REDESCOBERTA
DA MENTE NA EDUCAÇÃO: Ensino-Aprendizagem ó Ciência da Mente e Educação.
Pesquisador e Coordenador da pesquisa:
Dr. Gilson Lima.
Pesquisadores auxiliares:
Bolsista de Iniciação científica: César Alexandre Rau. Estudante de graduação de História.
Bolsista de Iniciação científica: Vanessa Maria Rampelotto. Estudante de graduação de Terapia
Ocupacional.
Apresentação
do que foram os objetivos iniciais da pesquisa.
1 - Objetivo(s) geral(is) e específico(s) da
proposta;
·
O objetivos Gerais:.
·
O
objetivo principal da pesquisa foi o de identificar, caracterizar e explicitar
os novos desafios e os novos dilemas impostos pelas conquistas das novas
descobertas da mente para a teoria e pratica na produção do saber e na educação
nas sociedades contemporâneas.
·
Estabelecer
conexões e religar conhecimentos entre os avanços empíricos, analíticos e
teóricos dos avanços objetivos nos últimos anos das ciências da mente com as
práticas educacionais para a aprendizagem
na educação em suas dimensões macro físicas, sociais e comportamentais
com as dimensões físico-biológicas.
·
Objetivo Específico.
Nosso objetivo específico foi o de realizar verificações
empíricas e analíticas sobre as implicações das novas descobertas científicas e
tecnológicas da mente para a teoria e práticas na educação nas sociedades
contemporâneas, envolvendo principalmente práticas educacionais no ensino
superior envolvendo os conceitos de memória, inteligência e cognição.
DIAGRAMA BÁSICO DO ENFOQUE!
2 - PRESSUPOSTOS:
2.1
Por que Ciências da mente?
Ciências da mente no plural. Pressupõe que os estados de mentitude operam nas singularidades microcerebral, macroindiviidual e comportamental e na dimensão macrosocial em simultaneidade:
Ciências da mente no plural. Pressupõe que os estados de mentitude operam nas singularidades microcerebral, macroindiviidual e comportamental e na dimensão macrosocial em simultaneidade:
Assim dialogamos com os diferentes enfoques.
A pesquisa se operou
com uma sociologia multidisciplinar das Ciências ó Ciências da Mente
e dialogando com as concepções na história do cérebro (e cerebelo) e da mente;
enfrentando a redução do dualismo x materialismo. Enfatizamos uma síntese
complexa entre: RAZÃO COGNITIVA, EMOÇÃO E MEMÓRIA.
Nossa linguagem é repleta de
dicotomias: natureza versus nutrição; genes versus ambiente; masculino versus feminino; hardware versus software;
conhecimento versus afeto; alma versus corpo; mente Versus cérebro.
Mas será que essas divisões em nossa forma de pensar refletem diferenças reais
no mundo externo, ou seriam o produto da história intelectual de nossa
sociedade? Ou seja, são ontológicas ou epistemológicas? E perceba que também
esta distinção é dicotômica.
Uma maneira de responder essa
pergunta é verificar se sociedades de culturas diferentes fazem o mesmo tipo de
separação. No caso mente versus cérebro, com certeza não: de acordo com
o historiador de ciência Joseph Needham, a ciência e a tecnologia chinesas, por
exemplo, não faziam essa distinção. Embora a separação entre mente e cérebro
seja profetizada na maior parte das tradições greco-judaico-cristãs, só tomou
vulto a partir do século XVII, com o nascimento da ciência ocidental moderna.
Foi então que o filósofo e matemático católico René Descartes dividiu o
universo em dois campos, o material e o mental. Todos os elementos vivos e o
mundo natural que nos cerca, juntamente com a tecnologia criada pelo ser
humano, foram considerados materiais, assim como o corpo humano. Mas a cada
corpo humano foi atribuída uma mente ou alma, assoprada para dentro dele por
Deus, e ligada a ele por meio de um órgão localizado no fundo do cérebro, a
glândula pineal.
A separação foi útil de numerosas
maneiras. Justificava a exploração de outros animais pelos homens, pois aqueles
eram meros mecanismos, não sendo dignos de mais consideração do que a
dispensada a qualquer outro tipo de máquina; exaltava o lugar de destaque da
humanidade dentro do universo, mas apenas no que dizia respeito à alma; os
corpos humanos também podiam ser explorados, e o eram de forma crescente,
através da compra e venda de escravos na América e à medida que surgia a
Revolução Industrial dos séculos XVIII e XIX; as almas podiam ser deixadas para
o culto pastoral dos domingos.
O dualismo cartesiano deixou suas
marcas na medicina, especialmente na parte dela que lidava com a mente. As
desordens e perturbações mentais foram dicotomizadas em orgânicas/neurológicas-
quando o problema era no cérebro - ou funcionais/psicológicas - quando houvesse
algo de errado com a mente. Essas dicotomias persistem ainda hoje em boa partir
da prática psiquiátrica, resultando na divisão da terapêutica em medicamentos
para tratar do cérebro e conversa para tratar da mente. As causas dessas
perturbações são normalmente atribuídas aos domínios da mente (chamadas
"exógenas", como no caso das depressões seguidas de tragédia pessoal)
ou do corpo ("endógenas", provocadas por genes defeituosos ou desequilíbrios
bioquímicos).
Entretanto, conforme se expandiram a
escala e o poder da ciência moderna desde o século XVII, o desconfortável
acerto de Descartes foi posto à prova cada vez mais freqüentemente. A física de
Newton ordenava a movimentação dos planetas e a queda das maçãs.
Antoine-Laurent Lavoisier demonstrou que a respiração humana era um processo de
combustão química, em nada diferente da queima de carvão numa fornalha. Os
nervos e músculos dançavam sob a aplicação das cargas elétricas de Luigi Galvani,
e não pela ação de algum tipo de vontade autônoma. E a evolução darwiniana
colocou os seres humanos lado a lado com outros animais. O reducionismo
militante do materialismo mecânico tornaram-se a ordem do dia.
