sábado, 11 de abril de 2020

UMA PROPOSTA DE MODELO MACRO REGIONAL PARA TOMADA DE DECISÕES PELO PODER PÚBLICO NA PANDEMIA


Gilson Lima

3
POR QUE DESSA GRITARIA TODA PELA SOLUÇÃO MÁGICA  DA MASSIFICAÇÃO DOS TESTES 
DA COVID-19



É óbvio que só um ensandecido não pensaria que a massificação de testes é importante e um fundamental recurso de tomada de decisão.

UMA PROPOSTA DE MODELO PARA TOMADA DE DECISÕES PELO PODER PÚBLICO NA PANDEMIA

  Quero apenas entender por  que essa gritaria de testagem em massa como se fosse a SOLUÇÃO dos nossos problemas da pandemia atual.


Somos um país sem cultura de massificação de testagens viróticas. Algumas coisas em animais para exportação e não muitas. Não temos laboratórios  para isso? Não temos. Temos insumos disponíveis  e gente preparada a curto prazo nessa guerra de agora para isso? Não temos. Temos dinheiro sobrando para isso em vez de comprar respiradores, por exemplo? Não temos.

Temos coisas muito mais importantes que podem ser feitas e ajudar enfrentar em curto prazo com tomada de decisões e salvar vidas. 

SARS-Cov-2 apesar de não ter um elevado poder de agressão fatal de imediato, ele replica com muita intensidade e estressa muito o sistema imune. Qualquer janela de oportunidade ele aproveita. Ao penetrar numa célula vai replicando lá dentro rapidamente até a célula explodir e liberar mais de 100.000 novos vírus para novos ataques
A grande maioria dos infectados tem um sistema imune que dá conta do recado, mas pela escala do contágio com assintomáticos e sintomáticos o índice de hospitalização com pacientes graves é altíssimo. 
É  um vírus atípico porque ataca e é mais fatal para a sociedade, o sistema de saúde do que para os humanos. Sem respiradores e recursos de intensivas o óbito é irreversível para pacientes gravíssimos.

PROPOSTA

Uma ESTRATÉGICA campanha de prevenção  de fortalecimento do Sistema Imune AJUDARIA BAIXAR O ÍNDICE DE INTERNAÇÃO.

1. Divulgar práticas de comportamento e alimentação que fortalecem o Sistema imune. 
2. Como já se sabe que o SARS-Cov é traiçoeiro. ele pode  diminuir a oxigenação do fluxo sangue sem visíveis sintomas da respiração. Isso baixa a imunidade e aos poucos vai debilitando o organismo. Se agirmos antes de atingir o fluxo visível da respiração isso ajudaria a impedir a  necessidade de Internação. 

O que precisa para isso:

1. Um  um oxímetro portátil. Atrelando ele junto ao dedo, por exemplo,  permite  indicar o percentual de oxigênio no fluxo sanguíneo. Se ele estiver menor do que 89% é uma indicação para agir.
O que fazer nesse caso. Fortalecer a oxigenação com aparelhos portáteis de suporte à respiração. Quem tem Asma faz isso. Alguns minutos duas a três vezes ao dia. Acompanhando com o oxímetro e monitorando  se o fluxo de oxigênio melhora ou não. Se ele não melhorar e ou cair, deve-se então procurar algum atendimento médico. A grande maioria melhora.
 

UMA PROPOSTA DE UM MODELO DE PRESCRIÇÃO E DE TOMADA DE DECISÃO:

Ps. Tem que ser Regional. Não apenas nos Estados. Mas por macro regiões dentro dos Estados.

1. Uso de recursos rápidos como o geomonitoramento EM TEMPO REAL dos celulares para controle e indicação dos vazamentos definidos pela política de isolamento a fim de  poder tomar medidas rápidas de contenção nas comportas de aproximação. 
Ter um termômetro com um indicador de percentual do isolamento urbano (creio que 60% é o máximo indicado e menos de 40% começa a ser crítico).

