Com
o grau de conectividade social que conquistamos nesse país – principalmente - nos
últimos dois anos onde vivemos uma proliferação intensa máquinas de Turing de
bolso, de smart phones e da rede pública de Wi-fi gratuitos, numa estrada da
rede integrada, a rede midiática convencional se alarga em loops.
GILSON LIMA
"O que em mim sente está pensando" (Fernando Pessoa)
Dr. Pesquisador. Professor Universitário. Inventor. Músico.
Porto Alegre. BLOG http://glolima.blogspot.com
Nós velhos sedentários da velha infovia, caminhamos agora em conjunto com novos nômades, conectados também, em MOVIMENTO, RAPIDEZ E MULTIPLICIDADE de telas em interação com o mundo onde acontecemos.
Vivemos hoje uma espécie de instantaneidade “hipnótica”, chupada inteiramente pelas interações e simbioses com as máquinas de processamento lógico com TVs, vídeos, rádios, computadores andando em múltiplas infovias óticas, constituindo um trânsito intenso de imagens, sons e textos na velocidade da luz, durante 24 horas por dia, compondo uma espécie de telecomando universal ondulatório, que vai interagindo com físicos sistemas estáticos e, de baixa interatividade, da modernidade simples.
GILSON LIMA
"O que em mim sente está pensando" (Fernando Pessoa)
Dr. Pesquisador. Professor Universitário. Inventor. Músico.
Porto Alegre. BLOG http://glolima.blogspot.com
Nós velhos sedentários da velha infovia, caminhamos agora em conjunto com novos nômades, conectados também, em MOVIMENTO, RAPIDEZ E MULTIPLICIDADE de telas em interação com o mundo onde acontecemos.
Vivemos hoje uma espécie de instantaneidade “hipnótica”, chupada inteiramente pelas interações e simbioses com as máquinas de processamento lógico com TVs, vídeos, rádios, computadores andando em múltiplas infovias óticas, constituindo um trânsito intenso de imagens, sons e textos na velocidade da luz, durante 24 horas por dia, compondo uma espécie de telecomando universal ondulatório, que vai interagindo com físicos sistemas estáticos e, de baixa interatividade, da modernidade simples.
Vivíamos
– antes -, na lentidão de um trem elétrico encapsulado em desk-tops: aquelas máquinas com teclado, vídeo catódico e torres
pesadas e pintadas em cores de ovo ou gelo. Um padrão fordista de Pc-IBM de
máquinas Turing. Éramos sedentários na rede. Claro que, na época, tratava-se de
uma evolução democrática incrível, mas essas máquinas eram colocadas numa mesa
e blindadas ali. Nós também. Estávamos condenados, a ficar parados. Nossos sistemas
de pensamento eram estáticos. É verdade que tínhamos muito mais conversas entre
nós, além dos chats e grupos de discussões nas redes que criávamos.
Éramos
uma geração sedentária nas redes sociais com sistemas sedentários e que agora
está se integrando e andando na rede com os novos nômades simbióticos,
multifacetados, ágeis, rápidos, múltiplos, abertos, mas despolitizados,
despreparados para a lenta e trabalhosa erudição, para a sabedoria e tolerância
da lentidão do mergulho na profundidade do acontecimento de vivermos em
sociedade. Eles estão aprendendo a fazer política na rede. Nós aprendemos nas
ruas. Eles aprendem rápido. Inclusive, os caminhos que não devem seguir.
Emerge
um Brasil com uma sociedade meio nômade, meio sedentária, mas intensamente
conectada. As implicações no nosso mundo da vida é vertiginoso. Uma imensa rede
de expansão de nossos estados de mentitude se conectam em redes e de modo cada
vez mais intenso tanto local, como global e como cada vez mais complexo.
O
Brasil está se olhando na rede. Olhamos para o espelho (on-line) e não gostamos
do que vemos. Nós mesmos!
Vemos
e sentimos espasmos caóticos improdutivos e destrutivos; horror e irrupção da
violência; velhos fundamentalismos; velhos e novos dogmatismos, intolerâncias
étnicas; emergência de máfias por toda parte, onde o velho estado deixou de
existir e intervir e novas guerras santas e profanas descortinam-se em cenários
que ninguém jamais vira a nu.