Em 1845 quatro fisiologistas em
ascensão - os alemães Hermann Helmholtz, Carl Ludwig, Ernst Brücke, e o francês
Emil du Bois-Reymond - fizeram o juramento mútuo de levar em consideração todos
os processos corporais em termos físico-químicos; na Holanda, Jacob Moleschott
foi ainda mais longe, afirmando que o cérebro secretava os pensamentos assim
como os rins secretavam a urina, e que a personalidade era uma questão de
fosfato. Para o campeão do darwinismo, o inglês Thomas Huxley, a mente estava
para o cérebro assim como os apitos estavam para as locomotivas a vapor.
Mais de um século depois, esse
reducionismo constitui o conhecimento convencional de quase toda a ciência.
Muitos acreditam que a ciência mais fundamental é a física, seguida da química,
bioquímica e fisiologia; um pouco mais acima nessa hierarquia estão as ciências
mais "maleáveis" como a psicologia e a sociologia, sendo que o
objetivo das ciências unificadas parece ser transformar todas as ciências de
hierarquia elevada em fundamentais.
Os cientistas com formação em
estudos moleculares são abertamente desdenhosos em relação às pretensões dos
assuntos mais "maleáveis". Em 1975, E. O. Wilson lançou seu famoso
(ou notório, dependendo da perspectiva) texto Sociobiology, the New
Synthesis, no qual afirmava que a biologia evolutiva, juntamente com a
neurobiologia, estava prestes a tornar a psicologia, a sociologia e a economia
irrelevantes; dez anos depois, o decano da biologia molecular, Jim Watson,
estarreceu sua platéia no London Institute of Contemporary Arts com a afirmação de que em
última análise existem apenas átomos. Existe apenas uma ciência, a física; tudo
o mais é serviço social.
John Ecles, vencedor do prêmio Nobel
por seu trabalho na fisiologia das sinapses (as junções entre as células
nervosas), e assim como Descartes um compenetrado dualista e católico,
certamente acreditava nisso, pois veio a argumentar que existia um
"cérebro de ligação" no hemisfério esquerdo, através do qual a alma
pode cutucar as sinapses. Ou será que nos aliamos a Watson, Wilson e outros
precursores do século XIX, tomamos partido dos genes e descartamos o resto?
Como disse um colega bioquímico durante uma conferência para pais de crianças
"com distúrbios de aprendizado", seria nossa tarefa demonstrar
"como desordens moleculares levam a desordens mentais"?
Bem, deixe-me dar minha própria
opinião. Em primeiro lugar, existe apenas um mundo, uma unidade material
ontológica. A alegação de que existem dois tipos de coisas incomensuráveis no
mundo, o material e o mental, induz todo tipo de paradoxo e é insustentável.
Sem entrar em longos debates filosóficos, a simples observação de que manipular
a bioquímica cerebral (com drogas psicoativas, por exemplo) altera as
percepções mentais ou de que o sistema de imagem tomográfica indica que regiões
específicas do cérebro usam mais oxigênio e glicose quando uma pessoa está
concentrada, tentando resolver um problema matemático "mentalmente",
mostra que, enquanto a personalidade é mais do que uma simples questão de
fosfato, os processos que denominamos mentais e cerebrais devem estar ligados de
alguma forma. Portanto o monismo dita as regras, e não o dualismo.
Mas isso não me coloca ao lado de
Watson e Wilson. Há mais o que fazer para compreender o mundo do que
simplesmente enumerar os átomos que o compõem. Para começar, existem as
relações de organização entre os átomos.
Por exemplo, vamos verificar a ideia
de uma sequência de palavras combinadas de modo a formar frases e parágrafos.
Uma análise reducionista poderia decompor o mundo nas letras individuais, e
estas nos componentes químicos da tinta preta sobre o papel. Tal análise seria
abrangente; lhe diria a composição exata desta página; mas nada diria sobre o
significado das letras organizadas em palavras, frases e parágrafos. Esse
significado é aparente apenas em um nível mais elevado de análise, nível este
que consideraria a distribuição espacial da tinta preta sobre o papel, o padrão
existente na ordem espacial das palavras que aparecem na página e a relação sequencial
de cada frase com a próxima do parágrafo. Interpretar esses padrões requer
conhecimento linguístico, e não uma química específica. Portanto, esse novo
nível mais elevado de análise requer sua própria ciência.
Outro exemplo, o estudo da mecânica
dos fluidos requer o uso de propriedades tais como coesão e incompressibilidade
para explicarmos fluxo, vórtice e formação de ondas, sendo que nenhum desses
fenômenos é propriedade das moléculas que formam os líquidos. Semelhantemente,
o cérebro possui propriedades tais como armazenamento e resgate de memória, que não
são encontradas em uma
célula individualmente. Esses aspectos qualitativamente variáveis de um
sistema, em níveis diferentes, são propriedades emergentes, e a biologia está
repleta delas.
Além disso, para que a ordem
espacial das palavras na folha de papel tenha sentido, é preciso que também
haja uma ordem temporal. Em escritas derivadas do latim, começa-se a ler a
partir do canto esquerdo superior da folha, seguindo-se até o canto direito
inferior da mesma. Inverter a ordem resultaria em puro absurdo. A ordem
temporal e de desenvolvimento é uma característica vital em organizações e
processos de nível elevado, o que não é necessariamente o caso dos sistemas de
níveis mais simples, não podendo, portanto, ser vista através de um quadro
reducionista. Digo mais: apenas os símbolos numa página não são suficientes;
para entendermos algo em uma página de prosa, precisamos saber um pouco da
língua e da cultura com as quais essa página foi elaborada, e dos propósitos
para os quais foi escrita. (O que está nessa folha seria a taxonomia de um
peixe, uma receita que estimule uma ode aos prazeres culinários
mediterrâneos?) Um princípio importantíssimo da organização biológica é
indicado por essa simples analogia. Nada em biologia faz sentido a não ser que
esteja dentro de um contexto histórico, da história de um organismo individual
(isto é, seu desenvolvimento) e da história da espécie da qual ele faz parte
(isto é, a evolução).
