Veremos de que no
mundo das tecnologias informacionais nada se compara ao poder de fogo dos
satélites militares. Os satélites Sigint (Signal Intelligence), por
exemplo, são destinados a interpretar as comunicações em rádio e celulares,
foram redirecionados, assim como os satélites-espiões capazes de obter imagens
de alta resolução.
A história
registra, em todos os grandes conflitos, o aparecimento de engenhosidades e
tecnologias traduzidas em armas ou
engenhos realizados por mentes brilhantes que desempenham um papel importante
no curso das operações militares. Por exemplo, na Guerra Franco-Prussiana, de
1870, os franceses inauguraram, com grandes esperanças, o fuzil Chassepot, que
tinha um alcance superior ao do fuzil alemão; sua derrota mostrou -lhes os perigo s
de uma falsa avaliação. A grande novidade dessa guerra, entretanto, não foi um
armamento, mas a ampla utilização da rede
ferroviária pelo Exército de Bismarck, mobilizando e concentrando rapidamente
milhões de homens na fronteira, como nunca antes ocorrera.[1]
Porém,
o Século XX foi de longe o mais assassino na história registrada. Na Primeira Guerra
Mundial (1914-1918), o carro de combate e o avião como apoios para a infantaria
tiveram sua estréia, ainda tímida. A Segunda Guerra (1939-1945), foi reveladora
de invenções e engenhos como o submarino, tanques terrestres de longo alcance,
potentes metralhadoras portáteis. Porém, nada foi tão impactante na Segunda
Guerra quanto o aparecimento da bomba atômica que suplantou
todas as expectativas em relação a armas de destruição. Também, a Guerra do
Golfo (1991), maletas móveis que se conectavam em satélites inaugurou a guerra como espetáculo televisivo e os mísseis
de direção eletrônica e teleguiados, deram uma amostra das inovações produzidas
pela alta tecnologia militar.
Muito
deste massacre destrutivo devemos a ciência e o que de melhor dispomos de
inteligência humana no planeta em aliança com a industria da morte. O número
total de mortes causadas por ou
associadas a guerras no século passado foi estimado em 187 milhões, o
equivalente a mais de 10% da população mundial em 1913.[2]
Sem
desconsiderar a crueza do choque realizado pelos ataques ao World Trade Center
e ao Pentágono em 11 de setembro, eles foram apenas um cisco no olho desta
barbárie mortífera. O que queremos destacar aqui é que os sonhos mais das mais
“avançadas mentes” e dos melhores cientistas provenientes de algumas
universidades, sobretudo a partir da segunda grande guerra mundial,
mesclaram-se com as mais amplas possibilidades de financiamento e experiências
oferecidas por um exército de um país altamente industrializado: Os Estados
Unidos. Desta articulação de
interesses nasceu uma mortífera aliança destrutiva.
Ao longo
do século, isto implicou um ônus da
guerra ainda maior para os civis, que não eram apenas suas vítimas, mas cada
vez mais o objeto de operações militares ou
de ações militares-políticas. O contraste entre a Primeira Guerra Mundial e a
Segunda é dramático: apenas 5% dos que morreram na Primeira Guerra eram civis;
na Segunda Guerra esse número subiu para 66%. É geralmente suposto que de 80% a
90% daqueles afetados por guerras hoje sejam civis. A proporção aumentou desde o fim da Guerra Fria porque a maioria das
operações militares desde então tem sido conduzida não por Exércitos
conscritos, mas por grupos bem pequenos de tropas regulares ou irregulares, em muitos casos operando armas de
alta tecnologia, oferecendo grande proteção contra a possibilidade de receber
baixas.
Para
ilustrar esta aliança da inteligência com a destruição e a morte, vejamos três
exemplos singulares:
1º) na
segunda grande guerra mundial envolvendo a criação do computador;
2º) um ou tro envolvendo a guerra de informações de
satélites na guerra do Afeganistão;
3º) por último o que a nova guerra dos
Estados Unidos e da Inglaterra contra o Iraque podem estar para nos revelar
neste sentido.
