segunda-feira, 17 de março de 2014

ENTREVISTA GILSON LIMA => Exoesqueleto, Henry Ford, energia e reabilitação!

ENTREVISTA À JORNALISTA: Marina Goulart (UNESP – São Paulo). fevereiro 2014
Dr. Gilson Lima. Sociólogo clínico, pesquisador e cientista em reabilitação.




1. Como e onde começaram os estudos sobre exoesqueletos humanos?

Exoesqueleto é um conceito que trazemos da biologia. Os animais, segundo a biologia, podem ser artrópodos (exoesqueleto) ou vertebrados (endoesqueletos). A diferença aqui é entre ter esqueleto externo e esqueleto interno. Imaginem um caracol. Tudo que se encontra dentro do caracol está protegido pelo seu exoesqueleto (aquela casca dura que achamos ser a casinha dele).
Nós seres humanos acabamos, de um jeito ou de outro, ao longo da nossa evolução, levando os ossos para dentro do corpo e criamos uma complexa massa externa de frágeis fibras que permitem muita flexibilidade, excitação de sensibilidade. Porém, para que isso aconteça ficamos muito frágeis. Sem precisar sequer sair de casa, expomos nossa fragilidade corpórea aos perigos da aventura do viver. A complexidade da vida está na capacidade de movimento. E os humanos são muito complexos por que seus movimentos são possíveis por seus ossos não estarem à mostra. Por outro lado isso nos torna altamente frágeis. Por decorrência dessa complexidade para os humanos simplesmente viver no dia a dia se torna uma grande aventura de risco.
O estudo da possibilidade de integrarmos exoesqueleto nos seres humanos está vinculado a lesões que afetam nossa mobilidade. Minha abordagem de exoesqueleto é muito ampla e não inclui apenas máquinas de reabilitação robotizadas como se tornou mais conhecido atualmente pela pesquisa tecnológica.

Assim, podemos encontrar o uso de talhas para imobilizar um desconforto físico na antiguidade. Eram feitas de bambu, folhas, cascas etc. As primeiras evidências do uso da imobilização com finalidade terapêutica apareceram em talas para imobilizar partes do corpo com fraturas encontradas em corpos mumificados, que datam de 2750 a 2625 antes de Cristo.  Imagem =====>
Em 1517 (imagem ao lado esquerdo), temos registros de uma órtese já bem sofisticada feita de metal com o formato de um braço e que tinha ajuste da posição na articulação. Porém, os estudos e as pesquisas na área de lesões da medula iniciaram-se como uma das consequências da primeira e segunda guerra mundial em razão do surgimento de um grande número de mutilados das guerras mundiais onde cerca de 80% dos lesionados morria por falta de cuidados bem básicos de reabilitação.


Em minhas pesquisas tenho trabalhado com o conceito do exoesqueleto aplicado na reabilitação de paraplégicos. A Argo Medical Technologies (Alemanha e Israel) foi uma das pioneiras na linha dos exoesqueletos para reabilitação de paraplégicos. Desde 2008 o exoesqueleto tem sido considerado uma linha de atuação de minhas pesquisas em reabilitação.