2. Construção rápida de indicador regional de número de  óbitos por 100.000 habitantes, e cruzar com o número de óbitos atuais. COMO? Cruzando o número atual de óbitos com os  dados genéricos ( se possível) dos últimos 5 anos de óbitos de SARS antes da COVID-19.  Medir os casos de internação e óbitos de SARS é chave. Temos os históricos gerais dos últimos 10 anos de internação e óbitos?
Quando puder e tiver - integrar junto com os dados históricos de óbitos com  de pneumonia comum (bacteriana/fungos) separada da asiática (SARS - virótica) independente se era influenza ou evolução de gripes comuns ou evolução de outras infeções e cânceres para pneumonia. 

                  Obs.  Creio que os dados históricos tem que ser bem minerados por geralmente não diferenciávamos muito e é tudo genérico. O que não é novidade. Nunca se deu importância para a qualidade do registro no Brasil. O que faz parte da nossa cultura. 

3. Construir um indicador de risco. Para isso  precisa-se cruzar os dados atuais e em tempo mais real possível dos óbitos COVID-19 com os dados históricos.
Até por amostragem da base atual com a histórica permite um possível ir acompanhando os óbitos, mesmo com os atrasos dos resultados dos testes e aiim ter uma posição bem precisa em tempo real para decisões.

4. Indicador da passagem do estágio grave para o estado gravíssimo até o limite do colapso do Sistema.  Cruzar o número de óbitos com o número de internação. Ajudaria criar uma ferramenta de predição da passagem do estado de internação grave para o gravíssimo que gera dependência de recursos intensivos (UTI). Isso permitiria chegarmos no indicador de colapso do Sistema da Região ou macro região. Envolve os dados do número de recursos do Sistema Regional (profissionais, leitos, respiradores, oxigênio, medicação, etc..), cruzados com o número de internação e óbitos e assim construiríamos um indicador com o percentual de enfrentamento por cada localidade do colapso do sistema ( cruzar também com o histórico).


ENTÃO. EM SÍNTESE:

 Medir maciçamente os assintomáticos. Isso tem custo. Tiraria recursos de produção de leitos. Respiradores, etc... Seria ótimo se fosse possível e temos coisas mais importantes a se preocupar diante dos carência dos recursos disponíveis. 
Poderíamos para compensar esse déficit fazer Survey regionais - de amostragens - tipo pesquisas eleitorais - tais como estão sendo feitas no Rio Grande do Sul.  Isso ajudaria complementar o cruzamento de dados para tomada de decisões também.

Ter modelos epidemiológicos sofisticados seria importante claro, mas tenho visto alguns professores e matemáticos querendo apenas e apressadamente validar, testar seus modelos matemáticos deterministas. Me dá um tempo.

    Numa guerra, quando estamos tomando um laço do inimigo é preciso inteligência para um giro rápido na estratégica com movimentos rápidos.


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NOTA. Diferença entre pneumonia e SARS . Pneumonia é o nome dado a vários tipos de infecção nos pulmões. Ela pode ser causada por agentes como bactérias, fungos e vírus. A forma mais frequente de pneumonia é a bacteriana, também chamada de “pneumonia típica”. A versão da doença batizada de SARS (sigla em inglês para “síndrome respiratória aguda grave”) também ficou conhecida como pneumonia asiática, devido aos primeiros casos e focos da doença, desenvolvidos na Ásia, sobretudo na China. A principal diferença entre as duas pneumonias é o agente causador. Na típica, uma bactéria: o pneumococo (Diplococcus pneumoniae). Na asiática, diferentes vírus.

sexta-feira, 10 de abril de 2020

SARS-Cov-2 O HOSPEDEIRO É A CURA?

Gilson Lima

PERGUNTA AOS BIÓLOGOS!

Por que um hospedeiro mamífero selvagem mordido por morcego que depositou o SARS-Cov-2 é assintomático nele quando chega nos humanos detona esse stress no nosso sistema imunológico?
Qual o segredo escondido de nós da rede biótica desse animal selvagem para neutralizar esse vírus?

Se acharmos esse segredo não seria possível replicá-lo? Por que se um vírus muta ou salta para nos destruir,  o segredo do hospedeiro não pode saltar para nos salvar?

A maior ameaça ao domínio do homem nesse planeta é o vírus 
(Joshua Lederverg, Pus Prêmio Nobel).