De fato, a evolução pode ser
considerada, sob alguns aspectos, a história dos eventos emergentes que deram
origem a uma diversidade de organismos, de diferentes formas e comportamentos,
que é uma característica tão evidente do mundo em que vivemos.
Explicar os rabiscos pretos sobre a
página de um livro em termos químicos nos ajuda a entender sua composição; no
entanto, não nos diz nada sobre seu significado como um conjunto de símbolos
ordenados sobre a folha. Explicar não é o mesmo que esclarecer e nenhuma
sofisticação química pode eliminar a necessidade de uma ciência mais elaborada
que esclareça o sentido procurado. Além disso, o programa reducionista ingênuo
oferecido por Watson e Wilson simplesmente não funciona na prática. Existem
muito poucas moléculas elementares mais simples do que aquelas que compõem a
água - dois átomos de hidrogênio combinados com um átomo de oxigênio formando
uma molécula de água. Ainda assim, nem todos os recursos da física seriam
suficientes para prever as propriedades dessa molécula através do conhecimento
das frações dos elementos hidrogênio e oxigênio. A química nunca caberá por completo
dentro da física, apesar de o conhecimento dos princípios físicos iluminar
profundamente a química. E ainda menos caberiam a sociologia e a psicologia
dentro da bioquímica e da genética.
Portanto, a despeito da unidade
ontológica do mundo, nos resta, e sempre restará, uma profunda diversidade
epistemológica. Na analogia bastante conhecida dos cegos descrevendo o
elefante, existem muitas coisas, a saber, e muitos modos de aprendê-las. E
temos muitos tipos de linguagem para descrever o que sabemos.
Vejamos um fato biológico simples,
como a contração que ocorre nos músculos da pata de um sapo quando um choque
elétrico é aplicado sobre eles ou sobre as fibras de um nervo motor. Para os
fisiologistas, essa contração pode ser explicada em termos das propriedades
estruturais e elétricas das fibrilas musculares, tal como observadas num
microscópio e registradas por um eletrodo fixado na superfície do músculo. Para
os bioquímicos, a célula muscular é composta basicamente por dois tipos de
proteínas, actina e miosina, que formam moléculas interdigitadas e
filamentosas; durante a contração muscular, os filamentos de actina e miosina
deslizam uns sobre os outros. Numa linguagem mais simples, somos tentados a
dizer que o deslizamento de actina sobre mio sina "causa" a contração
muscular. Mas essa é uma maneira imprecisa e confusa de dizer. O termo
"causa" implica que algo acontece antes (a causa) e a seguir
desencadeia outra coisa (o efeito). Mas não é verdade que os filamentos de
actina e miosina deslizam primeiro para depois ocorrer à contração muscular. Em
vez disso, o deslizamento dos filamentos é o mesmo que a contração muscular, só
que descrito em linguagem diferente.
E onde fica a dicotomia entre
cérebro e mente sobre a qual comecei a discutir? O cérebro não "causa"
a mente, como sugeriria o tolo materialismo mecânico (como o apito está para o
trem a vapor), nem mente e cérebro são duas coisas diferentes, como afirmaria o
dualismo cartesiano. Em vez disso, temos uma coisa, cérebro/mente, da qual
podemos falar usando duas linguagens diferentes.
Um exemplo: uma das desordens
mentais mais corriqueiras nos EUA e na Europa, hoje em dia, é a depressão. Por
muitos anos, psiquiatras de orientação biológica, psiquiatras sociais e
psicólogos têm estado em palpos de aranhas tentando encontrar as causas da
depressão e sua cura. Ela é causada por desordens no metabolismo de
neurotransmissores, como afirmariam os psiquiatras biológicos, ou pelas
pressões intoleráveis do dia-a-dia? (Um dos segmentos com maiores
predisposições para a depressão são as mães solteiras de baixa renda, vivendo
em regiões urbanas, em condições de insegurança financeira e pessoal). No
primeiro caso, a depressão deveria ser tratada com drogas que afetem o
metabolismo de neurotransmissores; no segundo caso, o tratamento consistiria em
atenuar as más condições sociais e pessoais que causam o distúrbio, ou preparar
a pessoa para lidar com elas. Este é o tratamento indicado pela psicoterapia.
Mas, a meu ver, estas formas de diagnóstico ou tratamento não são incompatíveis.
Se a psiquiatria biológica está
correta, as pessoas deprimidas têm desordens nos neurotransmissores, e se a
psicoterapia funciona, então à medida que alguém se submetesse a um tratamento
psicológico e apresentasse melhoras na depressão a desordem nos
neurotransmissores se autocorrigiria.
Uma pesquisa realizada num instituto
psicoterápico de Londres, onde pesquisadores acompanharam pacientes durante um
ano de tratamento indicaram resultados interessantes e muito bem delineados
contra a grande hostilidade da parte dos psiquiatras e dos psicólogos. Essas
pesquisas mediram tanto a classificação ou avaliação psiquiátrica quanto os
níveis de um dado sistema neurotransmissor/enzima no sangue de pacientes com
depressão por todo um ano. Os pacientes que davam entrada no instituto
sentindo-se deprimidos (e eram classificados como tal no escore psiquiátrico)
apresentavam níveis mais baixos do neurotransmissor do que os indivíduos do
grupo de controle. Após alguns meses de tratamento psicológico, o escore depressivo
havia melhorado e o neurotransmissor voltara a níveis normais. A mudança
bioquímica e a psicoterapia caminharam lado a lado.
A linguagem mental não causa a
linguagem cerebral, ou vice-versa, assim como uma sentença em francês não causa
uma sentença em inglês, embora você possa traduzi-las de uma língua para a
outra. E assim como há regras em uma tradução do francês para o inglês, existem
regras numa tradução do neurologês para o sociologuês ou o psicologuês. O
problema enfrentado pelos
cientistas da mente/ cérebro seria então decifrar essas regras.