2. Quem foram os pioneiros a pesquisar o exoesqueleto no Brasil?

No Brasil o estudo de órteses de exoesqueleto tanto puramente mecânicas como as hibridas com processos e máquinas de reabilitação robotizadas são muito recentes. Quando comecei minhas pesquisas básicas no assunto em 2005, praticamente toda a literatura e pesquisa aplicada eram internacionais e, mesmo assim, muito pequena. Minhas primeiras experimentações em reabilitação datam de 2006, mas minha primeira conferência pública sobre o tema foi em Natal num Seminário Internacional de nanotecnologia em 2008. Mesmo a produção de órteses de baixa complexidade no Brasil é um campo muito modesto e recente até hoje ainda. As pesquisas em órteses complexas, amplamente interdisciplinares, são caras e de longo prazo foge muito a cultura disciplinar e de baixo enfoque inclusivo das pesquisas tecnológicas no Brasil. 
Existem projetos acadêmicos isolados no país e um projeto muito apoiado e em andamento no Brasil coordenado pelo Dr. Miguel Nicolelis. Trata-se de um projeto para tetraplégicos (vejam não é para paraplégicos) onde se está produzindo um exoesqueleto para a copa (ainda em 2014) comandado diretamente pelo “cérebro”. Miguel Nicolelis é Brasileiro, tem uma base de transferência de pesquisa no Brasil na cidade de Natal em Rio Grande do Norte, mas ele atua efetivamente nos Estados Unidos. Seu projeto é altamente complexo, mas altamente invasivo e que só será possível de ser realizado com apoio de pesquisas acumuladas feitas nos Estados Unidos com modelo animal (ratos, camundongos e primatas). Ele tem um grande apoio de financiadores públicos e privados e é uma iniciativa muito importante para a difusão dos estudos e pesquisas nesse campo. Até onde sabemos, seu projeto da copa será uma experiência com um jovem tetraplégico. Um grande desafio.
No entanto, defendo também que temos muito que caminhar antes de tentar restabelecer ligações diretas invasivas entre comandos cerebrais e máquinas. Sem querer desmerecer a importância dos processos de acoplamento cirúrgicos utilizados por Nicolelis, existe muito confusão dos cognitivistas de que estabelecermos comandos de sinais biológicos como se fossem comandos pelos pensamentos. Já desenvolvemos pesquisas e recursos tecnológicos para interagirmos com telas e objetos sem nenhuma invasividade, sem nenhuma intervenção cirúrgica e muito já pode ser feito nesse sentido. Uma porta que se abre com sensores de presença de calor, uma webcam que reconhece a face em quadrantes de pixels e operando as correntes eletrônicas por um material semicondutor em circuitos que registram as correntes elétricas permitindo comunicação direta entre células vivas de um corpo em symbios sensórios que operam máquinas e telas cada vez mais conectadas em múltiplas redes sem nenhum acoplamento cirúrgico.
Se pensarmos numa vaca amarela e tivermos conectado o cérebro numa maquina com sensoriamento invasivo (micromáquinas sensórias sofisticadas com seus programas eletroquímicos de identificação lógica de códigos sensórios) conseguiremos apenas localizar o lugar onde se ativa o pensamento-vaca, mas não teremos acesso para identificar a vaca imaginada e muito menos a cor amarela. Podemos identificar até mesmo que temos uma rede sensória ligada a fotos capazes de produzir sensações e imaginação de cores. Mas se continuar apenas correndo atrás apenas de conexões físicas que nos ajudam a identificar os microcircuitos físicos de interação das cores que procurando colonizar a imaginação e o conteúdo imaginante, só encontraremos efetivamente redes físicas de sinapses. Sinapses são apenas pequenos choques – sem toque físico entre células - para permitir abrir um canal de transmissão de substâncias químicas escravas da imaginação. Porém o inverso é verdadeiro. O pensamento é escravo da localização física da interação, mas a imaginação é como um pássaro forja ninhos e acontece no mundo voando.
Já treinei por décadas pacientes com lesões neurais que controlam um cursor de computador apenas com seus micros movimentos em sensoridade simbiótica. Isso já pode ser muito utilizado. Não se trata de controle por pensamentos, mas pelo corpo vivo. O pensamento, a imaginação é um subproduto da interação física, não uma matéria operante de coisas mecânicas.

3. Há previsão de quando as pessoas poderão usufruir dessa tecnologia?

No mundo, algumas pessoas já estão utilizando há décadas algumas poucas órteses que já são muito sofisticadas, mas em escala reduzida. Temos muitos desafios clínicos e tecnológicos ainda não completamente sanados para um uso em grande escala. Existem duas vertentes de uso de exoesqueletos. Uma para finalidades de enfrentamento de déficits de mobilidade motora, sobretudo, de lesões neurais e consequências do envelhecimento do corpo e a outra para amplificação de capacidade de força e mobilidade. A primeira, encontramos em pesquisas que visam a saúde e reabilitação, principalmente, de paraplégicos (membros inferiores), mas também de lesões que reduzem ou imobilizam os membros superiores, assistência a idosos e ao processo de envelhecimento e a segunda, de amplificação humana em estado de normalidade que é utilizada – quase sempre – para finalidades militares como o aumento da capacidade de força, carga e de enfrentar os limites da mobilidade humana de nosso corpo biológico.
 