É certo que o vírus da COVID-19 veio dos morcegos e o pulo para o corpo humano foi quase certo um pit stop para evolutivo num mamífero chamado PANGOLIM. Um dos mamíferos mais traficados e comercializados na Ásia para consumo humano. 

Eu completaria Lederverd de que a força destrutiva e antibiótica de uma micro partícula tóxica que é um bilhão de vezes menor que nós está em nós mesmos, na nossa bárbara relação com o ambiente que acolheu a nossa rede biótica, esse planeta que acolheu a vida, essa energia desconhecida, que se depositou em evolução do Cosmos numa matéria, úmida, orgânica.

A pandemia do coronavírus é resultado do ser humano moderno não ter ainda evoluído suficiente para romper com sua ontogênese de predador junto ao ecossistema de toda a rede biótica do Planeta.

O Hantavírus que causa febre hemorrágica pula para dentro de nós de roedores. Lassa  o vírus que também provoca febre hemorrágica,  pula desses mesmos roedores. O vírus da febre amarela salta para nós de macacos. Os influenza das terríveis e devastadoras gripes que nos assola todos os anos pulam de pássaros selvagens para aves domésticas e depois para pessoas, às vezes após uma transformação em porcos. O sarampo uma das mais fortes hipóteses é dele ter saltado para nós a partir de ovelhas e cabras domesticadas. O HIV-1 entrou como um raio destruidor  em nosso caminho saltou de chimpanzés.  Uma grande fração de todos os novos vírus assustadores vêm pulando para nós de morcegos. Assim, há uma certa diversidade de origens, mas a força desses micro venenos antibióticos é uma só, nós mesmos.

O Corona é um desses cujo pulo se deu depois de uma picada de morcego.  Então a solução  é exterminar os morcegos? Claro que não predador, pelo contrário, mas em respeitarmos mais seu habitat.

As zoonoses nada mais são que um reflexo das intervenções do homem no meio ambiente. 

Agora! Se um morcego morde esse animal selvagem e o vírus pulou para nós por maus hábitos, pergunto aos biólogos e biólogas:

Por que um hospedeiro mamífero selvagem mordido por morcego que depositou o SARS-Cov-2 é assintomático nele quando chega nos humanos detona esse stress no nosso sistema imunológico?

Qual o segredo escondido de nós da rede biótica desse animal selvagem para neutralizar esse vírus?

Se acharmos esse segredo não seria possível replicá-lo? Por que se um vírus muta ou salta para nos destruir,  o segredo do hospedeiro não pode saltar para nos salvar?

Sim ele mutou. Ok. Então muitos dirão. O vírus manteve-se suficiente parado para ficar ativo no hospedeiro enquanto evoluída. Será

Não seria o contrário, o vírus não evoluída porque o hospedeiro tinha defesas que o bloqueavam e impedia sua força epidêmica até encontrar uma nova habitação favorável? Ou seja,  a rede biótica dos humanos sem as defesas que o impediam de afastar e, assim ficou livre para evoluir a sua sede de reprodução e destruição?

sábado, 21 de março de 2020

DESABAFO: ainda continuo a cansativa busca por uma evolução simbiogênica.

Gilson Lima
21/03/2020. Porto Alegre. Brasil
A arrogância humana tem muito que aprender e reconhecer a sua insignificância. Nós filmes de ficção quando alienígenas superiores invadiam e dominavam a terra eram derrotados por uma partícula tóxica, sem vida chamada de vírus.

Achamos que sabemos tudo da vida, mesmo nem sabendo o que é a vida. Essa energia orgânica que se assolou no Planeta tão misteriosa para a ciência simbiótica e tão maltratada pela tecnologia de uma civilização antibiótica.

Não é de hoje que chamo a atenção contra os deterministas tecnológicos que querem nos iludir que a evolução tem por base a tecnologia e não a ciência. Esses arrogantes assimbióticos que paralisaram a ciência quase um Século optando e confundindo-a como tecnologia. Mesmo nos dividindo numa falsa esquerda e direita - cada um a seu modo - optaram por uma civilização de cidades ocupando mais de sete bilhões de humanos apertados em 2% do território do Planeta.

