quarta-feira, 16 de setembro de 2020

O Planeta com Febre Alta

Gilson Lima

Desde  Gaia, Geia ou Gé (em grego: Γαία, transl.: Gaía), a mitologia grega, nos mostra a Mãe-Terra como um ente integrado.

  O primeiro a entender e indicar de modo  macro e mais sistemático a vida enquanto Planeta Vivo - pelo que sei - foi Leonardo da Vinci. No entanto, foi a abordagem de Lynn Margulis  descrita no livro: O planeta simbiótico - Uma nova perspectiva da evolução que se ampliou a consciência dessa perspectiva.





Esse livro feito para que o público leigo possa se inteirar da nova onda gerou ainda mais intensamente uma silenciosa revolução que aconteceu no meio acadêmico mundial.

A visão simbiótica aponta e atira, preferencialmente, contra o dogmatismo acadêmico.
A Biologia sofreu abalos em seus mais profundos alicerces. O epicentro deste terremoto pode ser descrito em uma palavra - simbiose. Por causa dela estão sendo revistas à genética, a evolução celular e as explicações científicas para a origem da vida.
Nosso Planeta é simbiótico. Não é só uma formação rochosa inorgânica. É vivo. Com todo um macro sistema de proteção a fragilidade da vida (atmosfera, etc...).

Hoje, sabemos mais precisamente quando a vida apareceu na superfície da Terra, mas como surgiu essa pequena película complexa em nosso planeta, ainda é um evento coberto de muitos mistérios. É do conhecimento da ciência que a vida existente hoje, tenha começado há cerca de 3,5 bilhões de anos. No entanto já foram encontrados estruturas microcelulares, com tamanhos e formas de bactérias modernas em rochas sedimentares com 3,8 bilhões de anos de idade. Então, parece razoável supor que a vida já existia nessa época.  Na escala geológica, esta é uma faixa bem estreita – de 200 a 500 milhões de anos, no máximo.

Tomemos, pois, como referência que a vida tenha começa há 3,5 bilhões de anos, com seres unicelulares que se assemelham a bactérias e algas, e chega à arrebatadora diversidade de formas vivas atuais, incluindo nós. A Terra é apenas um bilhão de anos, mais velha do que os primeiros registros de vida já descobertos. Se compararmos a idade da Terra à de um homem de sessenta anos, veremos que a vida surgiu rapidamente em nosso planeta. O tempo que foi necessário para que a vida aparecesse da Terra pode ser comparado com o tempo que um ser humano demora para atingir hoje a adolescência.

A vida sem cooperação de longo agora não evolui (simbiogênese). Não estamos cooperando nada com nosso Planeta vivo. Ele está com febre. Agravou ainda mais quando o padrão de consumo ocidental está se universalizando com China, Índia,... 

Nos tornamos ainda mais uma bactéria antibiótica, patogênica para  o planeta..

Imagine o que o Planeta fará para combater a febre.
Nosso futuro? De um longo agora?.... Será Vênus? Será uma Lua?  Temos esse "poder" de aniquilar a vida? Ao contrário, nossa mediocridade bárbara e predadora está nos levando ao suicídio, mas não da vida, mas de nossa espécie.
A metáfora da febre criei a partir da visão de Matrix de um lado a turma da técnicociência transformando nossa espécie em mera bateria orgânica (vida)  para Androides e sistemas maquínicos e cibernéticos assimbióticos e não numa diração para uma espécie evoluída de mesclados cyborgues simbióticos.  

De outro a catástrofe da queima do estoque de oxigênio por motores, máquinas e mecanismos de combustão em escala planetária nesse padrão de  moderno consumo industrial. 
O predador não evoluído é como bactérias patogênicas que atacam a cooperação da nossa rede simbiótica e, no caso, da rede simbiótica do Planeta.. Infeções, febres e efeitos colaterais são consequências de um planeta febril.

Qual o futuro de um LONGO AGORA da nossa espécie em proliferação predadora?

No esforço de tentativa de dar uma amplitude a simbiogênese como uma teoria social que tenho feito, defendo que é preciso enfrentar algumas noções ainda limitadas e submersas da ecologia, em teorias do desenvolvimento (com adjetivo de ser ou não sustentado, etc.).

 Não precisamos de desenvolvimento, mas de reciclar nossa relação com o planeta. É preciso enfrentar também a noção de meio ambiente.  O symbios (quando a vida acontece no mundo) acontece junto sempre com o mundo. Não existe um meio ambiente lá e um "sujeito racional" aqui. Estamos dentro. Fazemos parte da rede simbiótica em cooperação ou conflito.  

As abordagens de muitas tribos primitivas eram simbiogênicas. Um dos conceitos tribais de homem branco era: "aquele que caga na água que bebe". 

Antes de derrubarem uma árvore eles colhiam os galhos podres.....  O homem "racional" desenvolvimentista acredita que o meio ambiente seja apenas recursos ilimitados para seus interesses egocêntricos. É o tal de humanismo. O homem emoldurado em si mesmo.

Não somos humanos, somos uma espécie simbiótica complexa em transformação permanente. Estamos como estamos (humanos - se somos) por estarmos agora e não por que somos ou seremos. Não fomos antes e nem serremos "humanos" no futuro. O ponto de mutação do salto civilizatório não é tecnológico e ou do conhecimento, mas quando rompermos com a gênese do predador e voltarmos a complexidade de nossa inteligência para a cooperação com a rede da vida planetária num LONGO AGORA. É isso ou o suicídio da espécie mais complexa e inteligente que esse planeta já acolheu - até agora. 

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