4. Quem poderá usar o exoesqueleto tecnológico?

Depende do projeto. Os atuais projetos robóticos no mundo são para uma escala muito reduzida de pessoas. No Japão pesquisas de exoesqueleto da Honda estão cada vez mais focadas nos idosos. Não devemos esquecer que caminhamos para ter na primeira vez na história da humanidade uma civilização majoritária de vovôs e vovós que sofrerão dos limites de nossa natureza corporal biológica. Existe uma imensa família de possibilidades de usos de exoesqueleto para finalidades de qualidade de vida e acessibilidade. Por exemplo, os paraplégicos que não podem movimentar os membros inferiores tem uma taxa média de vida reduzida diante de uma pessoa que não sofre de mobilidade reduzida. Viver é atividade em fluxo corpóreo. Parar de usar um órgão é altamente danoso para a vida dos tecidos e de sua funcionalidade. A melhor forma de evitar ou retardar os problemas associados à falta de movimentação muscular é a reabilitação e se ela puder ser realizada em bases amplamente interdisciplinar, melhor ainda. A questão aqui é quando isso vai acontecer massivamente? Vou dar um exemplo. As limitações de uma sofisticada órtese eletrônica, por exemplo, é a mesma de uma cadeira de rodas motorizadas e dos veículos elétricos que estão sendo produzidos. O problema da carga e recarga. Quando Henry Ford nos brindou na primeira metade de século passado com a linha de montagem veicular produzindo o acesso ampliado ao mercado dos automóveis e um massivo mercado interno de consumo ele também nos induziu a opção de massificação da energia por combustão (esse foi um grande estrago). A pesquisa de energia e baterias elétricas que estavam no mesmo patamar naquele momento ficou congelada e colonizada para dar apenas um pequeno apoio a energia de combustão. Vejam que as baterias dos automóveis não desenvolveram praticamente quase nada durante décadas e servem apenas para apoio a energia de combustão. Hoje apesar de o petróleo estar em tudo, ainda bem, ainda o associamos apenas ao consumo de energia de combustão. Recentemente estamos acordando para soluções de estoque e realimentação de cargas alternativas em base de energias alternativas a combustão, mas podemos muito tempo e estamos sofrendo a consequência disso. Todos os setores industriais sofrem e a solução que envolve assistência à energia biológica (como é o caso do exoesqueleto) não foge a regra. Existem modelos militares de exoesqueleto que já permitem – dependendo do uso – de seis horas de autonomia. Também temos muito que evoluir nos motores e redutores. 

5. Como é a pesquisa do senhor sobre o assunto?

Venho de uma formação inicialmente humana (sociologia clínica). Minha abordagem de pesquisa que realizo com o apoio da Ortobras (uma fábrica que atua há mais de quarenta anos em acessibilidade) é amplamente interdisciplinar. Aplico uma abordagem que eu denomino simbiogênica, de simbiose. Um symbios entre o corpo o cérebro e o ambiente onde nós acontecemos no mundo. Nosso foco são os cadeirantes paraplégicos que movimentam apenas os membros superiores e possuem bom controle de tronco.
Realizamos pesquisas ainda em formato experimental e de simulações. Interagimos com Universidades e Institutos. Analisamos as teses teóricas e os experimentos acadêmicos. Buscamos sempre parceria no conhecimento.  Nossas pesquisas e interesse em experimentações envolvem dimensões tecnológicas, mas também clínicas, neurológicas e sociais de reabilitação. Conseguimos que um paraplégico realizasse 512 (quinhentos e doze) passos sequenciais, com relativo apoio e assistência utilizando apenas uma órtese ativa, mas apenas mecânica e sem nenhuma lasca de silício. Temos realizado estudos de simulação sobre usos de robótica para verificar até que ponto o uso de motores pode não ser devidamente adequado e simulamos soluções de redução de consumo de energia tanto de oxigênio como de eletricidade. Começamos ambiciosos, pensando em dar adeus à cadeira de rodas. Agora com um pouco mais de um ano de pesquisa integrada junto com a fábrica estamos muito mais focados na reabilitação e no aumento da taxa de vida do cadeirante. O lema da Ortobras é: a vida não para e não temos de imediato uma pretensão de que o cadeirante vai rapidamente reandar normalmente de novo. A ciência ainda não domina toda a complexidade da caminhada humana no ambiente gravitacional. Por exemplo, uma abordagem meramente tecnológica e eletromecânica, pode ser muito eficaz para um mecanismo de apoio, mas clinicamente distante de uma reabilitação saudável. O mesmo vale para uma visão apenas clínica de neuroaprendizagem e de reabilitação que desconsidere as dimensões tecnológicas que já se encontram disponíveis. Nós acontecemos no mundo com o cérebro, o corpo e todo um ecossistema ambiental. É uma simbiose, um symbios. Não podemos desconsiderar essa complexidade. A visão tecnológica apenas é reducionista. A clínica isolada também.
Estamos avançando, mas não criamos ilusões. Também focamos em assistência e não em invasividade cirúrgica que tornaria o processo industrial ainda muito mais complexo e o financiamento inviável em médio prazo. Muito já poderia estar sendo feito para que o número de mortes possam diminuir drasticamente em decorrência dos problemas associados com a imobilidade.

6.Há pesquisas que pretendem utilizar o exoesqueleto para outras utilidades?

Como falei antes tanto para finalidades de reabilitação e inclusão com para finalidades militares – como as iniciativas da Agência de Projetos de Pesquisa Avançada de Defesa (mais conhecida pela sigla DARPA, do original Defense Advanced Research Projects Agency). Nós estamos pesquisando exoesqueleto como assistividade aos paraplégicos. Existem pesquisas de órteses para membros superiores e também temos grandes possibilidades para utilizarmos exoesqueleto como assistência a idosos diante do envelhecimento da população. A Honda no Japão tem um investimento muito grande em pesquisas de diferentes produtos de exoesqueleto para idosos. Não acredito muito no avanço de exoesqueleto para fins militares de guerra. A infantaria cada vez menos tem sentido diante dos avanços das tecnologias de sensoriamento de satélites de alta definição e de sofisticados armamentos operados a distância pelas pesquisas de artilharia. Vejo que num futuro não muito distante o mercado do envelhecimento – num sentido amplo – demandará em médio prazo muitos produtos envolvidos na família do exoesqueleto cada vez mais integrado a roupas também simbióticas assistivas e com um enfoque mais na saúde e na qualidade de vida. 