Uma civilização com muita tecnologia industrial onde cuspimos 24 horas por dia fogo de fósseis se queimando e envenenando a vida no planeta com motores primários. Até os Incas já sabiam que energia de verdade vem da estrela e não da terra. Dizia para os ex-eunucos europeus com suas armas de pólvora: gente energia de verdade é estrelar.

Uma civilização predadora destruindo espécies complexas com fogo, ferro e muito plástico. Inundando praias e rios de porcarias e toneladas de merda literalmente.

PREDADORES destruindo ambientes favoráveis à vida e sempre em busca de atividades econômicas competitivas e tantas outras idiotices modernas tomadas com sapiência enlatada. Estamos presos numa rede social cheia de vento cada vez mais alimentada por ódio e governada por ignorantes.

Confundindo tecnologias com ciência a mais de um século. Toda a complexidade sumiu há décadas. Que saudades dos velhos cientistas do início do final do Século XIX e início do Século XX. É claro que existe muitos sábios e cientistas de verdade por aí, nem sempre nas academias que é a fabricadora em massa de tecnosaberes enlatados pelas grandes corporações tecnológicas, saberes embrulhados e embalados em pacotes esteticamente belos, erotizados na superfície, com seus poderosos títulos e, na sua maioria, fabricando coisas apenas úteis.

Restou para nós consumir técnicas miniaturizadas, rápidas e velozes em ampla escala produzida aos montões. Hoje se usa mais o dedo que o cérebro. É o começo da involução. O caminho as avessas da civilização simbiótica.

Acham-se inventores de inteligência, mesmo chamando-a de artificial e, mesmo assim, afirmando sua superioridade sobre a inteligência biológica. Há ainda os best sellers idiotas como os que programam a chegada do Homo Deus.

O planeta carece de uma civilização SIMBIÓTICA, pró biótica, pró vida. Quanto tempo perdemos estudando a morte, um esforço antibiótico. Esquecemos do que é mais importante aprender que e sobre a vida, sobre o bios, seus limites e sua potência.

Taí o COVID-19. O estrago que uma medíocre, simples e invisível partícula tóxica pode fazer a frágil célula humana.

E o mundo segue sendo governado por bestas, malucos, alguns ensandecidas e egocêntricos. Quase não se encontra mais líderes de verdade que apontam para a evolução da espécie. Eles existem, mas são joias raras no meio do limbo tóxico.

Eu sigo minha jornada em busca de simbióticos, que construam uma civilização simbiótica evoluída, para futuras gerações envoltas em uma nova era solar.

Está difícil encontrá-los no meio de tanta ignorância arrogante e cega pelo seu egocentrismo, mas eles estão aí.

Nessas horas fica mais fácil discernir o joio do trigo. Acabamos descobrindo que somos muito mais do que pensávamos que éramos. Ainda ha esperança na vida.


GILSON LIMA
“O que em mim sente está pensando”. Fernando Pessoa.
“O que em mim pensa está sentindo”. Gilson Lima

segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

segunda-feira, 16 de dezembro de 2019

PÍLULAS DA SIMBIOGÊNESE => A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL É INTELIGENTE?



Estou criando uma série de vídeos rápidos  de até 5 minutos (de minhas palestras, atividades de pesquisa) => PÍLULAS DA SIMBIOGÊNESE para difundir a Teoria social que tenho trabalhado por mais de uma década.

Essa primeira pílula é sobre a minha polêmica relação com a falácia da Inteligência Artificial. 

quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

PONTOS DE INFLEXÃO CLIMÁTICA - muito arriscado para apostar


A crescente ameaça de mudanças climáticas abruptas e irreversíveis deve obrigar a ação política e econômica sobre emissões.