2.2
- Educação: Ênfase no Ensino/aprendizagem.
Nos processos do ensino aprendizagem
os estados de mentitude são condicionados, potencialidos e despontencialidados
de acordo com as mobilizações, de recursos humanos e físicos, estímulos ou
desestímulos estéticos para a realização das diferentes praticas de
agenciamento sistemático dos ato de aprender: seja pela reprodução de
conteúdos, de sistematização de informações, de produção de análises, da
criação e desenvolvimento de raciocínios, do bloqueamento e da potencialização
das emoções, do bloqueamento e controle da movimentação e mobilidade corpórea, da
ação do tato, da audição, da atenção, da memória de curto médio e de longo
prazo, da criação e da criatividade aplicada....
São
basicamente três grandes modalidade existentes no ensino aprendizagem e cada ma
dispara e reprime potencialidades situacionais de Estados de mentitude:
1. Modalidade de Aulas Teóricas (Conexão de sentidos,
Mobilização do Corpo: Estados de Mentitude: oralidade, escrita, corpo, atenção,
sentidos)
2. Modalidade de Aulas Experimentais: (Conexão de
sentidos, Mobilização do Corpo: Estados de Mentitude: oralidade, escrita,
corpo, atenção, sentidos)
3. Modalidade de Aulas Demonstrativas (Conexão de
sentidos, Mobilização do Corpo: Estados de Mentitude: oralidade, escrita,
corpo, atenção, sentidos)
A pesquisa de campo visou destacar,
identificar e analisar as singularidades de cada uma das mobilizações de
estímulos e bloqueios de habilidades que condicionam um determinado cenário
dominante de Estado de mentitude no ensino-aprendizagem nos processos
singulares de aprendizagem nas diferentes modalidades: teóricas, experimentais
e demonstrativas.
Para isso fizemos registros etnográficos
sobre práticas e recursos utilizados e em diálogo com as recentes descobertas
das ciências da mente, sobretudo, no que tange a memória, a cognição e a
emoção, cada uma das modalidades.
2.3
- COMPLEXIDADE DOS ESTADOS DE
MENTITUDE PARA A APRENDIZAGEM: Ênfase na singularidade em simultaneidade dos
planos da realidade micro e macro.
Ensino
aprendizagem e os diferentes planos da realidade (unicidade do plano macro
comportamental: visível, palpável, mobilizável. Verificáveis no plano da realidade macro física.
Unicidade do plano micro cerebral –
o célebro como uma entidade física bio-eletro-química altamente complexa em
níveis diferentes de organização: 1m – sistema nervoso central do cérebro aos
receptores; 0,1 m – sistemas de neurônios 0,01 m – mapas; 0,001m – redes 0,0001
m – neurônios; 0,000001 m - sinapses 1 A (Angstron) – moléculas [neurônios,
gliais, localização das redes neuronais, localização memória, mapeamento do
tráfico das emoções, mapeamento das habilidades sensórias, movimentações corpóreas,
linguagens informacionais e químicas, redes comunicacionais, individuação
neuronal,...].
Com uma simultaneidade complexa (dialogamos em simultaneidade com o plano macro e micro da realidade atento as singularidades
em simultaneidade), diferenciação e complementação de cada plano da realidade
observada.
Para isso foi preciso mesclar
temáticas na simbiose dos planos da realidade micro e macro no ensino
aprendizagem. Procuramos potencialidades de diálogos significativos entre os
planos macro e micro nos Estados de
Mentitude para a educação na atualidade.
Então do ensino-aprendizagem no
plano da macro realidade comportamental (individual e social, corpo, comportamento,...)
e do plano do micro comportamento inconsciente da ocorrência das implicações na macro realidade. Nosso foco se
deu:
- Sobre
os sentidos nos estados da mentitude: São apenas 5? Quais os limites, o
que onde e quando se potencializa e ou despotencializa a amplificação
sensorial? Amplificação sensorial pela simbiose entre os sentidos? Qual o
lugar da emoção no ensino formal?
- A
problemática da memória e do esquecimento: A complexidade reside no
esquecimento, no aprender a esquecer e não no aprender a lembrar; os tipos
de memória (operacional, de médio e de longo prazo); sobre a significância
da emoção para a memória;
- O
problema do reducionismo informacional; da redução da abordagem
computacional da mente; a complexidade
da linguagem mental, o reducionismo da modelização material absoluta dos
conteúdos; a mente computacional e a síndrome de Frankenstein;
- O
problema da padronização e a importância diversificação procedimental para
a ação coletiva na individuação (individualizar versus individualismo); da
padronização em busca de médias comportamentais para o detalhamento
heterogêneo dos procedimentos, dos estímulos estéticos, inclusive os
ambientais;
- A
necessidade de potencializar a heterogeneidade e a diversidade dos
diferentes estados de mentitude individuais e coletivos nos processos de
ensino-aprendizagem; a importância dos detalhes, do planejamento estético;
a valorização da incidência das insignificâncias no aprender; os limites e
potencialidades da sala de aula, os limites e potencialidades dos déficits
de presença nas modalidades de ensino à distância; a significação da
vivência presencial para a complexa maturação emocional;
- A
problemática do aprender pelo espelhamento (reprodução) e a criação,
quando o novo é novo? Produção de insigths e racionalizações; criação e
criatividade aplicada. A significância da experimentação reflexiva.
3 – Sistematização Final
Atualmente existem nas falas e nos
silêncios das ciências da mente e neurociência sobre a possibilidade de cooperação e busca de soluções para as questões dos dualistas que separam o corpo
da mente e maior diálogos com os monistas que não admitem sua separação e, até os trialistas, – não
muitos infelizmente - que além do corpo e da mente criaram a esfera do
mundo da cultura (ecossistema).
