Gilson Lima[1]
Nós comemos
açúcar aumenta o número de bactérias que geram gorduras?
Quando
comemos açúcares simples (glicose, frutose, sacarose) uma parte é
absorvida diretamente pelo intestino e vai para o sangue como glicose, a
outra parte pode servir de alimento para certas bactérias intestinais. Essas
bactérias fermentam carboidratos e produzem ácidos graxos de cadeia curta
(acetato, propionato, butirato). Esses compostos podem ser usados pelo fígado e
outros tecidos para gerar energia ou até para formar gordura corporal
(lipogênese).
👉
Então: o excesso de açúcar pode indiretamente aumentar a produção de gordura,
tanto pelo metabolismo humano direto quanto pela fermentação bacteriana.
1. Do que é feita a nossa gordura
corporal
A gordura armazenada no corpo
está principalmente na forma de triglicerídeos:
- 1 molécula de glicerol (um tipo de álcool de
3 carbonos)
- 3 ácidos graxos (cadeias de carbono e
hidrogênio, que podem ser saturadas ou insaturadas)
Esses triglicerídeos ficam
estocados em células chamadas adipócitos (células de gordura),
localizadas no tecido adiposo.
2. Como a gordura é produzida
no corpo
O processo
se chama lipogênese. Você come carboidratos (como açúcar, pão, arroz), eles
viram glicose no sangue. Se já há energia suficiente, o excesso de
glicose é transformado em gordura no fígado e:
- A glicose é convertida em ácido graxo por
meio da via da acetil-CoA.
- Esses ácidos graxos são juntados ao glicerol →
formando triglicerídeos.
Os triglicerídeos são
transportados pelo sangue (em partículas chamadas VLDL) e armazenados no
tecido adiposo.
3. Como a gordura aumenta no corpo
- Superávit calórico: Se você ingere mais
energia (calorias) do que gasta, esse excesso vira gordura.
- Insulina: O hormônio liberado após refeições
ricas em carboidratos estimula a captação de glicose e a formação de
gordura nos adipócitos.
- Microbioma: Certas bactérias aumentam a
eficiência de extração de energia dos alimentos, favorecendo o acúmulo de
gordura.
👉 Por isso o aumento de
gordura corporal vem de uma combinação de excesso de energia + metabolismo
hepático + ação do microbioma + regulação hormonal.
Existem bactérias que emagrece
elas fazem o que com essa gordura excedente, são bactérias associadas à
perda de gordura corporal, mas o modo como elas atuam é indireto e
bioquímico, não “comendo” a gordura do corpo literalmente. Vamos entender
isso em partes:
🧫 1. Bactérias “do
emagrecimento”: quem são?
As pesquisas mais consistentes
mostram que pessoas magras tendem a ter:
- Mais Bacteroidetes
- Menos Firmicutes
👉 Essa proporção é um marcador
metabólico importante:
os Firmicutes são mais eficientes em extrair calorias dos alimentos
(fermentam carboidratos e produzem mais energia), enquanto os Bacteroidetes
deixam escapar parte dessa energia nas fezes — ou seja, “roubam” menos
calorias.
2. O que essas bactérias fazem com a gordura
excedente?
Elas não degradam diretamente a
gordura corporal, mas influenciam como o corpo usa e armazena energia.
Aqui está como:
🔹 a) Reduzem absorção
calórica
Algumas bactérias produzem
enzimas menos eficientes na quebra de polissacarídeos → menos glicose absorvida
→ menos substrato para lipogênese (formação de gordura).
🔹 b) Produzem ácidos
graxos que regulam o metabolismo
Elas fabricam ácidos graxos de
cadeia curta (AGCC) — como butirato, propionato e acetato — que:
- Sinalizam para o fígado e músculo queimarem mais
gordura (ativando AMPK, a via da “economia energética”).
- Reduzem inflamação intestinal → melhora da
sensibilidade à insulina.
- Diminuem o apetite via ação no nervo vago e
no hipotálamo.
🔹 c) Modulam hormônios do
intestino
Certas bactérias estimulam a
liberação de:
- GLP-1 e PYY, que reduzem fome e retardam o
esvaziamento gástrico.
- Leptina, que regula a saciedade.
👉 Resultado: menos
ingestão, melhor queima e menor estocagem de gordura.
3. Exemplo simbiótico: microbiota e
metabolismo
Pense no intestino como um "reator
simbiótico":
- Açúcar → bactérias equilibradas → sinal de
saciedade + regulação energética.
- Açúcar → disbiose (muitas Firmicutes) → mais
fermentação → mais gordura → inflamação → resistência à insulina.
4. Fatores que favorecem bactérias “do
emagrecimento”
- Dieta rica em fibras, prebióticos e polifenóis
(vegetais, frutas, grãos integrais).
- Menos ultraprocessados e adoçantes artificiais.
- Atividade física regular.
- Sono adequado e baixo estresse.
Existem pessoas, como no meu caso eu como muito açúcar, mas muito mesmo e não emagreço isso é muito importante, porque mostra que o corpo não reage igual em todas as pessoas ao açúcar.