7. O que o motivou a pesquisar sobre exoesqueleto?

Minha trajetória de pesquisa é incomum. Venho da sociologia contemporânea e desde minha formação tive uma abordagem complexa e não disciplinar da pesquisa. Isso me levou ao isolamento disciplinar de um lado e a necessidade de abertura para o diálogo com diferentes áreas do saber de outro. No Brasil, a sociologia é fortemente marcada pela abordagem clássica do surgimento da sociedade industrial na Europa do Século XIX e com forte cunho ideológico e político (aqui com p minúsculo por que uma política do conhecimento também pode ser realizada amplamente com P maiúsculo). Tive que me deparar com temas e metodologias complexas e fragmentadas. Pesquisei e lecionei muito no campo da informática por mais de 10 anos de 1993 a 2004. Minha tese de doutorado foi em Metodologias Informacionais em 2004. Aos poucos fui me dando conta ao mesmo tempo da importância da informação computável, mas também (algo menos comum) dos limites da inteligência artificial e como ela seria um desastre se a inteligência humana fosse “totalmente” domesticada pela artificializada da lógica computável e o domínio da servidão absoluta das telas e displays no cotidiano. Hoje, infelizmente, vivemos muito da abordagem dos sistemas computáveis que também negativamente vem colonizando em demasia nossa mortal vida diária. 
Assim comecei a estudar o cérebro com apoio de colegas da neurociência e da reabilitação. Queria entender as diferenças entre o cérebro e as fantásticas máquinas cognitivas computáveis. E elas são radicais. Os primeiros informaticistas - que inventaram o computador - acreditavam que estavam imitando o cérebro humano com suas aceleradas máquinas cognitivas (computáveis). Fui cada vez mais me dando conta da distância que tinha os postulados da inteligência artificial e a complexidade da inteligência proveniente de nossa complexidade humana e social. Verifiquei que poderíamos ganhar muito mais se pudéssemos cooperar em simbiose entre o universo orgânico e inorgânico em vez de tentar substituir a complexidade humana pela artificialidade da inteligência computável. Assim, comecei a trabalhar em equipes interdisciplinares envolvendo casos de lesões neuronais severas. Mergulhei no estudo do cérebro e me encantei. Fiz um caminho diferente dos tradicionais na pesquisa onde se estuda o cérebro o depois se descobre a informática e se se encanta pela informática e suas derivações computáveis como a genética, a biotecnologia, a nanotecnologia, etc. Hoje vivemos sobre o império da cognição computável como os antigos viveram sobre o império da filosofia. O meu caminho foi outro. Tenho desenvolvido projetos, processos e produtos de reabilitação em base de tecnologia assistiva para casos de lesões severas envolvendo a área micro motora operada pelos lobos cerebrais e pelo sulco lateral (ou sulco de Sylvios) onde o uso da reabilitação com telas computáveis que tem ajudado muito na neuroaprendizagem e re-educação.
O meu envolvimento com o exoesqueleto começou em 2005 quando conheci um colega professor universitário paraplégico e comecei a me concentrar numa possível alternativa de experimentações e simulação de um exoesqueleto para cadeirantes. De lá para cá minhas atividades tem sido entre a pesquisa e a fábrica Ortobras que fica aqui no Rio Grande do Sul, numa pequena cidade de Barão e que tem dado um grande apoio para minhas pesquisas e projetos que envolvem - sempre que conseguimos - parcerias com Institutos Acadêmicos ou Universidades. Temos um conceito simbótico definido. Fizemos simulações em escala de bancada e experimentações clínicas provisórias e estamos na difícil busca de financiamento para montarmos um exoesqueleto para paraplégicos. Temos um longo caminho pela frente. 
A simbiogênese que desenvolvo em publicações e pesquisas é uma teoria social (desde grupo de células, moléculas, órgãos, corpo e ambiente em interações de redes de cooperação a longo prazo). As mediações de encapsulamento de máquinas, cérebro, corpo e ambiente são symbios (um fazer tudo junto) em cooperação de um longo agora. O cérebro não pode ser visto solitariamente e nem a tecnologia. Na reabilitação busco novos symbios entre corpo, cérebro, máquinas e ambiente.  Quando vemos um filme o cérebro mediado por symbios sensórios torna as imagens reais (sentimentos e expectativas se tornam consequência de mediações em symbios que para nós é real e não virtual). Não temos essa dualidade entre real e virtual na simbiogênese. Somos sempre uma rede social de imensas moléculas, bactérias amigas interagindo em nosso corpo e ambiente externo. O mesmo vale para as nossas interações com as máquinas sensórias, musculares e cognitivas (computacionais). Forjamos em evolução através de mediações em symbios. Aplico a simbiogênese na reabilitação e pratico uma sociologia mergulhada na complexidade entre atividades clínicas, sociais, de engenharia, de softwares, robótica e industriais o que exige muito diálogo e paciência para transitar entre os diferentes protocolos e saberes. Tento levar como referência a célebre lição de um pensador da complexidade Edgar Morin de tentar ligar saberes que estão disciplinarmente e ou funcionalmente desligados.  Esse tem sido meu principal desafio e meu caminho de aprendizagem.

