sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Pesquisadores criam ilusão de troca de corpos

04/12/2008 - 10h56
Pesquisadores criam ilusão de troca de corpos
Da ReutersEm Washington
Pesquisadores usaram um circuito fechado de televisão para criar a ilusão de que haviam levado voluntários a realizar uma troca virtual de corpos, e chegaram a convencer mulheres de que elas estavam em um corpo de homem e vice-versa.A experiência, publicada pela "PLoS ONE", revista da Public Library of Science, demonstra que é possível manipular a mente humana de maneira a criar a percepção de que a pessoa tem outro corpo, disseram os pesquisadores suecos.Isso ajuda a explicar como os seres humanos compreendem os limites de seus corpos, afirmaram Valeria Petkova e Henrik Ehrsson, do Karolinska Institute de Estocolmo.Eles estabeleceram uma série de experiências cujo objetivo era iludir os participantes voluntários; cada uma delas era uma extensão de uma ilusão comum que pode levar uma pessoa a acreditar que uma mão de borracha é sua mão.Petkova e Ehrsson foram além, usando uma câmera de circuito fechado para enganar seus voluntários e levá-los a acreditar que um manequim de borracha era seu corpo -e, em uma segunda etapa, que um corpo alheio era seu corpo."O efeito é tão forte que, quando experimenta estar no corpo de outro pessoa, o participante pode encarar seu corpo biológico e trocar um aperta de mão com ele sem destruir a ilusão", eles escreveram.O primeiro passo foi um manequim em tamanho natural."Duas câmeras de TV foram posicionadas em um manequim de homem, de maneira a que cada qual registrasse os acontecimentos da posição correspondente aos olhos dos manequins", eles reportaram.Os participantes usavam capacetes equipados com telas, conectadas de maneira a que as imagens obtidas pela câmera esquerda e direita fossem exibidas nas telas esquerda e direita dos capacetes.Os participantes eram convidados a inclinar suas cabeças para baixo como se olhassem para seus corpos, e o que viam eram os corpos dos manequins.Como na ilusão da mão de borracha, os pesquisadores tocavam o corpo dos participantes ao mesmo tempo em que estes tocavam os manequins."Era evidente que os participantes sentiam que o corpo do manequim era seu corpo", eles escreveram.Por fim, tentaram uma troca de corpo entre dois voluntários e a experiência também funcionou. Mas a ilusão tem seus limites. Os pesquisadores afirmaram que não foram capazes de iludir os participantes de forma a que pensassem ser uma caixa, por exemplo.(Maggie Fox)
do UOL Ciência e Saúde

Meu comentário: GILSON LIMA.

Interessante. Por isso Aristóteles e sua teoria dos cinco sentidos está inadequada. Um dos sentido humanos é aquele que adquirimos de saber que tudo que acontece em de meu corpo é em mim que acontece a PROPRIOCEPÇÃO.

Propriocepção é a capacidade em reconhecer a localização espacial do corpo, sua posição e orientação, a força exercida pelos músculos e a posição de cada parte do corpo em relação às demais, sem utilizar a visão. Este tipo específico de percepção permite a manutenção do equilíbrio e a realização de diversas atividades práticas. Também é graças a propriocepção que as fibras musculares que trabalham para manter o corpo na sua base de sustentação, de informações táteis e do sistema vestibular, localizado no ouvido interno, consegue ajudar a manter a gente de pé, a andar, etc... Por isso que mesmo de olho fechado com alguém toca em mim com sua mão por exemplo, sei que aquela mão não é minha. O sentido do eu é antes de mais nada uma produção biosocial. Existem pessoas com lesões cerebrais, por exemplo, que não são capazes de reconhecer seu próprio corpo. Outras são incapazes de reconhecer rostos de outras pessoas,...
Por isso minha discussão que tenho fieto sobre o potencial da mídia que com o espelhamento prduz antes de mais nada o mundo e não apenas o reproduz em imagem. Antes de tudo a mídia cria realidade. Eu estou simbioticamente lá também com medo, com prazer, seu eu simbioticamente acontecendo!.... Imagine o poder da mídia. Imaginou? Nem ai menos chegou perto.
Abçs!

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

COMO INICIAR ESTUDOS SOBRE NANOCIÊNCIA E NANOTECNOLOGIA

Respondendo sobre como e onde iniciar informações e estudos sobre nanociência e nantotecnologia!