1 . A criação do computador
Comecemos
então com o conhecido exemplo, da aliança na segunda grande guerra entre
grandes mentes que se integraram às amplas possibilidades de financiamento de
destruição, originando dessa conjunção a invenção e o nascimento do computador.
No final da segunda grande guerra, os estrategistas da
moderna guerra destrutiva, já tinham se convencido que quem ganharia o grande
conflito não seria quem detivesse a maior e mais qualificada infantaria e sua
pesada artilharia terrestre. A guerra seria decidida pelo domínio da tecnologia
de projétil à distância. Até aqui tudo bem, o problema é que este domínio
implicava numa grande demanda por inúmeros cálculos rápidos. Regular
ângulos do tiro a distância exigia mensuração de diversos como: vento,
temperatura, etc...() Era preciso calcular entre 2.000 a 4.000 trajetórias
possíveis. Cada trajetória exigia 750 multiplicações de 10 algoritmos. Neste
sentido, para acelerar as necessidades de implantar mais rapidamente os
cálculos das tabelas de balística, foi criado nos Estados Unidos em 1938 o BRL
- Ballistic Research Laboratory . A demanda da guerra era 40 tabelas semanais e
o BRL produzia apenas 15. A produção destas 15 tabelas inicialmente se dava
através de “calculadoras humanas”, geralmente mulheres parentas de
militares que lutavam na guerra e que tinham domínio das operações matemáticas
simples.
O primeiro passo para se
aproximar do desafio de calcular todas as variáveis de um projétil desde o seu
lançamento até e, sobretudo, antes dele atingir o alvo começou a ser conquistado com um projeto secreto
envolvendo as Forças Armadas Norte Americana e alguns cientistas da Moore
Scholl: como o analisador diferencial
de Vannevar BUSCH (foto ao lado). Este analisador, acelerava os
cálculos e executava operações complexas com muita rapidez e anunciava que a
era do sonhado computador estava próxima. Por exemplo, uma tabela completa
demandaria 3 Séculos para ser completada com um ser humano trabalhando
sozinho, de modo manual em 8 horas diárias. Com as mesmas oito horas diárias,
um ser humano com uma máquina de calcular levaria 12 anos para executar
esta mesma tabela completa. Porém, com o analisador diferencial, nesta mesma
jornada, um ser humano levaria apenas um mês.
Alguns
anos mais tarde, um projeto envolvendo renomados cientistas e matemáticos sob a
coordenação militar criaram pela primeira vez uma máquina que realizaria a tão
sonhada façanha de calcular todas as tabelas completas antes mesmo do alvo ser
atingido por um míssil. O nome desta super calculadora, muito próxima da idéia
dos modernos computadores era: ENIAC - Electronic Numerical And Calculator. Ela pesava 30 toneladas, ocupava mais de 100
metros quadrados, empregava cerca de 18.000 válvulas e 5 milhões de pontos de
solda. Ela efetuava 4.500 cálculos por segundo, um assombro para época. Porém,
esta supercalculadora tinha um poder de processamento não superior a uma mísera
calculadora que qualquer estudante civil usa num bolso. (Veja foto acima e abaixo).
O ENIAC não tinha monitor,
teclado ou disco e interface com o
usuário se limitava a algumas dezenas de interruptores, através do qual
ligava-se e desligavam-se os bits na memória principal, e ou tras tantas lâmpadas que informavam o resultado
obtido. O processo de alterar suas
instruções necessitava ser ajustado a milhares de chaves e conectar centenas de
cabos.
O BRL contratou os melhores cientistas para que eles
desenvolvessem uma supercalculadora chamada de ENIAC. Entre estes
cientistas se destacava o matemático Von Neumann. No entanto, durante o projeto ENIAC, apesar da sua grande capacidade de
cálculo, alguns cientistas deste projeto se deram conta de que o futuro não pertenceria às calculadoras. Não
demorou muitos anos para que o
exército americano e o inglês financiassem o primeiro computador em operação,
realizando o sonho de muitos cientistas, ou
seja, a conquista de construírem um modelo reduzido de cérebro humano.