SÍNTESE CURRÍCULO!

Dr. GILSON LIMA. Natural de Belo Horizonte – Minas Gerais. Doutor em sociologia com foco em metodologias informacionais. Pesquisador pós-graduação do CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Pesquisador junto a ORTOBRAS Comércio e Indústria LTDA em inovação e tecnologia – com atividades na área da interface entre corpo-cérebro-mente-máquina visando gerar novos produtos e processos de reabilitação e acessibilidade.
MEMBERSHIP & COORDENADOR REGIONAL do RESEARCH COMMITTEE CLINICAL SOCIOLOGY da ISA - International Sociological Association.
Contatos: E-mail: gilima@gmail.com


Curriculum Lattes COMPLETO: http://lattes.cnpq.br/7472045664213665

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

O CÉREBRO DO FUTURO

Dr. Gilson Lima.
Sociólogo Clínico (International Sociology Association – ISA) e cientista em reabilitação.
giliima@gmail.com


Os ‘baby boomers’ são uma geração de crianças humanas nascidas entre 1945 e 1965 na Europa - durante uma explosão populacional. Eu proponho considerar ‘baby boomers’ no Brasil uma classificação diferente. Seriam crianças nascidas entre 1964 e 1970 e consideraria muito menos a explosão populacional e muito mais a formação de toda essa geração forjada pela pedagogia da imagem televisiva.


São pessoas mais velhas que se queixam da ansiedade do computador e possuem medo dos perigos da Internet, não só para si, mas também para seus filhos e netos. Os doentes com transtorno obsessivo-compulsivo muitas vezes acham que, quando se envolvem com a tecnologia digital, quer se trata de e-mail, compras, ou jogos, eles não podem controlar seus impulsos. Os circuitos cerebrais e comportamentos desajustados dos vícios e compulsões de controle mostram uma considerável, sobreposição, mas ... o cérebro do futuro não será totalmente cibernético e tecnológico como imaginam os nativos digitais e nem totalmente orgânico e biológico como sonham os imigrantes digitais.

Nosso cérebro já é atualmente um symbios, uma simbiose entre circuitos orgânicos e interfaciamento de circuitos eletrônicos. No futuro, cada vez mais presente, em vez de colidir nossos circuitos neurais vão se adaptar melhor e se unir em simbioses cada vez mais intensas com os circuitos inorgânicos. O que chamo de borramento da fronteiras entre o universo orgânico e inorgânico, um symbios (que não precisam ser invasivos para ser intenso).

