Temos afirmado a eletricidade é apenas um veículo da energia. Vamos caminhar para o fim das ligações físicas, cabos, das radiações do Wi-Fi, do Bluetooth etc. e mesmo a edição genética. Isso será passado e não vai demorar muito.
As memórias magnéticas físicas do magnetismo preso na eletricidade está sendo descortinado pelo entendimento tão sonhado controle do magnetismo com luz.
Esse controle à distância pode viabilizar inúmeras aplicações, incluindo a interface com as comunicações celulares das redes bióticas que podem ser lidas e gravadas de maneira muito mais rápida e não computáveis como as memórias atuais.
Já se sabia que os éxcitons podem ser gerados e controlados pela luz, mas a coisa se mostrou diferente no material no qual a equipe estava trabalhando, o trissulfeto de fósforo-níquel (NiPS3).
Os éxcitons neste material são bastante únicos, pois são acoplados ao magnetismo no sistema, por exemplo.
Excitando esses éxcitons, podemos realmente manipular o magnetismo no material.
Um ímã funciona por causa de uma propriedade dos elétrons chamada spin, mas num pulso de luz faz com que cada uma das pequenas "agulhas" no NiPS3 gira. Os spins rotativos ficam então sincronizados e formam uma onda que se espalha por todo o material, conhecido como onda de spin, que é a base de toda a spintrônica - ao usar o spin dos elétrons, a spintrônica vai além da eletrônica, que é baseada em sua carga.
O controle do magnetismo pela luz não age diretamente sobre os átomos do material, mas sobre quasipartículas chamadas éxcitons, formadas quando uma carga negativa (elétron) se une a uma carga positiva (lacuna) sem que ambas se destruam - graças aos "mistérios" da mecânica quântica, o elétron e a lacuna ficam conectados e podem se "comunicar" um com o outro por meio de interações eletrostáticas.
A capacidade de criar ondas de spin em um material antiferromagnético pode viabilizar futuros componentes de memória de computador capazes de ler ou escrever informações de maneira muito mais rápida do que aquelas baseadas apenas em eletrônicos e sem toda a parafernália de fios.
Forma rara de matéria
O que se observa quando o NiPS3 exposto a pulsos intensos de luz, é que ele se transforma em um estado metálico de condução, mas mantém seu magnetismo original - naturalmente o material é um isolante, um condutor e um material que não conduz eletricidade.
Isso acontece porque a luz faz com que os éxcitons colidam uns com os outros e se separem em seus constituintes: elétrons e lacunas.
Essas quasipartículas móveis não interagem com os spins dos elétrons que participam da onda de spin, de modo que o magnetismo é mantido. Por que?
Porque o magnetismo é uma energia livre. Suas trilhas nao são editaveis como na física da matéria terrestre típica, a eletricidade é apenas um veículo. Editar na eletricidade é editar na energia presa.
A trilha magnética é outra interface. Outra dinâmica e não editavel fisicamente só pode ser manipulada em trilhas magnéticas livres.
Os experimentos estão chegando lá. O problema ainda é o peso do velho paradigma.
Quando falo no velho paradigma falo do paradigma moderno da comunicação celular por edição cirúrgica direta - por exemplo- o da cognição que não vai muito longe (cognição para mim é sinônimo de computação). A ideia primitiva da viagem de foguetes por impulsão, por combustão que não vai além da cerca. A visão gravitacional que só desce... todo esse velho paradigma. Velho paradigma que inclui não só energia, mas a comunicação da vida.
Bibliografia:
Artigo: Exciton-driven antiferromagnetic metal in a correlated van der Waals insulator
Autores: Carina A. Belvin, Edoardo Baldini, Ilkem Ozge Ozel, Dan Mao, Hoi Chun Po, Clifford J. Allington, Suhan Son, Beom Hyun Kim, Jonghyeon Kim, Inho Hwang, Jae Hoon Kim, Je-Geun Park, T. Senthil, Nuh Gedik
Revista: Nature Communications
Vol.: 12, Article number: 4837
DOI: 10.1038/s41467-021-25164-8
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