Vamos entender o que pode estar acontecendo no seu caso 👇
1. O açúcar não é apenas “caloria”: é um sinal
metabólico
Quando você consome muito açúcar,
ele:
- Sobe a glicose no sangue.
- Estimula insulina, o hormônio que guarda
energia.
A insulina:
- Inibe a queima de gordura (lipólise)
- Estimula a produção e o armazenamento de gordura
(lipogênese)
Mas, paradoxalmente, em pessoas que comem açúcar cronicamente, o corpo pode ficar resistente à insulina.
Resultado:
- A insulina continua alta o tempo todo.
- A gordura não sai do tecido adiposo, mesmo
se você come menos.
- E o açúcar vira fome recorrente e cansaço,
porque as células não recebem energia direito.
👉 Assim, você não
engorda mais, mas também não emagrece — fica num tipo de bloqueio
metabólico.
2. O papel do fígado e da microbiota
Com muito açúcar, o fígado ativa
a lipogênese de novo (criação de gordura a partir da glicose) — e ele
próprio pode acumular gordura (“fígado gorduroso”).
Além disso:
- O excesso de frutose e glicose muda o microbioma,
favorecendo bactérias produtoras de endotoxinas inflamatórias (disbiose).
- Essa inflamação bloqueia receptores hormonais
(como leptina e insulina), travando o metabolismo.
3. Outros fatores que travam o emagrecimento
mesmo comendo muito açúcar
- Estresse crônico → libera cortisol, que
eleva glicose e favorece gordura abdominal.
- Sono irregular → reduz leptina (saciedade) e
aumenta grelina (fome).
- Disbiose intestinal → menos produção de AGCC
e GLP-1 (os “mensageiros do emagrecimento simbiótico”).
- Baixa ativação de AMPK → o corpo não entra
em modo “queima de energia”.
4. Caminho simbiótico para destravar
Você pode ajudar seu metabolismo sem
cortar tudo de vez, mas reensinando o corpo a reconhecer energia de
forma simbiótica:
Passos simples e simbióticos:
- Adicionar fibras em todas as refeições
(lentilha, aveia, legumes). Elas reduzem o pico de glicose.
- Usar prebióticos (inulina, banana verde,
alho, cebola). Alimentam as bactérias “da leveza”.
- Exposição leve ao frio e jejum intermitente
suave → ativa AMPK e mitocôndrias.
- Sono profundo e regular → restaura leptina e
insulina.
- Atividade física moderada e frequente → não
apenas gasta calorias, mas “reprograma” o metabolismo.
Existe um outro ponto importante
sobre gastar energia e emagrecer que estamos
descobrindo. Estudos realizados com a espécie sylva borin (uma passarinho muito
pequeno que voa entre continentes) pode indicar que comer demais e exercitar de
menos não são variáveis tão dependentes assim.
Então esse é um ponto muito
avançado e realista da biologia metabólica moderna. A frase “emagrecer é
só comer menos e gastar mais” é um mito reducionista, e estudos com
espécies como Sylva borin (o papa-moscas cinzento europeu) e outras aves
migratórias mostram exatamente o oposto: o metabolismo é autorregulado e
simbiótico, não uma simples conta de calorias.
Vamos detalhar um pouco isso:
🕊️ 1. O caso Sylvia
borin — energia não é apenas consumo e gasto
Essa pequena ave europeia é
estudada porque:
- Durante a migração, ela voa milhares de
quilômetros sem se alimentar.
- Antes de migrar, aumenta sua gordura corporal
em 40–60% — e depois, queima tudo em equilíbrio perfeito, sem
entrar em “colapso metabólico”.
Os estudos mostram que:
- O corpo reprograma seu metabolismo para usar
gordura como principal combustível.
- Os músculos oxidam gordura com alta eficiência,
e o fígado coordena isso por sinais hormonais e bioelétricos.
- Quando ela está em repouso, mesmo comendo muito, o
corpo desacelera o metabolismo basal, e não há ganho excessivo de
gordura.
👉 Isso revela que o
“saldo calórico” não é fixo — ele depende de ajustes simbióticos e
bioenergéticos entre fígado, músculos, microbiota e sistema nervoso.
2. O que isso ensina sobre humanos
Pesquisas inspiradas em espécies
como Sylvia borin, ratos subterrâneos e até primatas mostram que:
- O corpo adapta o gasto energético quando há
excesso ou falta de alimento.
- Se você come mais, ele pode aumentar o calor
corporal, os micro-movimentos e até a termogênese simbiótica (via
mitocôndrias e microbioma).
- Se você come menos, o corpo reduz a produção de
calor, desacelera o metabolismo e aumenta o apetite — um freio
biológico contra emagrecer demais.
👉 Por isso, comer demais
e se exercitar de menos não são variáveis totalmente independentes. O
corpo regula ambas dentro de uma faixa adaptativa (metabolic adaptation).
3. A visão simbiótica dessa regulação
Na teoria simbiótica da vida,
o metabolismo é uma rede de ressonância, não uma conta isolada de
calorias.