Os lobos frontais fragilizados dos Nativos Digitais – por causa do excesso estressante de interação com telas e fluxos de pixels  -constroem novos caminhos neurais a partir das interações cara-a-cara. No entanto, a cooperação, a aproximação simbiótica dos nativos digitais com os Imigrantes Digitais tecnologicamente ingênuos e vice versa vão melhorar as habilidades multitarefas de ambos enquanto aumentam sua exposição a jovens Nativos Digitais ao universo off-line e testa a testa.
A nova sociedade simbiótica preenche as lacunas do cérebro e o cérebro do futuro surgirá. Não será - apenas - esse cérebro do futuro experiente em tecnologia e pronto a tentar novas coisas, ele terá dominado a multitarefa e a concentração e afinado suas habilidades de comunicações verbais e não verbais. Ele saberá como se afirmar bem a lógica, mas também como expressar empatia. Terá excelentes habilidades pessoais e será capaz de nutrir sua própria criatividade.
Hoje nós podemos nos maravilhar com os extraordinários avanços tecnológicos da era digital e como a revolução tecnológica alterou dramaticamente nossa cultura e vias neurais do nosso cérebro. Mas se os avanços tecnológicos continuarem na sua trajetória atual, o futuro próximo pode fazer os desenvolvimentos de hoje parecerem triviais, se não de alguma forma ultrapassados. O teclado e o mouse do computador podem ser lembrados como ferramentas brutas que causaram lesões irritantes nos pulsos e dedos enquanto nós entramos em uma era onde o cérebro do futuro controla diretamente os e-mails, pesquisas na Internet e os jogos através apenas do poder de microrítmos corporais. Pode-se imaginar um usuário do cérebro do futuro refletindo, “Lembra quando o Google era gratuito?” Afinal, uma vez o auxílio à lista já foi gratuito, bem como discar a operadora para um serviço de despertar.
Já desenvolvemos tecnologias para interagirmos com telas e objetos sem nenhuma invasividade, sem nenhuma intervenção cirúrgica. Uma porta que se abre com sensores de presença de calor, uma webcam que reconhece a face em quadrantes de pixels e operando as correntes eletrônicas por um material semicondutor em circuitos que registram as correntes elétricas permitindo comunicação direta entre células vivas de um corpo em symbios sensórios que operam máquinas e telas cada vez mais conectadas em múltiplas redes.
Como cientistas já recentemente treinamos pacientes neurais a controlar um cursor de computador apenas com seus micro movimentos em sensoridade. Não se trata de controle por pensamentos, mas pelo corpo vivo e corpóreo. O pensamento, a imaginação é um subproduto da interação física, não uma matéria operante de coisas físicas. Se pensarmos numa vaca amarela e tivermos conectado o cérebro numa maquina com sensoriamento invasivo (micromáquinas sensórias sofisticadas com seus programas de identificação lógica de códigos sensórios) conseguiremos apenas localizar o lugar onde se ativa o pensamento-vaca, mas não teremos acesso para identificar a vaca imaginada e muito menos a cor amarela. Podemos identificar até mesmo que temos uma rede sensória ligada a fotos capazes de produzir sensações e imaginação de cores. Mas se continuar apenas correndo atrás apenas de conexões físicas que nos ajudam a identificar os microcircuitos físicos de interação das cores que procurando colonizar a imaginação e o conteúdo imaginante, só encontraremos efetivamente redes físicas de sinapses. Sinapses são apenas pequenos choques – sem toque físico entre células - para permitir abrir um canal de transmissão de substâncias químicas escravas da imaginação. Porém o inverso é verdadeiro. O pensamento é escravo da localização física da interação, mas a imaginação é como um pássaro, forja ninhos e acontece no mundo voando.

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

O CÉREBRO-GAME: o império neuronal da informação como um jogo de sintetização binária da realidade

Dr. Gilson Lima. Pesquisador CNPQ-Ortobras. Cientista de Reabilitação.

Dia das crianças, natal, aniversários,... os jovens e seus novos presentes. Cada vez mais a meninada é inundada por jogos de telas. Alguns deles se tornarão jogadores crônicos que jogam entre 7-9 horas por dia e alguns deles desenvolverão uma espécie de cérebro-games uma dinâmica que consolida a ativação intensa dos processos de recompensa ao mesmo tempo em que desliga simetricamente ou deixa menos ativo os processos interativos de inteligência interpessoal - mesmo quando os usuários não estão jogando videogames - seus lobos frontais que são os responsáveis pela dinâmica das decisões complexas e pelo planejamento do futuro.
Fonte da imagem: https://www.google.com.br/search?q=lobo+frontal&rlz=1C2ASUT_enBR455&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ei=Nl9yUuroCovSkQeQrIGIAQ&sqi=2&ved=0CAcQ_AUoAQ&biw=1366&bih=597#facrc=_&imgdii=_&imgrc=mnYt5HZYAo3CRM%3A%3BUnz1yN8wWGoh7M%3Bhttp%253A%252F%252Fupload.wikimedia.org%252Fwikipedia%252Fcommons%252F5%252F54%252FFrontal_lobe_animation.gif%3Bhttp%253A%252F%252Fpt.wikipedia.org%252Fwiki%252FLobo_frontal%3B300%3B300

Os jogadores de tela - como em todas as atividades de alta concentração - tendem a se envolver em seu jogo, esquecendo ou ignorando o que mais está acontecendo ao seu redor. O aumento da excitação física e psicológica do jogador freqüentemente deixa-os se sentirem tensos e irritáveis. Já foi descoberto que jogar vídeo game pode aumentar a pressão arterial e freqüência cardíaca e agita o sistema nervoso autônomo, acionando mensageiros químicos relacionados ao estresse, como a adrenalina, geralmente liberados pelas glândulas supra-renais em resposta ao perigo. Assim, os jogadores crônicos podem ter consequências negativas para o corpo, e consequentemente, para o cérebro e o comportamento em geral.