Na própria ciência, há muito que o
mecanicismo é coisa do passado. As leis rigorosamente deterministas de Newton
ainda se aplicam a uma faixa estreita da realidade física, mas já não estão no
centro do pensamento físico. Também como modelo mais geral da realidade, o
mecanicismo revela-se hoje extremamente limitado. Nas palavras do escritor
dominicano Thomas Berry, atualmente julgamos que, sob a sua influência que “a mente humana viveu nos limites mais
estreitos que já experimentou”.[1]
Freud é monista como
Golgi, Pavlov, Cajal, Golgi (profeta do conceito de sinapse), Bralemberg, o
espanhol Furter e tantos outros.
Os dualistas como Descartes (mais
conhecido deles), Sherrigton (que demonstrou o conceito de sinapse); Eccles prêmio
nobel, Popper... Muitas vezes o silêncio serve para identificar os
neurocientistas como dualistas (cérebro -físico x mente -alma).
As teorias da mente se dividem em
três diferentes formulações: 1) holistas – que acreditam que a mente é um
problema não demonstrável; 2) Pessimistas – ainda estamos num momento muito
difícil que falta saber elementos significativos e claros; 3) Realistas que
afirmam que já existem soluções importantes sobre o problema da mente e que o
problema é compreendê-la.
Hoje muitos neurocientistas
conhecidos que estão recuperando o Freud fisiologista, principalmente, o Freud do
fim da vida. Famoso monista, mas que nos blindou com a descoberta do imenso inconsciente
qe nos governa. Um dos mais conhecidos teóricos neurofreudianos é o português
Antônio Damásio. Esses teóricos acreditam que é possível recuperar muitas
idéias de Freud ainda que não se possa explicá-las ainda cientificamente[2].
Pensamos não apenas que é possível
estudar, conhecer e demonstrar nossos conhecimentos sobre a mente, como também
é necessário envolver o estudo da mente numa abordagem mais ampla da ecosfera educacional
nas sociedades contemporâneas para também sugerir novas perspectivas e caminhos
para a produção social e a produção do própria de conhecimento.
4 - Conhecimento contexto histórico e
verdade:
Mesmo
uma pretensa análise da realidade infinita que uma mente humana finita pode
realizar repousa na presunção tácita de que somente uma porção finita dessa
realidade constitui objeto de investigação científica.
Sorrimos complacentes para
Aristóteles quando ele propõe uma causa eficiente e uma causa final para os
terremotos; Troveja o céu por ser preciso que haja silvos e bramidos quando o
fogo (interno da Terra) é extinto, e também (como sustentam os pitagóricos)
para ameaçar as almas no Tártaro e enchê-las de medo.[3]
Aristóteles é apenas mais uma vítima
da influência do tempo e da história sobre o conhecimento. Esse é um dos papeis
da Educação, colocar em contato a exposição do conhecimento coma vida social.
Francis Bacon. Empirista britânico,
que nos primórdios da ciência moderna no Século XVII foi um dos primeiros a
sistematizar o método científico por inferência indutiva demonstrou logicamente
a existência de sete planetas no cosmos a partir de várias aparições do número
sete no cenário epistemológico da cultura européia do Século XVII.
A
verdade depende dos sentidos ou apenas da razão? Quantos sentidos possuímos?
Como eles operam quando acontecemos no mundo juntos e ou separados? Antes da
dissecação do corpo para estudos empíricos só o visível é real. Depois
acreditamos que só o que víamos dissecados era real. Nada de energia, muito
menos elétrica. Nada era visível. Os cientistas dissecavam o corpo abrindo um
motor. Só poderiam mesmo ver as peças, as amarras, as juntas, o líquido parado.
A película dessa energia misteriosa que opera em simbiose o corpo não era
detectável aos olhos curiosos. Sentidos era apenas a interação física entre os
buracos que conectavam o mundo interno da máquina corpórea ao mundo externo visível.
Vejamos um ilustre e muito importante cientista inglês defensor da verdade empírica
Francis Bacon:
“Há sete janelas dadas aos animais
no domicílio da cabeça, através dos quais o ar é admitido no tabernáculo do
corpo, para aquecê-lo e nutri-lo.
Quais são essas partes do
microcosmos? Duas narinas, dois olhos, dois ouvidos e uma boca. Da mesma forma,
nos céus, como num macrocosmos, há duas estrelas favoráveis, duas
desfavoráveis, dois luminares e Mercúrio, indeciso e indiferente. A partir
dessas e muitas outras similaridades na natureza, tais como os sete metais,
etc. que seria cansativo enumerar, concluímos que o número de planetas é
necessariamente sete”.[4]
O conhecimento envolvido apenas em
práticas educativas escolares implicou numa rigorosa separação entre o mundo da
vida social e do sujeito que investiga e aprende de um lado e o objeto ou
objetos dos conhecimento de outro, bem como, implicou numa divisão rigorosa e
seriada entre campos do saber da ciência, da filosofia e da arte impedindo uma
adequada aprendizagem que envolvem os processos integrativos desses campos no
conhecimento.
Existem genericamente duas maneiras
de tratar o conhecimento para os que separaram o sujeito do objeto. A primeira
é o idealismo e a segunda o empirismo.
No idealismo o conhecimento é
produzido a partir das condições a priori
existentes no sujeito cognoscente, que vai indagar o objeto, para nomeá-lo,
classificá-lo, enfim, para conhecê-lo, adaptando-o às suas condições inatas. Há
uma longa trajetória do pensamento ocidental de Platão, Hegel e Descartes, onde
a razão é entendida como “a faculdade essencialmente humana”.
No empirismo, o objeto produz no
sujeito o conhecimento a partir das exigências que eles estabelece no seu meio.
Nesse sentido, não há condições a priori para
que haja conhecimento, mas sim, que a razão forma-se pelo conjunto do sujeito
com a realidade exterior. (John Locke, George Berkeley e David Hume).