Hoje todos os mais complexos super computadores, projetos de computação
quântica, etc. com seus poderosos poderes de processamento se encontram apenas
sob domínio de pou cas potências
militares ou com projetos sob
supervisão militar, e quase todos, têm como finalidade servir à guerra.
2. A guerra de informações de satélites na guerra do
Afeganistão
O
segundo exemplo foi à disputa pela informação, mais precisamente as disputas
pela divulgação ou não de imagens de
satélites entre as agências civis de notícias e as forças armadas dos Estados
Unidos, na guerra no Afeganistão.
Por
mais que seja verdade que o armamento de alta tecnologia tenha tornado possível
em alguns casos restabelecer uma distinção entre alvos civis e militares e,
portanto, entre combatentes e não-combatentes, não há razão para duvidar de que
as principais vítimas da guerra continuarão a ser civil. E, mais, o sofrimento
de civis não é proporcional à escala ou
à intensidade das operações militares.
As
Convenções de Haia de 1899 e 1907 codificavam as regras da guerra. Conflitos
deveriam acontecer primariamente entre Estados soberanos ou ,
se ocorressem dentro do território de um Estado em particular, entre partidos
suficientemente organizados para que fosse aceito o status de beligerância por
parte de ou tros Estados soberanos. A
guerra deveria ser agudamente distinta da paz, por uma declaração de guerra em
uma ponta e um tratado de paz na ou tra.
Assim,
as operações militares deveriam distinguir claramente entre combatentes
-identificados pelos uniformes que usassem ou
por ou tros sinais que indicassem
pertencer a uma força armada organizada e civis não-combatentes. A guerra
deveria ser entre combatentes. Não-combatentes deveriam, tanto quanto possível,
ser protegidos em época de guerra. Sempre se entendeu que essas convenções não
cobriam todos os conflitos armados civis e internacionais, e notadamente não
cobriam aqueles que surgiam da expansão imperial de Estados ocidentais em
regiões que não se encontrassem sob a jurisdição de Estados soberanos
internacionalmente reconhecidos, ainda que alguns desses (mas de maneira
nenhuma todos) conflitos fossem conhecidos como "guerras". As
Convenções de Haia serviu como guias na Primeira Guerra Mundial, mas ao longo
do tempo ela foi sendo desconsideradas.
É de
conhecimento geral de que a tecnologia de satélites envolve muito elevado
conhecimento e alta tecnologia e são pou cos
os países que dominam a tecnologia de sua construção e é ainda muito menor o
clube de países que possuem autonomia de colocar um satélite no espaço. O
Brasil, por exemplo, já constrói alguns tipos de satélites, mas precisa dos
Estados Unidos para colocá-los no espaço. Ao fazerem isso, quase sempre, os
países dependentes assinam termos de submissão, onde por exemplo, em caso de
guerra as informações capturadas por estes satélites podem ser interceptadas ou redirecionadas pelos americanos, e só a eles cabe
a decisão da divulgação de suas fotos e informações capturadas.
A questão é que os satélites
comerciais são muito inferiores em potencia e precisão informacional que os
militares espiões. Por exemplo: O Keyhole foi colocado com auxílio do foguete
lançado na base da Força Aérea de Vandenberg na Califónia no espaço (dezembro de 1976). Este
satélite é equipado com uma câmara digital Keyhole (buraco de fechadura), capaz
de registrar com alta resolução objetos de cerca de 10 cm de comprimento na
superfície terrestre. Outros satélites também foram utilizados no conflito
contra o Afeganistão: O Orbimage-4, colocado em órbita um pou co antes da guerra (2001) é um satélite de sensoriamento
remoto, que possui uma câmara capaz de capturar imagens da superfície terrestre
em 200 diferentes regiões do espectro. Também, o Quickbird (lançado em outubro de 2001), operado pela
Digitalglobe, foi colocado também rapidamente em órbita antes do conflito
afegão tem uma capacidade limitada, entretanto, ele é capaz de observar
detalhes superiores a 1 m.