Respondendo! A nanotecnologia é um universo múltiplo e muito amplo não existe a nanotecnologia, mas nanociências e nanotecnologias no plural. A melhor maneira seria procurar nos cursos de pós-graduação da sua cidade, informando sobre pesquisa e material sobre o tema. Manipulação nonométrica e sofisticada poucos são os laboratórios no país capacitados para isso. Por exemplo: laboratórios de microscopia com um nanoscópio de varredura de tunelamento através de sonda (STM). Esse nanoscópio utiliza como sonda uma agulha cuja ponta é extremamente fina, com apenas alguns átomos.
O Brasil possui pequeno (mas ativo) número de universidades ocupadas em nanociência e nanotecnologia. Duas universidades brasileiras, a USP e a Unicamp, respondem por cerca da metade da produção científica publicada em nanotecnologia, seguidas em quase igualdade de condições pela Universidade Federal de São Carlos, pela UFMG e pela UnB.
O maior laboratório brasileiro é o Luz Sincontron, vinculado ao Ministério da Ciência e Tecnologia/CNPQ. Localizado em Campinas. Concluído em 1997. Para quatro faixas de espectro eletromagnético: a visível e outras três que o olho humano não percebe. Com o raio X ultra violeta os cientistas podem ver muitas características dos materiais e enxergar o mundo nanométrico. É um dos maiores laboratórios que permite pesquisa nano fora do eixo dos países centrais.
A gama de atividades classificadas como nanotecnologia cobre áreas de pesquisa tradicionais como a química e a física, chegando às atividades que envolvem ciências dos materiais, biotecnologia, etc., o que demonstra o caráter altamente abrangente da nanociência e da nanotecnologia.
De fato, uma das particularidades da nano requer competências científicas com os mais variados horizontes. Também muitos setores industriais estão desenvolvendo produtos nanotecnológicos, embora algumas empresas optem por não identificá-los como tal, por razões, provavelmente, de imagem pública, ou talvez para diminuir resistências do tipo das que se manifestaram em relação a produtos da biotecnologia.
O crescimento previsto pelos especialistas para os mercados de produtos nanotecnológicos é muito superior ao crescimento de outros mercados dinâmicos, como o de computadores e telefones celulares. Estima-se que as aplicações de nanotecnologia e as que estarão atingindo os mercados nos próximos anos são evolucionárias, mais do que revolucionárias, estando concentradas nas áreas de determinação de propriedades de materiais, produção química, manufatura de precisão e computação.
Uma pesquisa no google também ajudaria sua curiosidade, sobretudo se for em inglês. Estou criando em Porto Alegre uma disciplina de introdução a nanotecnologia e sociedade, provavelmente elas fará parte de um mestrado novo aqui no Centro Universitário onde atuo como pesquisador.
Uma dica: O livro: O mundo nanométrico: a dimensão do novo século de Henrique Toma da Editora Oficina de textos dá uma boa introdução ao tema.