Um avião sobrevoando um rio de água derretida na geleira no Alasca

Um avião sobrevoa uma geleira no Parque Nacional Wrangell St Elias, no Alasca. Crédito: Frans Lanting / Nat Geo Image Collection

Políticos, economistas e até alguns cientistas naturais tendem a supor que os pontos de inflexão 
1 no sistema terrestre - como a perda da floresta amazônica ou a camada de gelo da Antártica Ocidental - são de baixa probabilidade e pouco compreendidos. No entanto, há evidências de que esses eventos podem ser mais prováveis ​​do que se pensava, têm altos impactos e estão interconectados por diferentes sistemas biofísicos, comprometendo potencialmente o mundo a mudanças irreversíveis a longo prazo.
Aqui, resumimos as evidências sobre a ameaça de ultrapassar pontos críticos, identificamos lacunas de conhecimento e sugerimos como elas devem ser eliminadas. Exploramos os efeitos de tais mudanças em larga escala, a rapidez com que elas podem ocorrer e se ainda temos controle sobre elas.
Em nossa opinião, a consideração de pontos críticos ajuda a definir que estamos em uma situação de emergência climática e fortalece o coro de pedidos deste ano para ações climáticas urgentes - de crianças em idade escolar a cientistas, cidades e países.
O Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) introduziu a idéia de pontos de inflexão duas décadas atrás. Naquela época, essas 'descontinuidades em larga escala' no sistema climático eram consideradas prováveis ​​apenas se o aquecimento global exceder 5 ° C acima dos níveis pré-industriais. As informações resumidas nos dois Relatórios Especiais do IPCC mais recentes (publicados em 2018 e em setembro deste ano) 2 , 3 sugerem que os pontos de inflexão podem ser excedidos mesmo entre 1 e 2 ° C de aquecimento (consulte 'Muito perto para o conforto').


Fonte: IPCC

Se as atuais promessas nacionais de reduzir as emissões de gases de efeito estufa forem implementadas - e esse é um grande "se" -, provavelmente resultarão em pelo menos 3 ° C de aquecimento global. Isso apesar do objetivo do acordo de Paris de 2015 de limitar o aquecimento a bem abaixo de 2 ° C. Alguns economistas, assumindo que os pontos críticos do clima têm uma probabilidade muito baixa (mesmo que sejam catastróficos), sugeriram que o aquecimento a 3 ° C é ideal do ponto de vista de custo-benefício. No entanto, se os pontos de inflexão parecem mais prováveis, a recomendação da "política ideal" para os modelos simples de economia climática de custo-benefício 4 está alinhada com a do recente relatório do IPCC 2 . Em outras palavras, o aquecimento deve ser limitado a 1,5 ° C. Isso requer uma resposta de emergência.

Colapso do gelo

Acreditamos que vários pontos críticos da criosfera estão perigosamente próximos, mas a mitigação das emissões de gases de efeito estufa ainda pode desacelerar o inevitável acúmulo de impactos e nos ajudar a nos adaptar.
Pesquisas realizadas na década passada mostraram que o carregamento do mar de Amundsen na Antártida Ocidental pode ter passado de um ponto de inflexão 3 : a 'linha de aterramento' onde o gelo, o oceano e a rocha se encontram está recuando irreversivelmente. Um estudo-modelo mostra 5 que, quando esse setor entra em colapso, ele pode desestabilizar o restante do manto de gelo da Antártica Ocidental, como derrubar dominós - levando a um aumento de cerca de 3 metros no nível do mar em uma escala de tempo de séculos a milênios. Evidências de Paleo mostram que esse colapso generalizado da camada de gelo da Antártica Ocidental ocorreu repetidamente no passado.
Os dados mais recentes mostram que parte da camada de gelo da Antártica Oriental - a Bacia de Wilkes - pode ser igualmente instável 3 . O trabalho de modelagem sugere que ele poderia adicionar outros 3 a 4 m ao nível do mar em escalas de tempo além de um século.
A camada de gelo da Groenlândia está derretendo a uma taxa acelerada 3 . Poderia adicionar mais 7 m ao nível do mar ao longo de milhares de anos se ultrapassasse um determinado limiar. Além disso, à medida que a elevação da camada de gelo diminui, ela derrete ainda mais, expondo a superfície ao ar sempre mais quente. Os modelos sugerem que o manto de gelo da Groenlândia poderia estar condenado a 1,5 ° C do aquecimento 3 , o que poderia acontecer a partir de 2030.
Assim, poderíamos já ter comprometido as gerações futuras a viver com aumentos do nível do mar de cerca de 10 m ao longo de milhares de anos 3 . Mas essa escala de tempo ainda está sob nosso controle. A taxa de fusão depende da magnitude do aquecimento acima do ponto de inflexão. A 1,5 ° C, pode levar 10.000 anos para desdobrar 3 ; acima de 2 ° C, pode levar menos de 1.000 anos 6 . Os pesquisadores precisam de mais dados observacionais para estabelecer se as calotas de gelo estão atingindo um ponto de inflexão e exigem melhores modelos restringidos por dados passados ​​e presentes para resolver com que rapidez e rapidez as calotas de gelo podem entrar em colapso.
O que quer que esses dados mostrem, é necessário tomar medidas para diminuir a subida do nível do mar. Isso ajudará na adaptação, incluindo o eventual reassentamento de grandes centros populacionais baixos.
Um outro impulso importante para limitar o aquecimento a 1,5 ° C é que outros pontos de inflexão podem ser acionados em baixos níveis de aquecimento global. Os últimos modelos do IPCC projetaram um conjunto de mudanças bruscas 7 entre 1,5 ° C e 2 ° C, várias das quais envolvem gelo marinho. Esse gelo já está encolhendo rapidamente no Ártico, indicando que, a 2 ° C de aquecimento, a região tem 10-35% de chance 3 de ficar praticamente sem gelo no verão.