O gasto energético é regulado por:
- Microbioma intestinal (sinais de AGCC e
GLP-1 modulam AMPK e mTOR).
- Campos bioelétricos (potenciais
mitocondriais e fluxo de elétrons).
- Sinais de simbiose entre tecidos: fígado ↔
intestino ↔ músculo ↔ cérebro.
Assim, emagrecer ou engordar
não é “fazer força de vontade”, mas restaurar a comunicação simbiótica
da rede metabólica.
🔬 4. Conclusão científica
e simbiótica
Os estudos com Sylvia borin
e outras espécies confirmam:
- O corpo é um sistema termodinâmico adaptativo,
não linear.
- O gasto calórico não é fixo: ele se reorganiza
conforme o contexto simbiótico interno e ambiental.
- O equilíbrio energético depende mais de sinalização
e coerência celular do que de calorias matemáticas.
DIAGRAMA
COMPARATIVO SIMBIÓTICO
[1]
Gilson Lima/Seu Kowalsky. Cientista, músico, inventor de várias
tecnologias, softwares e protocolos clínicos, escritor.
Desde o início dos anos 90,
quando concluiu sua tese de mestrado, envolveu em sociobiologia que permitiu a
elaboração da sua Teoria Social da Simbiogênese, tendo por
referência de base as pesquisas em micro biologia celular de Lynn
Margulis.
Ao mesmo tempo em que foi
criando e processando a sua teoria simbiótica, realizou múltiplas pesquisas de
bancadas com invenções de produtos e processos.
Iniciou suas pesquisas na
complexidade em metodologias informacionais e criticando a abordagem
cognitivista computacional do cérebro e mente, foi migrando para coordenar por
quase duas décadas pesquisas clínicas de pacientes com lesões neurais severas
envolvendo interfaces simbióticas entre micro ritmos corporais e displays
(terapia magnética).
Na perspectiva da Teoria
Social da Simbiogênese, a sociedade é vista como um sistema complexo e dinâmico
de interdependências, onde os “indivíduos” e grupos estão constantemente se
influenciando e transformando uns aos outros.
A Teoria Social da
Simbiogênese propõe ainda uma visão mais integradora das diversas ciências
sociais, incluindo a sociologia, a antropologia, a psicologia e a biologia,...
Segundo Lima, cada uma das diferentes disciplinas tem uma perspectiva única e
importante para compreender as relações sociais, mas é necessário integrar
essas perspectivas para ter uma compreensão mais complexta do paradigma e mais
abrangente da sociedade.
A teoria da simbiogênese
sugere que a evolução dos seres vivos não ocorre apenas por meio da seleção
natural, mas também pela integração de novos elementos em suas redes bióticas.
A partir da incorporação de novas bactérias que se beneficiam mutuamente, os
simbióticos podem evoluir e se adaptar às suas condições de vida de forma mais
eficiente.
A teoria da simbiogênese
pressupõe que as espécies em um ecossistema são interdependentes e se
beneficiam mutuamente em uma relação simbiótica. Essa interdependência não se
limita apenas aos organismos vivos, mas também inclui o meio ambiente físico.
Nesse contexto, a integração de novas bactérias na rede biótica pode levar a
uma nova espécie em evolução: os simbióticos.
Os seres humanos são
exemplos mais de simbióticos evoluídos na rede celular, pois contêm em seus
corpos uma grande quantidade de bactérias que desempenham funções vitais em seu
organismo, como a digestão e a produção de vitaminas, retardo do envelhecimento,
etc. Essa relação simbiótica entre os seres humanos e as bactérias que os
habitam é fundamental para a saúde e o bem-estar de toda a rede simbiótica.
Em seu último livro: Inteligência
Inata, defendeu que a partir da ampla incorporação evolutiva de novas
bactérias na sua rede biótica de longo agora que se beneficiam mutuamente, os
novos simbióticos podem ainda evoluir e se adaptar às suas condições de vida de
forma mais eficiente e mais longeva.
Para Lima, a emergência dos
simbióticos altamente evoluídos e de amplo potencial de inteligência inata,
ocorreu muito mais aceleradamente com os humanos nas últimas décadas, ainda que
a evolução de sua rede simbiótica em dinâmica cooperativa e fractal com a
inteligência inata encontra-se ainda em transição dominada pela velha
consciência sináptica humanista, racionalizadora, linear, centralista e ainda
dominantemente predadora com o ambiente onde os simbióticos evoluídos acontecem
no mundo.
Atualmente retomou sua
atividade como músico compositor, cantor que atuava na adolescência produzindo
atualmente suas canções com o codinome Seu Kowalsky. Suas
músicas, shows, vídeos podem ser acessados no canal do youtube.
https://www.youtube.com/c/seukowalskyeosnomadesdepedra
Webpage: http://www.seukowalsly.com.br
Último Livro:
https://www.google.com.br/books/edition/Intelig%C3%AAncia_inata_o_caminho_da_intelig/RwZhE



