acontecer em paz no mundo com o mundo e não como uma entidade divina fora dele.


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Em nota. 01. Um parêntese sobre educação: Nada adianta pensar a educação só pelo prisma dos recursos (de novo – os velhos materialistas).  Se algo não está nada bem colocar mais recursos nisso pode ser pior ainda. Acelerar ainda mais a sobrevida de um atraso que perdemos lá atrás. Com o atual design de espaços e salas de aulas altamente teoricistas, que separam a cognição da emoção, a aula do intervalo em padrões de encontros tão rígidos; quase não encontramos locais de experimentação, não encontramos disciplina para experimentar e aprender além do nome das matérias que se organizam também em rígidas disciplinas; a neurose da memorização de longo prazo como dogma da inteligência cognitiva, a desconsideração do corpo e das atividades esportivas e lúdicas (tidas como saberes primários ou pré-cognitivos), a inexistência da ligação entre as teorias acadêmicas e as práticas de experimentações de oficinas que integram o fazer e o pensar em constante singularidade em uma simbiose viva. Pergunto-me: Por que a geração democrática deixou intacto o sistema escolar herdade da ditadura e da Guerra Fria? Entra governos democráticos e sai governos democráticos e só se faz puxadinho no atual sistema educacional que herdamos de 1969.  Existem hoje um total descompasso entre vida e escola na sociedade do conhecimento. 

Em nota 02. Os velhos movimentos sociais, sindicais, partidários organizados apenas pelas dinâmicas coletivas sem pessoas  - que deixam de acontecer como si mesmas e junto no mundo - são muito mais violentos e primários. Associam o poder a testosterona da guerras de movimentos de ataques frontais e organizados. Nada de novo.

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