Assim,
após o otimismo expansionista e determinista das conquistas e a confiança no
progresso tecnológico atingimos nosso ponto mais alto e caímos como que num
repente inesperado, num mergulho interminável no vácuo, como num loop de acrobacia aérea, que oscila entre picos rápidos
de elevação e quedas de pressão, conhecida como forças gravitacionais (as
forças G).
As forças G são as
forças gravitacionais mensuradas e calculadas pela resistência à pressão e à
velocidade – principalmente - nos corpos humanos. As forças G podem ser
positivas ou negativas. As positivas (muito próxima de quatro G+) atuam nas
lombadas, nas partes baixas dos trajetos e nas voltas verticais das montanhas
russas; e as G negativas atuam nas descidas onde todos os nossos órgãos do
corpo se sentem como se estivessem de cabeça para baixo e sem peso.
Há quatro G+ o
nosso peso fica quatro vezes maior do que o seu peso normal, geralmente, é o
limite utilizado pelos engenheiros que constroem as montanhas russas. O corpo
humano reage mal à força G. Acerca de seis G+ maiorias das pessoas começam a
ter sangramentos no nariz; a cerca de dez G+ maiorias das pessoas desmaiam e a
quatorze G+, provavelmente morrem. No entanto, existem pessoas viciadas em
forças G+ e G-. Muitas acrobacias aéreas realizadas em aviões chegam a produzir
alguns movimentos de até dez G+ e é necessário para sua execução - por parte do
piloto - todo um cuidado para não desmaiar. O mesmo ocorre quando um desses
aviões fazem movimentos de descida vertical, com forças G- que podem causar ao
corpo humano muita dor e que exige também muita preparação e resistência para
suportá-las.
As aceleradas
mudanças tecnológicas do loop, embora
causem vários desequilíbrios nas sociedades mais desenvolvidas que as
encabeçam, também canalizam para elas os maiores benefícios. As demais
sociedades são arrastadas de roldão nessa torrente, ao custo da
desestabilização de suas estruturas e instituições, da exploração predatória de
seus recursos naturais e do aprofundamento drástico de suas já graves
desigualdades e injustiças.
Ainda
bem que no Brasil estamos querendo alterar nossa imagem espelhar. Uma revolução
cultural nos fura filas, mal educados, individualistas, nas ideias intolerantes
fora de lugar, no mercenarismo provinciano. A política está em pleno processo
de aculturações múltiplas de ser e fazer. A dimensão mercenária está perdendo
seu combustível. Estamos nos dando conta de que enquanto acreditamos em modelos
falidos de pena prisional, tratamos presos como ratos, assim como bem tratamos
e polimos nossas crenças dogmáticas e nossas certezas rasteiras. Despejamos
doentes em fila de espera, levamos soldados de proteção, deseducamos nossas
crianças abandonadas em galpões precários, consideramos nossos velhos como
custo de orçamento, levamos nosso Estado para gastar em uma guerra estúpida,
mas lucrativa para os fabricantes de armas e tantas coisas de reinos e
sociedades primitivas.
Nunca
o mundo foi tão rico e nunca foi tão desigual. Esse país tem a oitava economia
do mundo e não tem sequer uma classe média, tamanha a energia egocêntrica dos
predadores de cima, e seus amigos especuladores globais, que vivem visitando nosso
Cassino, sem muito interesse de fortalecer laços produtivos de longo agora.
Progresso
tecnológico não indica evolução cultural, moral, muito menos, sabedoria múltipla,
complexa e livre. Precisamos primeiro romper com as nossas entranhas de
predadores e não agirmos como se ainda estivéssemos na caverna só que agora com
nossos brinquedinhos eletrônicos.
Pensar
de modo complexo, como rede em simbioses complexas em telas e corpos cada vez
mais conectados, não é tarefa fácil. Facilitar sim. Mesmo que tenha que repetir
velhas receitas e tenha que desmentir minha análise cinco minutos depois.
Viva
o Brasil. Estamos começando a bocejar. Isso já é um grande motivo para
comemorar. Estamos acordando e melhor, estamos mantendo padrões de base:
democracia, fortalecendo INSTITUIÇÕES PÚBLICAS DO PAÍS, um espírito de
comunidade com intensa singularidade e individuação, contra o velho individualismo
ou coletivismos autoritários e intolerantes.
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