Se um leão entrasse em nossa casa pela porta dos fundos em uma peça onde estamos uma cópia rudimentar a preto e branco da imagem do leão na nossa retina chegaria em menos de 200 milissegundos à amígdala, que responde com a elevação da tensão arterial, da pulsação e da tensão muscular, muito antes que a zona da cor do nosso córtex cerebral tenha podido elaborar uma imagem nítida (em tom de amarelo-bege, castanho). Entretanto já teríamos corrido para a porta certa! (Quem não dominar rapidamente este mapa de imput-output não ficará para contar a história às gerações seguintes!).
A palavra estresse, na verdade, caracteriza um mecanismo fisiológico do organismo sem o qual nós, nem os outros animais, teríamos sobrevivido. Se nosso antepassado das cavernas não reagisse imediatamente, ao se deparar com uma fera faminta, não teria deixado descendentes. Nós existimos porque nossos ancestrais se estressavam, isto é, liberavam uma série de mediadores químicos (o mais popular é a adrenalina), que provocavam reações fisiológicas para que, diante do perigo, enfrentassem a fera ou fugissem.

É pela ação de rápidos processos bioquímicos que, num momento de pavor, os pelos ficam eriçados (diante do cão ameaçador, o gato fica com os pelos em pé para dar impressão de que é maior), o batimento cardíaco e a pressão arterial aumentam, o sangue é desviado do aparelho digestivo e da pele, por exemplo, para os músculos que precisam estar fortalecidos para o combate ou para a fuga. Vencido o desafio, vem a fase do pós-estresse. Quem já passou por um susto grande sabe que depois as pernas ficam trêmulas e, às vezes, andar é impraticável.

Estresse é um termo que se vulgarizou nos últimos tempos.
O estresse é uma dinâmica positiva de nossa evolução. Graças a ele conseguimos sobreviver diante dos predadores e ações que colocam em risco nossas vidas. No entanto, o estresse do mundo atual é muito diferente do que existia no passado.

Tudo parece rápido e automático, somos mesmos e muito produto do inconsciente. É importante que saibamos que mesmo os processos bioquímicos rápidos das atividades estressantes - ainda sim - são muito lentos perto da velocidade da energia elétrica que alimenta as interações das telas.

Vejamos um exemplo: O neurônio (células da informação cerebral) operam na escala de tempo dos milissegundos, isto é, geralmente são necessários alguns milissegundos para que um neurônio dispare para que um sinal nervoso viaje ao longo de seu axônio e para que o sistema se reacomode a fim de disparar novamente. Por outro lado, um transistor das máquinas e telas cibernéticas comum como o que está presente em seu computador pessoal pode ser ligado e desligado em um bilionésimo de segundo (isto é, um milhão de vezes mais rápido do que os neurônios), e os modelos experimentais podem ser ligados e desligados mil vezes mais rápido do que isso.
Essa questão de milissegundos e bilionésimos de segundo pode não o impressionar muito e pode ser algo meramente trivial. Imagine o seguinte para entender a diferença de uma ação ser um milhão de vezes mais rápida do que outra. Pense que você realizaria uma dada tarefa em um dia, e uma outra pessoa precisasse de um milhão de vezes mais dias para realizá-la. Você se tivesse começado a tarefa há 24 horas estaria terminando exatamente agora. Para que a pessoa mais lenta estivesse terminando a tarefa no mesmo tempo teria de ter começado a tarefa por volta de 780 a.C. Essa é a diferença de velocidade entre um transistor comum e um neurônio.

Voltemos aos jovens jogadores de telas. Os videogames se tornaram tão populares que estão se tornando um esporte de espectadores em algumas partes do mundo. Atletas cibernéticos competem diante de multidões de cem mil ou mais na Coréia do Sul e em outros lugares em torneios de videogame.
Em estudos na Nihon University de Tóquio, Professor Akio Mori encontrou evidências de que os videogames parecem suprimir a atividade do lobo frontal. Seu grupo mostrou que os adolescentes que passam mais tempo a jogando videogames, menos tempo utilizam áreas-chave das partes dianteiras de seus cérebros. Temos então uma dinâmica automática que essencialmente desliga os lobos frontais, mesmo quando as crianças não estão jogando videogames.
Essa descoberta tem uma implicação vital no processo de aprendizagem e de vida da inteligência humana. Tudo passa a ser tempo real e todo tipo de interação (humana e no ecossistema em geral) se converte – para esses usuários autômatos - em disputas e competições. 
O professor Ryuta Kawashima e seus colegas na Universidade Tohoku, no Japão, descobriram que quando as crianças jogam videogames, seus cérebros não usam circuitos do lobo frontal, mas sim usam uma região do cérebro que controla a visão limitada e movimento. Isto está em nítido contraste com o que eles encontraram, quando as crianças realizaram simples exercícios de matemática mundanos. Quando os voluntários do estudo fizeram cálculos de adição com um dígito, os seus cérebros recrutaram os neurônios de uma área do cérebro muito mais ampla, envolvendo os lobos frontais, regiões que controlam o impulso de aprendizagem de controle, memória, emoção e até mesmo controle dos impulsos.
Nativos digitais constituem o principal mercado para videogames: mais de 90 por cento de todas as crianças e adolescentes do mundo  jogam estes jogos. Segundo estimativas recentes o estereótipo de um ciber-geek de 15 anos jogando por horas em seu quarto persistir, a média de idade dos jogadores subiu para 30 anos. Os jogadores mais jovens, no entanto, são aqueles cujos cérebros são mais sensíveis ao jogo extenso e, em média, essas crianças e adolescentes estão jogando meia hora ou mais a cada dia.
Pesquisas anteriores já haviam mostrado que extensos videogames tornam as crianças mais agressivas e as insensibilizam frente a atos de violência que veem em outros lugares. No entanto, investigações recentes sugerem que a intensidade gráfica e de imagens violentas de um jogo e não só a quantidade de conteúdo violento, podem ter ainda um efeito maior sobre o funcionamento do cérebro e o comportamento agressivo.
Em minhas pesquisas com pessoas com lesões neuronais severas utilizo muito o computador e telas, mas sempre indicando limites diários de uso. O potencial das tecnologias digitais para reabilitação corporal e mental é imensa. 
A indústria dos videogames – como a mídia em geral- ainda de modo muito lento estão começando a reverter seus dispositivos de estímulos a violência tentam colocar menos ênfase na violência e destruição e se concentram mais em metas e estratégias complexas. Aprendemos por espelhamentos e estes ambientes virtuais intrincados também geram um impacto significativo sobre o cérebro de um jovem na região lobo-frontal que requer um maior desenvolvimento durante a adolescência para que o pensamento abstrato e habilidades de planejamento se formem.