Limites da biosfera

As mudanças climáticas e outras atividades humanas correm o risco de desencadear pontos de inflexão da biosfera em uma variedade de ecossistemas e escalas (consulte 'Alarme').


Fonte: TM Lenton et al .

As ondas de calor do oceano levaram ao branqueamento em massa de corais e à perda de metade dos corais de águas rasas na Grande Barreira de Corais da Austrália. Um escalonamento 99% de corais tropicais são projectadas 2 para ser perdido se a temperatura média global sobe de 2 ° C, devido a interacções entre o aquecimento, a acidificação do oceano e poluição. Isso representaria uma profunda perda de biodiversidade marinha e meios de subsistência humanos.
Além de prejudicar nosso sistema de suporte à vida, os pontos de inflexão da biosfera podem provocar a liberação abrupta de carbono de volta à atmosfera. Isso pode ampliar as mudanças climáticas e reduzir os orçamentos de emissão restantes.
O desmatamento e as mudanças climáticas estão desestabilizando a Amazônia - a maior floresta tropical do mundo, que abriga uma em cada dez espécies conhecidas. As estimativas de onde pode estar um ponto de inflexão na Amazônia variam de 40% de desmatamento a apenas 20% de perda de cobertura florestal 8 . Cerca de 17% foram perdidos desde 1970. A taxa de desmatamento varia com as mudanças nas políticas. Encontrar o ponto de inflexão requer modelos que incluam o desmatamento e as mudanças climáticas como fatores de interação e que incorporem feedbacks de fogo e clima como mecanismos de interferência entre as escalas.
Com o aquecimento do Ártico pelo menos duas vezes mais rápido que a média global, a floresta boreal no subártico fica cada vez mais vulnerável. O aquecimento já provocou distúrbios em larga escala de insetos e um aumento de incêndios que levaram à morte das florestas boreais da América do Norte, potencialmente transformando algumas regiões de um sumidouro de carbono para uma fonte de carbono 9 . Permafrio através do Árctico está começando a dióxido de carbono irreversivelmente degelo e libertação e metano - um gás com efeito de estufa que é cerca de 30 vezes mais potente do que o CO 2 durante um período de 100 anos.
Os pesquisadores precisam melhorar sua compreensão dessas mudanças observadas nos principais ecossistemas, bem como onde estão os pontos de inflexão futuros. As reservas de carbono existentes e as possíveis liberações de CO 2 e metano precisam de uma melhor quantificação.
O orçamento de emissões remanescente do mundo, com uma chance de 50:50 de permanecer a 1,5 ° C do aquecimento, é de apenas 500 gigatoneladas (Gt) de CO 2 . As emissões de permafrost podem tirar cerca de 20% (100 Gt CO 2 ) deste orçamento 10 , e isso sem incluir o metano do permafrost profundo ou dos hidratos submarinos. Se as florestas estiverem próximas dos pontos de inflexão, o desmatamento da Amazônia poderá liberar outras 90 Gt CO 2 e as florestas boreais mais 110 Gt CO 11 . Com CO total mundial 2 emissões ainda em mais de 40 Gt por ano, o orçamento restante poderia ser tudo, mas já apagado.