Como se a mente fosse um papel em branco,
desprovido de qualquer caractere, sem nenhuma ideia ou vida interna, não
consciente e muito menos visível. Pela prática da experiência que a mente seria
preenchida, através de um estoque de variedades de informações e conhecimentos.
Essa visão dualista, racionalismo e
empirismo, sujeito e objeto, natureza e cultura ajudou a difundir por
especializações uma produtividade intensa do conhecimento, mas trouxe muitos
problemas para nosso entendimento do mundo.
Tanto idealismo pode estar correto
quando afirma que há condições a priori que caracterizam o pensamento como o
empirismo pode também estar correto ao afirmar que o conhecimento só acontece
nas experiências ocorridas no meio externo.
O importante discutir aqui não é se
uma concepção sobrepuja a outra, mas analisar os problemas nessas formulações
epistemológicas dualistas. Seja no idealismo, seja no empirismo, permanece a
separação entre sujeito e o objeto do conhecimento.
O processo de conhecimento é
dinâmico e de certa forma tautológico. Só é possível se conhecer o conhecido,
isto é, o homem só conhece o que ele próprio pode entender o mundo que ele
acontece, e não um homem reduzido em si mesmo e fora de um mundo que está fora
dele. Nesse processo, porém, o conhecimento vai recebendo as influências da
cultura que o homem cria e onde também é criado, formando uma circularidade de
mútua dependência. A história da cultura depende do conhecimento que o homem
constrói sobre ela, da mesma forma que sua razão de ser humano decorre do fato
de ter nascido no meio social que vai marcar sua condição de humanidade.
Ao separar o sujeito do objeto,
estabelecemos uma concepção de universo que só é possível existir ou realizar
nas deferentes ações que nasçam do sujeito ou que sejam impregnadas pelas
experiências acontecidas o seu meio. É como seno Universo não existisse
conhecimento sem o pensamento humano.
Uma visão antropocêntrica que denunciei, muito antes mesmo de iniciar minhas pesquisas com cérebro, aprendizagem, reabilitação:
... A terra girou para nos aproximar. Não gira como
nos indicou a “revolução copernicana”,*
que nos revelou estranhamente, que nosso planeta gira, mas que o homem não. Muitos e muitos cientistas do mundo ocidental centraram-se nessa crença,
na qual renascia um potente, ainda que imóvel, e poderoso homem decifrador
moderno.
Agora, o moderno homem imóvel - ao centro, muitas
vezes acima e, quase sempre, ausente - construiu um sistema de mundo já dado
como estruturado, sem diferenciação de espaço e sem tempo. Portador de uma
linguagem geral – da ciência moderna – descreve e traça as linhas de
particularidades do cosmos, revelando as leis da natureza e a funcionalidade
dos objetos e das coisas.
Surgem massas inanimadas atravessadas por forças de
interação gravitacional em movimentos e trajetórias circulares e elípticas, que
vão até ao infinito do finito. Ao mesmo tempo, desconsidera as diferenciações
do espaço, a presença perturbadora do tempo e os efetivos limites constitutivos
do mundo natural.
Junto com a prepotência racional dos modernos e a
cada grande explicação do mundo, revelávamos seus segredos mecânicos de
funcionamento e desnudávamos pequenas e grandes descobertas, mas deixávamos de
ver-nos juntos e dentro desse mesmo mundo.
A ampliação de nossa prepotente visão do mundo era
proporcional ao tempo do longo sono que dormimos tranqüilamente junto com os
modernos cientistas e, assim, éramos também incapazes de junto com eles,
pensarmos acordados, ou seja, estávamos acima e, ao mesmo tempo, ausentes desse
mesmo mundo que pensávamos estar revelando.
No entanto, uma
perturbação ronda o tranqüilo sono da ciência. Descobrimos, agora, que estamos
imersos simbioticamente nesse giro copernicano, que fazemos parte dele e
giramos juntos com a Terra, dentro de um iô-iô cósmico em expansão e dispersão,
em complexa auto-organização. A Terra gira ao redor de si mesma e também dentro
de nós, unindo-nos, finalmente, nesse fantástico sonho de vivermos a vida numa
dança cósmica. (Gilson Lima, 2005: 05). [5]
Assim homem moderno descobriu que o
mundo em que ele acontece gira. Porém, esqueceu que ele gira junto em symbios
com esse mesmo mundo para a evolução da nossa espécie viva ou para sua degradação.
Para os modernos, todo o
conhecimento par ser verdadeiro, deve ser reproduzido em diversas instâncias e
em diversas formas que compõem a realidade e, se possível, repetido
universalmente, garantindo seu nome, sua classe e sua série. Somente a ciência
poderia realizar essa tarefa, procurando e demonstrando hipóteses operadas por
um rigoroso raciocínio lógico, utilizando, sobretudo, o poder da matemática que
se tornou praticamente a linguagem da natureza.
Hoje, podemos verificar um encéfalo
em plena vitalidade através de sofisticados métodos que permitem ao mesmo tempo
verificar a dimensão complexa singularidade da dimensão microfísica da
realidade cerebral em simultaneidades com uma complexa ação macro física
comportamental. Isso tem implicações de vulto para a ciência da mente.
Entrar o cenário epistemológico da
complexidade implica em compreender que o conhecimento, qualquer que seja ele,
é limitado e não oferece garantia absoluta de compreensão completa e definitiva
da realidade.
O que concluímos é que precisamos de
um novo pensar profundo sobre viver em sociedade e como educar numa sociedade complexa.
Também precisamos de novas práticas educativas para a produção de conhecimentos
borrados em diferentes saberes e com integração potencial da arte e da ciência.
A sociedade do conhecimento, que
vive cada vez mais da economia do conhecimento necessita de novas práticas contaminadas
de compreensão profunda das singularidades e diversidades do humano e do não
humano, do aprofundamento das limitações de nossa existência viva através de
nossa cultura e crenças.
O futuro pertencerá sempre aos
sonhadores. Aqueles que teimam em querer ser mais do que a realidade presente
nos apresenta.
