Dr. Gilson Lima
Cientista em Reabilitação. Pesquisador de Acessibilidade CNPQ-Ortobras. gilima@gmail.com
A nova geração
de nativos digitais cresceu imersa em tecnologia que continuamente se torna
mais poderosa e compacta, literalmente, o ciberespaço em seus bolsos. Eles
processam multitarefa e paralelo com facilidade e seu acesso à estimulação
visual e auditiva programou seus cérebros a desejar gratificação instantânea.
Neurocientistas na Universidade de Princeton descobriram que nosso cérebro usa
diferentes regiões para equilibrar recompensas de curto prazo e de longo prazo.
Quando tomamos decisões que instantaneamente gratificam as nossas necessidades,
o centro emocional do cérebro no sistema límbico assume. Mas essas regiões têm dificuldade
de pensar para o futuro e os circuitos neurais nos centros lógicos do
cérebro no lóbulo frontal e córtex parietal são necessários para nos tirar
do estressado estado permanente de recompensa.
O bombardeio de estimulação digital em mentes em
desenvolvimento os ensinou a responder mais rapidamente, mas eles codificam a
informação de maneira diferente da mente dos mais velhos. Nativos digitais
tendem a ter menor atenção, especialmente quando confrontada com as formas
tradicionais de aprendizagem. Esta jovem geração high-tech realiza mais de uma
tarefa ao mesmo tempo constantemente, baixando músicas para seus celulares,
Smartphones, iPods e enviando mensagens instantâneas para seus amigos enquanto
fazem o dever de casa. Seus jovens cérebros em desenvolvimento são muito mais
sensíveis à entrada do meio ambiente do que os cérebros mais maduros.
Ironicamente, são as mentes mais jovens que não apenas são as mais vulneráveis
à influência alteradora de cérebros como também é a mais exposta a ela de modo menos consciente, mas ativa.
Pesquisas apontam que os jovens estão gastando mais e mais tempo e
expondo seus cérebros para todas as formas de novas mídias. Um estudo de 2005,
da Kaiser Fundation e universidade de Stanford, com mais de duas mil crianças e
adolescentes com idade entre 8 e 18 anos descobriu que as exposições diárias
totais de mídia haviam aumentado ao longo dos últimos cinco anos, de 7 horas e
29 minutos para 8 horas e 33 minutos. Hoje adolescentes estão gastando mais
tempo online do que uma jornada completa de trabalho de oito horas por dia
expondo seu cérebro à tecnologia digital. Por gastar tanto tempo olhando e
interagindo a-simbioticamente com uma tela de computador ou de televisão, estes
jovens não estão solidificando de modo complexo as vias neurais que seus
cérebros precisam para desenvolver tradicionais habilidades de comunicação face
a face e o uso indiscriminado da Web reduz a hermenêutica de profundidade e sua
realização acadêmica e interfere com suas vidas sociais. Cada hora a mais de
tela sedentária por dia - modelada apenas pela recompensa - aumenta o peso e também adoece.
Festina Lente então. Apressa-te, mas lentamente.
Festina Lente então. Apressa-te, mas lentamente.
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