Um mergulhador observa um grande clareamento nos recifes de coral das Ilhas da Sociedade, na Polinésia Francesa.
Corais branqueados em um recife perto da ilha de Moorea, na Polinésia Francesa, no Pacífico Sul. Crédito: Alexis Rosenfeld / Getty

Cascata global

Em nossa opinião, a emergência mais clara seria se estivéssemos nos aproximando de uma cascata global de pontos de inflexão que levassem a um novo estado climático de 'estufa' menos habitável 11 . As interações podem ocorrer através da circulação oceânica e atmosférica ou através de feedbacks que aumentam os níveis de gases de efeito estufa e a temperatura global. Como alternativa, feedbacks fortes da nuvem podem causar um ponto de inflexão global 12 , 13 .
Argumentamos que efeitos em cascata podem ser comuns. Pesquisas realizadas no ano passado 14 analisaram 30 tipos de mudança de regime que abrangem o clima físico e os sistemas ecológicos, desde o colapso da camada de gelo da Antártida Ocidental até a mudança da floresta tropical para a savana. Isso indica que exceder os pontos de inflexão em um sistema pode aumentar o risco de cruzá-los em outros. Tais links foram encontrados para 45% das possíveis interações 14 .
Em nossa opinião, exemplos estão começando a ser observados. Por exemplo, a perda de gelo no mar do Ártico está ampliando o aquecimento regional, e o aquecimento do Ártico e o derretimento da Groenlândia estão levando um influxo de água fresca ao Atlântico Norte. Isso poderia ter contribuído para uma desaceleração de 15% 15 desde meados do século XX da Circulação Meridional de Viragem do Atlântico (AMOC), uma parte essencial do transporte global de calor e sal pelo oceano 3 . O rápido derretimento da camada de gelo da Groenlândia e a desaceleração do AMOC poderiam desestabilizar as monções da África Ocidental, desencadeando a seca na região do Sahel na África. Uma desaceleração no AMOC também pode secar a Amazônia, atrapalhar as monções do leste asiático e causar o aumento de calor no Oceano Antártico, o que poderia acelerar a perda de gelo na Antártica.
O registro paleo mostra tombamento global, como a entrada nos ciclos da era do gelo há 2,6 milhões de anos e sua troca de amplitude e frequência em torno de um milhão de anos atrás, cujos modelos são apenas capazes de simular. As gorjetas regionais ocorreram repetidamente dentro e no final da última era glacial, entre 80.000 e 10.000 anos atrás (os eventos Dansgaard – Oeschger e Heinrich). Embora isso não seja diretamente aplicável ao atual período interglacial, ele destaca que o sistema da Terra era instável em várias escalas de tempo antes, sob forçamento relativamente fraco causado por mudanças na órbita da Terra. Agora estamos forçando fortemente o sistema, com a concentração atmosférica de CO 2 e a temperatura global aumentando a taxas de ordem de magnitude superior às da desglaciação mais recente.
O CO 2 atmosférico já está nos níveis vistos pela última vez há cerca de quatro milhões de anos, na época do Plioceno. Ele está caminhando rapidamente para níveis vistos pela última vez há cerca de 50 milhões de anos - no Eoceno - quando as temperaturas eram até 14 ° C mais altas do que nos tempos pré-industriais. É um desafio para os modelos climáticos simular esses estados terrestres do tipo 'estufa'. Uma possível explicação é a falta de um ponto de inflexão nos modelos: um modelo de resolução de nuvens publicado este ano sugere que o rompimento abrupto da nuvem de estratocúmulos acima de cerca de 1.200 partes por milhão de CO 2 poderia ter resultado em aproximadamente 8 ° C do aquecimento global 12 .
Alguns dos primeiros resultados dos mais recentes modelos climáticos - correm para relatório de avaliação sexto do IPCC, devido em 2021 - indicam uma sensibilidade climática muito maior (definida como a resposta de temperatura para a duplicação de CO atmosférico 2 ) do que nos modelos anteriores. Muito mais resultados estão pendentes e mais investigações são necessárias, mas para nós, esses resultados preliminares sugerem que um ponto de inflexão global é possível.
Para resolver esses problemas, precisamos de modelos que capturem um conjunto mais rico de acoplamentos e feedbacks no sistema Terra, e precisamos de mais dados - presentes e passados ​​- e melhores maneiras de usá-los. Melhorar a capacidade dos modelos de capturar mudanças climáticas abruptas no passado conhecido e estados climáticos de 'estufa' deve aumentar a confiança em sua capacidade de prever essas mudanças.
Alguns cientistas afirmam que a possibilidade de tombamento global permanece altamente especulativa. É nossa opinião que, dado seu enorme impacto e natureza irreversível, qualquer avaliação séria de risco deve considerar as evidências, por mais limitado que nosso entendimento ainda seja. Errar do lado do perigo não é uma opção responsável.
Se podem ocorrer cascatas de tombamento prejudiciais e um ponto de tombamento global não pode ser descartado, essa é uma ameaça existencial para a civilização. Nenhuma quantidade de análise de custo-benefício econômico nos ajudará. Precisamos mudar nossa abordagem para o problema climático.