Na época do conflito com o
Afeganistão, o EUA “comprou
compulsoriamente” os direitos de todas as imagens do Afeganistão e das áreas
vizinhas tomadas pelo satélite de alta resolução, inclusive o Ikonos, operado
por uma empresa privada. Na verdade, essa aquisição era totalmente
desnecessária, pois pelas leis americanas, em caso de guerra o Departamento da
Defesa tem poderes legais para exercer o "controle de obturação"
sobre os satélites civis lançados dos EUA, mas para evitar conflitos com as
operadoras privadas, as fotos foram apenas adquiridas.
Convém
salientar, que o satélite Ikonos (lançado em setembro de 1999 - o primeiro de resolução de 1 a 4 metros por pixel), tem uma tecnologia já considerada
ultrapassada por cerca de dois anos. Ele fornece imagens em preto e branco
capazes de visualização de objetos de 1 m de comprimento. Ele também pode tomar
imagens em cores com uma resolução menor, da ordem de 4 m.
Os
detalhes nas imagens do Ikonos tinham mostrado uma linha de
treinamento da rede de AI-Qaeda em
marcha entre os campos de Jalalabad. Segundo diversos relatos, a decisão
de obstruir o acesso às imagens dos satélites civis foi adotada pelo governo um
pou co antes do início da guerra, após a divulgação na mídia de pesadas perdas
civis próximo a Jalalabad.
O Pentágono assim
procedeu com o objetivo de impedir que as informações fossem confrontadas pela
mídia, que procura colher dados sobre perdas civis nas imagens do Ikonos
e das ou tras empresas
vendedoras de imagens espaciais. A ação que levou
o Pentágono a recorrer à compra com exclusividade dos direitos sobre todas as
imagens do Ikonos, por exemplo, foi vista como uma precaução e clara
expressão de uma nova modalidade tecnológica de guerra centrada no controle das
informações e sua divulgação.
3. A nova guerra dos Estados Unidos e da Inglaterra
contra o Iraque
Por últimos vejamos
o exemplo do que poderá nos revelar a guerra do Iraque na aliança da
inteligência para a destruição. Hoje, existe uma enorme curiosidade sobre as
novas armas e engenhos que a tecnologia bélica norte-americana e de seus
aliados apresentará nesta tão anunciada guerra contra o Iraque. Em que pese o
clima de segredo tentado pelo Pentágono, algumas informações têm vazado pelos
técnicos e chegado ao conhecimento de revistas especializadas.[3]
Ao que tudo indica,
a principal nova arma deve ser um engenho eletromagnético que exige muita
inteligência e tecnologia. Ele é lançado por mísseis aéreos, que despeja
microondas sobre a região-alvo. Essas microondas provocam o colapso total das
ligações elétricas ou eletrônicas da
área atingida. A defesa e a atividade urbana ficam imobilizadas -silenciam-se
todos os telefones, rádios, aparelhos de fax e computadores. A defesa militar
fica completamente bloqueada. Não há como transmitir uma ordem, acionar um
míssil ou fazer um avião levantar
voo. Nesse cenário, é provável que a população civil entre em crise de
estupefação e confusão.
Isto nos faz
lembrar a Internet. Ela surgiu também como um projeto militar. A Internet é filha da Guerra Fria e a rede começa a nascer na década de 60, quando o
Departamento de Defesa Norte Americano imaginou
uma maneira de proteger o sistema de comunicações em caso de ataque nuclear,
pois as estações de rádio, de televisão e telefônicas são os primeiros alvos de
um bombardeio. Os militares achavam que os Estados Unidos eram muito
vulneráveis a um ataque nuclear soviético. Os laboratórios militares americanos
também sentiam a necessidade de compartilhar de forma segura informações
sigilosas, armazenadas em computadores espalhados pelo país.
Assim, dirigiram
seus esforços para um projeto que, sem o controle centralizado do poder
público, pudesse em caso de uma catástrofe nuclear, reorganizar as comunicações
no país. Em 1964, um pesquisador chamado Paul Baran com recursos militares,
projetou uma rede
de computadores, que é à base da Internet até hoje. Ela não tinha uma central
de controle de informações. A rede
continuaria funcionando mesmo se algumas de suas partes fossem atingidas. Outra
questão fundamental na sua concepção era a de que as mensagens eram divididas
em pacotes e enviadas em partes, para aumentar a segurança. Paul Baran concebeu
uma rede de computadores na qual
cada máquina seria capaz de orientar o trabalho das ou tras,
independentemente.
