quarta-feira, 19 de junho de 2013

Por que o novo é novo?

DENUNCIANDO O VELHO:


Encontramos muito de novo nos grandes eventos de manifestações organizada pelas redes sociais. Ocupam vazio humano das ruas caminhando (expulsando automóveis, destroem, roubam e nos agridem como velhos bárbaros,...). O novo reafirma que a rua, as praças, os espaços públicos é vida, é paz, é nossa. Será que não é isso que queremos, liberdade, decência,... Vejam que em São Paulo mais de um terço do espaço físico (as ruas) não é para humanos transitar... Não se trata apenas de tarifa, mas como é possível que milhões de pessoas circulem por cidades com equipamentos tão rudimentares (ônibus, automóveis individuais) ou queimando combustível tão como fazemos desde o Século XIX? As pessoas agora podem conviver de modo cooperativo entre telas e ruas. Isso é muito novo.


Enfim a sociedade está viva e pulsa, mas meus caros. Desculpem-me, mas não me parece que a grande mídia - incluindo a Globo tão citada pelos cacoetes ideológicos que ainda pensam estar lutando contra a guerra fira - está manipulando a cobertura das manifestações. Estou achando bem coerente a cobertura. Pelo menos para quem não compartilha com "os de sempre" aqueles que acreditam no pior melhor para liderar uma futura revolução e suas babaquices de sempre. O mundo mudou. Não temos mais guerras frias, temos heterogeneidades e nem mais existe uma ditadura que manipula a mídia. Temos múltiplas mídias e muitas delas interativas - como essa aqui. Uma lição também para quem acha que depois da queda do Muro de Berlim tivemos apenas um lado vitorioso da guerra fria. Não entenderam que foi uma época que ruiu. Não foi um lado que ganhou liberalismo individualista, fim da esfera pública, emergência apenas de uma sociedade de indivíduos egocêntricos,...

A velharia são os profissionais que ainda lutam na guerra fria do velho dirigismo entre direita e esquerda. Chegaram a pé depois da queda do muro de Berlim e ainda não entenderam nada. Eles são profissionais de manifestações (não são apenas as grandes manifestações,...) querem ser profissionais permanentes as palavras de ordem fordistas: povo unido jamais será vencido, para eles tudo é ou deve se tornar padrão para poder melhor controlar e manipular. Os menos covardes mostram suas caras com bandeiras de partidos e seus tradicionais símbolos de organizações e métodos da guerra de movimentos. Também tem os lobistas e profissionais do controle, de demandas sindicais particularistas ou dirigistas e lobistas de categorias e profissões. O pior do velho são os violentos. Querem que a rua continue sendo um ESPAÇO DO MEDO vem para destruir, agredir, chegam - na maioria das vezes – mascarados, vem para destruir, agredir, armados de artefatos, pneus, ateiam fogo em veículos, derrubam lixo, quebram vitrines, ameaçam pessoas,... para o trânsito sem avisar, .. Querem colocar a população contra o novo. 

Sobre a Copa. Os velhos não querem que tenhamos orgulhos de nós mesmos. É a velha ideia da geração dos bestializados. Só existem bestas na vida social. Precisam sempre de uma elite organizada para civilizar o país. Os “revolucionários de ontem” pensam que ainda viemos numa ditadura querendo manipular os pobres com circo. De novo, eles não entenderam que o Muro de Berlim caiu e temos agora uma sociedade mundial muito mais complexa tomadas por satélites onde vivemos diariamente a tele participação planetária. Nós - brasileiros - somos bons em futebol e sempre gostamos disso. Aprendemos com os negros ex-escravos que tão bem sabiam manipular os pés com a capoeira- que foi perseguida e desconsiderada pela elite civilizada e positivista assim como foi todos os hábitos e crenças africanas que herdamos – como o riso, as festas, as danças, a diversão,... Até hoje a elite Universitária não considera a atividade física e motora como parte da inteligência. Talvez por isso não tenhamos esportes de modo intenso nas grades de ensino das escolas e nem Educação Física em todas as disciplinas nas Universidades. Ainda pensam que educação física é coisa apenas de militares e não algo vinculado à inteligência. Uma inteligência divertida. É preciso separar a corrupção dos empreendimentos da copa, os desvios de recursos e a nossa alma futebolística. É nossa alma, independente das autoridades. Conseguir sediar um evento global (satélites do mundo inteiro estão mirados aqui) é algo muito significativo e pode ser um momento muito importante para acontecermos no mundo mudando a nós mesmos. Vide a repercussão no mundo das manifestações de ontem.
Isso é velho. Velharias que espero que também sejam varridos das ruas pelos novos jovens das redes sociais.


Gilson Lima. Passagem extraída de meu livro: Nômades de pedra: Teoria da Sociedade simbiogênica (esgotado).
Uma ou outra vez na história, ao serem tomadas por pulgas, submergem pouco a pouco na água para concentrar todas as suas pulgas nos seus focinhos e; com um rápido mergulho, livrarem-se delas. Assim, devemos diminuir nossa estranheza de que de tempos em tempos tenhamos que sacudir nossa própria cultura e ficarmos desnudos dela. (Ortega Y Gasset).



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