Segue alguns links.
1. RENAMI - Rede de Nanotecnologia Molecular e Interfaces: http://www.renami.com.br/
2. LQES - Laboratório de Química do Estado Sólido: http://lqes.unicamp.br/
3. LNLS - Laboratório Nacional de Luz Síncroton: http://www.lnls.br
4. Foresight Institute: http://www.foresight.org/
5. Institute for Molecular Manufacturing: http://imm.org/
6. Nanosite na Xerox: http://nano.xerox.com/nano
7. Rice University Center: http://cnst.rice.edu/
8. NASA Ames NAS Computational Nanotechnology: http://science.nas.nasa.gov/Groups/Nanotechnology/
9. DNA nanotechnology site:http://seemanlab4.chem.nyu.edu/homepage.html
10. Mitre Corpo Nanoelectronics and Nanocomputing Site: http://www.mitre.org/research/nanotech/
11. Nanotechnology Magazine: http://planet-hawaii.com/nanozine/
12. Nanosource: http://www.nanosource.org/
13. Nanocomputer Dream Team: http://www.nanocomputer.org/
14. Nanothinc: http://www.nanothinc.com/NanoHome.html
15. BC Crandall's Molecular Realities: http://www.well.com/user/bcc/MolecularRealities. html
16. Laboratório de STM da IBM em Zurique: http://www.zurich.ibm.com
17. Laboratório da IBM em Almaden: http://www.almaden.ibm.com/vis/stm/stm.html
18. USC Laboratory of Molecular Robotics: http://alicudi.usc.edu:80/-lmr/
19. Caltech Materiais and Process Simulation Center: http://www.wag.caltech.edu/
20. NASA Nanotechnology Gallery: http://www.ipt.arc.nasa.gov/gallery.html
21. The Institute of Nanotechnology: http://www.nano.org.uk/ion.htm
22. Molecular Imaging Corpo http://www.molec.com/
23. Sol Ideais Technology Development: http://www.solideas.com/index.html
24. Veeco Instruments: Solutions for a nanoscale world: http://www.veeco.com/
26. EETimes: http://eetimes.com/
27. Nanotechnology MEMS News: http://news.nanoapex.com/
28. Information on Nanotechnology: http://www.nanogamazine.com/
29. Nanotechnology resources online: http://www.nanotechweb.org/
30. NanoelectronicsPlanet: http://www.nanoelectronicsplanet.com/
31. CMP Cientifica: http://www.cmp-cientifica.com/
32. Smalltimes - 8ig New in Small Tech. http://www.smalltimes.com/
33. Anders Transhuman Page: http://www.aleph.se/Trans/
34. Exl - Extropy Institute: http://www.extropy.com/
35. Quantum Consciousness - Stuart Hameroff http://www.consciousness.arizona.edu/hameroff /
36. KurzweilAl.net: http://www.kurzweilai.net/
37. REDE NANOSOMA http://nanotecnologia.incubadora.fapesp.br/portal

IDÉIAS: A Cidade do Futuro e o Futuro da Cidade

Gilson Lima
Texto publicado em 1996.

Revolução cientifica e tecnológica; impactos deste final de milênio trazem reflexões sobre o futuro da cidade. Dois grandes cenários podem ser imaginados.Hoje, a população mundial é doze vezes maior do que na época de Isaac Newton. Três quartos dessa população se aglomeram em apenas 2% do território do planeta. Somente 20% da população mundial consome 80% da energia e das manufaturas produzidas no planeta. Vivemos no auge da revolução cientifica e tecnológica, que forjará um impacto indiscutível nesse mundo de cidades do final do século.Podemos imaginar dois grandes cenários:• 0 primeiro é o de mantermos o atual modelo das poluídas e decadentes cidades industriais, as quais abrigarão perto de 7 bilhões de seres humanos no ano 2025, tomadas por meninos e meninas, criados nas ruas, que os acolhem com suas regras, e não mais pelas famílias, cada vez mais nucleares. Também haverá miseráveis ambulantes, sem endereço, sem um lugar para onde voltar no fim de sua jornada diária, ora vivendo embaixo dos viadutos, ora vivendo nas estações subterrâneas dos metrôs. Poderíamos imaginar uma "população tatu" formada por milhares, que cavam buracos em busca de um lugar para habitar; moram nas crateras dos viadutos ou nos edifícios abandonados, formando os cortiços. Nômades contemporâneos, produtos de uma sociedade de trabalhadoras sem empregos, após a revolução científica que substituiu a quase totalidade dos processos de trabalho por rotinas eletrônicas sem a intervenção humana. Imaginamos também a nova elite cosmopolita morando em distantes condomínios privados, cercados de muros, grades, sistemas eletrônicos de segurança particular, contatando os melhores professores para educarem seus filhos, formando ilhas de excelência diante de um mar de excluídos, sempre reclamando dos custos sociais de seu status junto aos excluídos. Buscam a eterna juventude, freqüentando salas de musculação, no interior de seus condomínios, fazendo todo tipo de plástica, massagens, transplante de órgãos deficitários. Comem alimentos naturais, sem produtos químicos que debilitam o corpo. Possuem uma agenda transnacional, estando conectados e plugados ao mundo em tempo real, a bordo de aviões ou de helicópteros particulares. Não estão mais integrados em grandes infra-estruturas de deslocamento, mas navegam através da infovia (fax, satélites, Tvs a cabo, correios eletrônicos). Geralmente estão muito bem informados por reconhecidos analistas simbólicos.• O segundo cenário As cidades, após urna profunda reciclagem transformam-se em cidades-jardins. Restabelecem a biodiversidade, e o mundo do trabalho, robotizado, produz manufaturas acessíveis a todos. Todos possuem acesso a renda através de diversas fontes alternativas. A humanidade encontra-se com o lúdico. Acaba o horário comercial e os deslocamentos massivos de trabalhadores. Os produtos nocivos ao meio ambiente são destruidos, assim como as ogivas nucleares. Restabelece-se a importância do convívio comunitário da intervizinhança. A participação política é "on-line" e quotidiana. As cidades são mantidas por tecnologias limpas, fazendo-nos esquecer dos tempos dos combustíveis fósseis. Entramos na idade solar. O mundo se integra pela arte através da teleparticipação planetária. A média de vida aumenta enormemente, bem como diminui o tempo de vida dedicado à reprodução das necessidades.Também se amplia a qualidade da existência realizada pelos novos remédios. Todos têm acesso amplo a uma educação livre e qualificada. Os mestres são mais respeitados do que os delegados e juizes. Fome, miséria, poluição e desrespeito à natureza são lembranças de um passado distante. A ciência conquista o espaço definitivamente e, no planeta, reina um profundo respeito pelas diferenças étnicas e religiosas. Todos vivem cm paz numa unidade interdependente e intersolidária.É preciso mantermos acesas as esperanças, e cada um deve fazer sua parte para que o segundo cenário possa ser o dominante. O futuro começa agora. Lembremos das raposas que submergem na água para concentrar todas as suas pulgas no focinho e, com um rápido mergulho, livrar-se delas. Uma que outra vez na história, os homens e mulheres precisam sacudir sua própria cultura e ficar despido dela. Façamos como as raposas. Vamos reciclar a cidade e a civilização, suas instituições; e deixemos vir o terceiro milênio.