Palavras Finais
Palavras Finais
Nosso complexo encéfalo[6]
está – quase todo - em formação sempre.
Nosso encéfalo então nasce, cresce,
desenvolve e degrada-se como qualquer órgão corporal, mas sua plasticidade é surpreendente.
Mesmo quando fisicamente para de crescer, não para de complexificar-se.[7]
Nosso encéfalo é uma estrutura
física complexa. É uma realidade biofísica que é orgânica, molhada, úmida, não
é uma realidade seca e morta. Quando está vivo e em plena atividade
(vitalidade) nosso encéfalo é também envolvido por uma sofisticada rede
elétrica de circuitos e de comunicação informacional e de pensamentos que fluem
numa velocidade impensável para nossos medidores atuais, apesar de operar em
baixa frequência medida em hertz, mas é também uma rede de comunicação química
e, o mais interessante não é um órgão estático.
Assim como no Universo, muito do
ingrediente básico da vitalidade de nosso encéfalo é a energia, uma energia em
constante movimento, gerando atividade elétrica. No entanto, mesmo sendo a
velocidade do pensamento atualmente imensurável, nosso encéfalo produz um sinal
eletromagnético razoavelmente de baixa frequência medida em hertz num eletroencefalograma.
O mais forte dos sinais eletromagnéticos do corpo humano é gerado pelo coração.
A intensidade do sinal do coração é 40 a 60 vezes mais intensa do que a do cérebro.
O entanto a simbiose energética em nossos estados de mentitude é bem complexa.
Emoções negativas como medo, frustração, raiva ou tensão diminuem intensamente a
coerências das ondas eletromagnéticas do coração.
Isso faz com que o sistema
mente-corpo perca energia. Emoções positivas como amor, cuidado, compaixão e
estima, ao contrário, aumentam a coerência dessas ondas. O equilíbrio e o
desequilíbrio entre apenas esses dois subsistemas (encéfalo e coração) é
extremamente significante também para a geração das memórias de longo prazo.
Viver em estado permanente de
embrião é termos sempre presente a deformação do nosso próprio embrião. Isso
nos torna, ao mesmo tempo, fragilizados e potentes na escuta do sensível diante
dos atravessamentos do mundo. Os adultos são supostamente pessoas acabadas,
fechadas, construídas. Os adultos são tentados pelos jovens com as suas
imperfeições, com as suas irresponsabilidades e com as suas capacidades de se
aventurarem frente ao novo – até mesmo ao leviano.[8]
É na metamorfose da forma – que tenciona mudar a própria forma – que encontramos o segredo da escuta do sensível. Ao estarmos colados à nossa própria forma, o mundo reduz-se e submetemos nosso viver a uma constante escassez de mundo.
A abordagem da mente é indissociável e inseparável da sua dimensão física é fundamental para entendermos os estados de consciência e a imensidão do inconsciente em complexidade. Nenhuma variável é separada da outra. Como nos diz, Roger Penrose (físico, matemático, filósofo da ciência), nossos cérebros não são computadores. Nossos bio fótons se encontram em esboroamento de sistemas e não se reduzem a variáveis isoladas. O pensamento é um sistema complexo não separado da auto-organização da matéria, ou seja, a imaginação pensante não se reduz à energia mental elétrica e mecânica produzida por seus processos de ligações e religações ondulatórias subjacentes. Pensar é exercitar trocas e lutas em auto-organização produtiva do pensamento também integrado no mundo e na natureza.
As ondas captadas e radiadas pela matéria cerebral permitem interpretar e auto-organizar a realidade pela consciência, isto implica que o vir a ser da auto-organização não é separado da matéria cerebral. A linguagem não pode ser separada das partículas e corpúsculos de ondas e bio fótons geradores de consciência. O cérebro é matéria formada por ondas que pela complexidade auto-organizada dessa mesma matéria e espírito torna-se consciência. O cérebro permite a matéria se auto organizar em consciência é uma gênese complexa do processo organizacional (sociologia, ecologia, física,...).
Todavia, é necessário estarmos atentos ao que nos lembra Baudrillard que o novo também assume máscaras para se camuflar, de que vivemos num mundo onde cada vez mais existe informação disponível e cada vez menos sentido[9]. Por que então uma forma se esconde? Camufla-se? O que a forma aprisiona?
Aqui se encontra um dos maiores desafios da imaginação criativa: liberar a vida e não deixá-la ser novamente aprisionada, ensurdecida e cega – onde ela se encontra escravizada; devolver a criação estética da existência e não apenas enclausurar aprisionar a arte de viver em locais que expressam muito bem o que nos lembrou o falecido músico e poeta Cazuza: “num museu de grandes novidades”. Clausuras que querem nos retiram do espaço público efetivo e nos impõe a convivermos em novas ou em velhas instituições de prisões, como shopping centers, condomínios fechados, guetos e novas tribalizações plastificadas onde multidões enchem “templos” de consumo em ajuntamentos protegidos dos reais e efetivos ruídos e choros de um mundo industrial que ao mesmo tempo em que se decompõe e precariza seu tecido social permite que de sua crise de realização complexa não emerja o novo e que apenas nos impele a aderir e emoldurar o “novo” em novas petrificadas subjetividades que são muito artificialmente fabricadas.[10]
Enfim, para preservar um estado de inacabamento embrionário, temos que romper a segurança das fortalezas que nos aprisionam e reencontrarmos a significância da fraqueza reveladora da força criadora. É preciso enfrentar, para isso um tipo específico de gorda saúde cognitivista, conteudista, auto-suficiente, pronta, construída que é uma doença que nos deixa anestesiados e reducionistas, ou seja, nos torna em seres escassos dos ruídos do mundo.[11]
É na metamorfose da forma – que tenciona mudar a própria forma – que encontramos o segredo da escuta do sensível. Ao estarmos colados à nossa própria forma, o mundo reduz-se e submetemos nosso viver a uma constante escassez de mundo.