aja agora

Em nossa opinião, apenas as evidências dos pontos de inflexão sugerem que estamos em um estado de emergência planetária: tanto o risco quanto a urgência da situação são agudos (consulte 'Emergência: faça as contas').

EMERGÊNCIA: FAÇA AS CONTAS

Definimos emergência ( E ) como o produto de risco e urgência. Risco ( R ) é definido pelas seguradoras como probabilidade ( p ) multiplicada por dano ( D ). Urgência ( U ) é definida em situações de emergência como tempo de reação a um alerta ( τ ) dividido pelo tempo de intervenção restante para evitar um resultado ruim ( T ). Portanto:
E = R × U = p × D × τ / T
A situação é uma emergência se o risco e a urgência forem altos. Se o tempo de reação for maior que o tempo de intervenção restante ( τ  /  T  > 1), perdemos o controle.
Argumentamos que o tempo de intervenção restante para evitar o tombamento já poderia ter encolhido em direção a zero, enquanto o tempo de reação para atingir as emissões líquidas zero é de 30 anos, no máximo. Portanto, talvez já tenhamos perdido o controle sobre se as gorjetas acontecem. Uma graça salvadora é que a taxa na qual os danos se acumulam ao tombar - e, portanto, o risco - ainda pode estar sob nosso controle até certo ponto.
A estabilidade e a resiliência do nosso planeta estão em perigo. A ação internacional - não apenas as palavras - deve refletir isso.
Nature 575 , 592-595 (2019)
doi: 10.1038 / d41586-019-03595-0

Referências
1) Lenton, TM et al. Proc. Natl Acad. Sci. USA 105 , 1786–1793 (2008).
2)IPCC. Aquecimento global de 1,5 ° C (IPCC, 2018).
3)IPCC. Relatório especial do IPCC sobre o oceano e a criosfera em um clima em mudança (IPCC, 2019).
4)Cai, Y., Lenton, TM e Lontzek, TS Nature Clim. Alteração 6 , 520–525 (2016).
5) Levermann, A. Proc. Natl Acad. Sci. USA 112 , 14191-14196 (2015).
6) Aschwanden, A. et al. Sci. Adv. 5 , eaav9396 (2019).
7) Drijfhout, S. et al. Proc. Natl Acad. Sci. EUA 112 , E5777 – E5786 (2015).
8) Lovejoy, TE & Nobre, C. Sei. Adv. 4 , eaat2340 (2018).
9) Walker, X. J. et al. Nature 572, 520–523 (2019).
10) Rogelj, J., Forster, P. M., Kriegler, E., Smith, C. J. & Séférian, R. Nature 571, 335–342 (2019).
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