Gilson Lima, é Doutor em Sociologia. Professor e pesquisador do IPA- Porto Alegre.


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sexta-feira, 16 de maio de 2008

Mês de Maio: o aniversário e o enigma da vida

Faço aniversário em maio. É um momento de reflexão. Cada vez mais velho naturalizamos e tornamos trivial o mundo que nele acontecemos. Pensar no nascimento é pensar na vida. Para um cientista um parto não é apenas um pedaço vivo de carne expelida de um corpo. É algo extraordinário. Ali está toda a evolução do que chegamos até aqui. No início ao que parece fomos produzidos e originários principalmente de um desgasamento que foi intensamente bombardeado por algumas partículas entre 4,1 e 3,9 bilhões de anos atrás até ficarmos assim meio um ser humano dito moderno, ereto e consciente. Em cada um dos nossos nascimentos, no meu parto no seu e do outro está presente todo o enigma da vida, essa energia que colou em nossa carne material e até hoje é tão misteriosa.
Consideremos que, por 3,8 bilhões de anos, um período maior que a idade das montanhas, rios e oceanos da Terra, Bryson nos lembra que:

... “cada um de nossos ancestrais por parte de pai e mãe foram suficientemente atraentes para encontrar um parceiro, suficientemente saudáveis para se reproduzir e suficientemente abençoados pelo destino e pelas circunstancias para viver o tempo necessário para isso. Você está aí, lendo-me, mas para isso seus ancestrais para darem origem a nossa espécie precisaram sobreviver, não foram esmagados, nem devorados, afogados, não morreram de fome, nem encalhado, aprisionado, ferido ou desviado de qualquer outra maneira da missão de fornecer uma carga uma carga minúscula de material genético ao parceiro certo, no momento certo, a fim de perpetuar a única seqüência possível de combinações hereditárias capaz de resultar — enfim, espantosamente e por um breve tempo — em você” . (BRYSON, 2005, p. 13).

Viver é uma grande aventura. A nossa pele, por exemplo, é uma fina e frágil camada que nos envelopa. A pele é um fino tecido externo de frágeis fibras que permitem muita flexibilidade, excitação de sensibilidade, porém, para que isso aconteça ficamos muito frágeis. Sem precisar sequer sair de casa, expomos nossa fragilidade corpórea aos perigos da aventura do viver no dia a dia da essa aventura de viver no mundo. Olhando, por esse ângulo, ainda hoje vendo tudo que está lá fora de nosso corpo no mundo e na vida social que pode nos ferir (um simples e estático objeto pontiagudo) depois de quando saímos para a rua é quase um milagre voltarmos intactos para casa.
Que venha novas aventuras.
Gilson Lima. 16 de maio de 2008.