A abordagem da mente é indissociável e inseparável da sua dimensão física é fundamental para entendermos os estados de consciência e a imensidão do inconsciente em complexidade. Nenhuma variável é separada da outra. Como nos diz, Roger Penrose (físico, matemático, filósofo da ciência), nossos cérebros não são computadores. Nossos bio fótons se encontram em esboroamento de sistemas e não se reduzem a variáveis isoladas. O pensamento é um sistema complexo não separado da auto-organização da matéria, ou seja, a imaginação pensante não se reduz à energia mental elétrica e mecânica produzida por seus processos de ligações e religações ondulatórias subjacentes. Pensar é exercitar trocas e lutas em auto-organização produtiva do pensamento também integrado no mundo e na natureza.
As ondas captadas e radiadas pela matéria cerebral permitem interpretar e auto-organizar a realidade pela consciência, isto implica que o vir a ser da auto-organização não é separado da matéria cerebral. A linguagem não pode ser separada das partículas e corpúsculos de ondas e bio fótons geradores de consciência. O cérebro é matéria formada por ondas que pela complexidade auto-organizada dessa mesma matéria e espírito torna-se consciência. O cérebro permite a matéria se auto organizar em consciência é uma gênese complexa do processo organizacional (sociologia, ecologia, física,...).
Todavia, é necessário estarmos atentos ao que nos lembra Baudrillard que o novo também assume máscaras para se camuflar, de que vivemos num mundo onde cada vez mais existe informação disponível e cada vez menos sentido[9]. Por que então uma forma se esconde? Camufla-se? O que a forma aprisiona?
Aqui se encontra um dos maiores desafios da imaginação criativa: liberar a vida e não deixá-la ser novamente aprisionada, ensurdecida e cega – onde ela se encontra escravizada; devolver a criação estética da existência e não apenas enclausurar aprisionar a arte de viver em locais que expressam muito bem o que nos lembrou o falecido músico e poeta Cazuza: “num museu de grandes novidades”. Clausuras que querem nos retiram do espaço público efetivo e nos impõe a convivermos em novas ou em velhas instituições de prisões, como shopping centers, condomínios fechados, guetos e novas tribalizações plastificadas onde multidões enchem “templos” de consumo em ajuntamentos protegidos dos reais e efetivos ruídos e choros de um mundo industrial que ao mesmo tempo em que se decompõe e precariza seu tecido social permite que de sua crise de realização complexa não emerja o novo e que apenas nos impele a aderir e emoldurar o “novo” em novas petrificadas subjetividades que são muito artificialmente fabricadas.[10]
Enfim, para preservar um estado de inacabamento embrionário, temos que romper a segurança das fortalezas que nos aprisionam e reencontrarmos a significância da fraqueza reveladora da força criadora. É preciso enfrentar, para isso um tipo específico de gorda saúde cognitivista, conteudista, auto-suficiente, pronta, construída que é uma doença que nos deixa anestesiados e reducionistas, ou seja, nos torna em seres escassos dos ruídos do mundo.[11]
[1]
BERRY, Thomas. The Dream of the Earth. São Francisco: Sierra Club Books,
1990, p. 134.
[2] Saiu uma matéria sobre essa
recuperação do pai da psicanálise Freud, como neurologista. o para a
neurologista, na American Scientific número 25, junho de 2004. O interessante é
que a matéria foi seguida de uma outra produzida por J.
Allan Hobson afirmando taxativamente de que continua
bastante suspeito para a neurologia. O que demonstra o grande receio que Freud
ainda provoca na comunidade científica acadêmica.
[3] GOULD, Stephen. Jay. Seta do Tempo,
ciclo do tempo: mito e metáfora na descoberta do tempo geológico. São Paulo:
Companhia das Letras, 1991: 81.
[4] Francis Bacon:
Selection of his Works. Citado
in: ALVES, Rubem. São Paulo: Edições Loyola, 10ª Edição. 2005: 16.
*
Relativo a Nicolau Copérnico, astrônomo
polonês que publicou sua obra maior "Das
revoluções dos corpos celestes". Nessa
obra, diferentemente da tese adotada
pela Igreja Católica durante toda a Idade Média, de que a Terra era o centro do
Universo e era fixa, Copérnico, defendeu a teoria de que a Terra se
move em torno do Sol e não o contrário.
[5] LIMA, Gilson. Nômades de Pedra:
teoria da sociedade simbiogênica, 2005: 05. Porto Alegre: Escritos, 2005. P. 05.
[6] Importante: Falar em encéfalo em
vez de cérebro aqui é proposital, pois por um problema de tradução para o português
o encéfalo foi reduzido ao cérebro, deixando de lado assim a pequena medula
espinhal e quase um terço do encéfalo que é composto também pelo cerebelo.
[7] Alguns neurocientistas defendem e demonstram
também o fenômeno da neurogênese. Trata-se da possibilidade de mesmo quando
adulto o encéfalo criar até mesmo novas células neuronais. Já sabemos que os
caminhos e os trajetos de conectividade especialista que envolvem as intrincadas
conexões neuronais podem ser alteradas, mas trata-se, nesse caso, de uma ideia
onde neurônios que padecem, possam ser também substituídos por novos, o que dotaria
o encéfalo de ainda mais complexidade e os estados de mentitude de um elevado e
permanente estado embrionário.
[8] LIMA, Gilson. Nômades de Pedra:
teoria da sociedade simbiogênica, 2005: 05. Porto Alegre: Escritos, 2005. P.
329.
[9] BAUDRILARD, Jean. Simulacro e Simulação. Lisboa: Relógio
d’ Água. 1991, p. 104.
[10] LIMA, Gilson. Nômades de Pedra:
teoria da sociedade simbiogênica, 2005: 05. Porto Alegre: Escritos, 2005. P.
308-309.
[11] PALBEART, Peter Pál. A Vertigem por
um fio: políticas da subjetividade contemporânea. São Paulo: Iluminuras, 2000,
p. 63-65.
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