Essa ideia de
dividir as mensagens trata-se de uma técnica engenhosa. Os pacotes tomariam
rotas diferentes para chegar ao mesmo destino. Se um trecho fosse destruído, os
pacotes pegariam ou tra rota.
Diferentemente da invenção da Televisão, onde o usuário é um telespectador sem
acesso a modulação da informação recebida, na Rede imaginada por Baran todos os
pacotinhos devem se encontrar com o destinatário, onde seriam reunidos na ordem
certa. Este é o conceito básico que faz a Internet ser o sucesso que é até
hoje.
Hoje (2003) a Internet
interliga residências, universidades, empresas e o comércio mundial em mais de
150 países. São milhões e milhões de computadores que se ligam à Rede Numérica
Mundial a cada mês. Ela cresce numa cifra pessimista de cerca de 30% ao ano. Já em 2003 (na época desse artigo) a cada dia cerca de 130.000 novos usuários pulam para dentro da rede . Nenhuma ou tra
forma de comunicação na humanidade cresceu tão rápida. Por exemplo, em julho de
1995, o tráfego da Internet no Brasil era movimentado apenas por 50.000
usuários espalhados entre algumas universidades e institutos de pesquisa. Hoje
somos o quinto país em número de internautas - navegadores linkados - nesta
nessa imensa teia digital chega quase à casa dos 10 milhões e cresce
diariamente.
Porém, com a nova tecnologia a ser
testada, a Internet deixa de ser uma estratégia militar de reconstrução. Pois
não são os pontos físicos de transmissão de informações que são destruídos é o
próprio espaço informacional.
Algumas pesquisas e
experiências com essa bomba de microondas já foram realizadas há três anos, nos
laboratórios da base aérea de Kirtland, nos EUA, e só recentemente os técnicos
conseguiram ajustar o sistema avião-míssil-bomba.[4]
As “expectativas” de especialistas do Pentágono são
que as novas armas de microondas vão revolucionar os conceitos de guerra,
principalmente porque visam inutilizar equipamentos, sem vitimar os homens.
Imagem - Simulação
da conectividade mundial na Internet/Web. A maior rede de informações até o presente da história humana.
A defesa militar do
Iraque dispõe de elevado efetivo terrestre - cerca de 3 milhões de homens
mobilizados, dos quais 1 milhão está instruído e armado. Quanto às forças aérea
e naval e aos modernos engenhos eletrônicos, a inferioridade é tão grande que
nem merece comparação. A vontade férrea de resistir revelada por Saddam Hussein
não terá condições de suportar esses ataques gigantescos, apoiados pela mais
alta tecnologia - a não ser que ele possua e empregue as supostas armas de
destruição em massa.
É por isso que os
EUA (na época desse artigo - 2003) tinha cerca de 150 mil soldados espalhados por territórios próximos das
fronteiras iraquianas, no Kuait (maior efetivo), no Qatar, na Turquia e na
região habitada pelos curdos. Se junta a esses efetivos alguns milhares de
ingleses e australianos.
É claro que um
engenho convencional (não-nuclear), por mais surpresa que cause, não pode
decidir a sorte de uma guerra. Também, massificação de minas terrestres e
explosões suicidas como a de refinarias de petróleo comandadas por Saddan
tornando-as inoperantes por anos sua operação pode ser fatais à reconstrução
pretendida pelos vitoriosos. Porém armas como a bomba de microondas são sinais
suficientes que apontam para a superioridade do mundo atual, dos que cada vez
mais detém a imaterialidade complexa do conhecimento e sua operacionalização tecnológica
diante da velha matéria realizada por uma disciplinada infantaria aparelhada.
Enfim, novamente um conflito desta proporção estará nas mãos da aliança entre
inteligência e indústria da morte. Para quem não acredita que a ciência só
emancipa, temos aqui uma questão social e ética relevante.