IMIGRANTES DIGITAIS

Enquanto Nativos Digitais permanecem conectados no ciberespaço e em vídeo games, os Imigrantes Digitais gastam um tempo consideravelmente menor expostos a este tipo de nova tecnologia nova. Eles cresceram em uma época menos frenética, e a revolução digital atual ocorreu após seus anos de formação. Muitas crianças nascidas durante uma explosão populacional lembram que tinham apenas uma televisão em casa, e talvez nem mesmo uma televisão colorida. Algumas dessas crianças acham fácil de adaptar a nova tecnologia, eles conseguem fazer compras online, comunicar-se por e-mail e usar telefones celulares, mas todas essas coisas eles aprenderam com os adultos, depois que seu cérebro estava mais formado.
Embora estes imigrantes estejam se ajustando a era digital, a sua abordagem difere muito da dos nativos digitais. O típico cérebro de um Imigrante foi treinado de maneiras completamente diferentes de socialização e de aprendizagem e realizam uma tarefa de cada vez. Imigrantes aprendem mais metodicamente e tendem a executar tarefas mais precisamente. Eles estão sendo forçados a prender uma nova linguagem digital – um desafio diferente do que os imigrantes que chegam de outros países e não falam a língua nativa enfrentam. Aprender qualquer língua na idade adulta requer a utilização de partes diferentes do cérebro do que aquelas que são utilizadas para aprender uma língua logo cedo.
Apesar de lentos somos portadores de uma inteligência lenta, mas muito complexa. Sabemos que o cérebro pode trabalhar muito rápido em algumas tarefas. Aqui está uma demonstração: levante sua cabeça e olhe ao redor, depois a incline. Ao fazer isso, a imagem visual que você tem do mundo permanece vertical - ela não se inclina como sua cabeça.
Esta operação simples é tão "automática" que é fácil perder de vista o fato de que ela constitui um desafio computacional enorme - apenas muito recentemente as máquinas mais modernas têm sido capazes de executá-la em tempo real. Isso porque a maneira tradicional de um computador analisar uma imagem é bem diferente da maneira como o cérebro humano faz.
O neurônio pode ser visto como uma chave interruptora que pode como um transistor está ligado ou desligado. Entretanto, essa analogia não resiste a um exame mais rigoroso. Um aspecto mais importante da natureza química do cérebro é que ele está ligado ao segundo principal modo de comunicação do corpo - o sistema endócrino. O cérebro, na verdade, está em um banho sempre em mudança de substâncias químicas, aquelas criadas no interior do próprio cérebro e as produzidas em outras partes do corpo.
Então imagine meus caros o que faz uma intensa atividade de interação em telas eletrônicas. Somos lentos e incapazes de tomar decisões profundas além da rápida dinâmica entre clicar e não clicar. Isso é muito pouco para uma inteligência capacidade em produzir hermenêuticas de profundidade.

sábado, 12 de outubro de 2013

Matemáticos revelam rede de riqueza que domina o mundo

"REPLICANDO" - Da New Scientist - 22/10/2011
 Gilson Lima. 
O gráfico - imagem - abaixo mostra as interconexões entre o grupo de 1.318 empresas transnacionais que formam o núcleo da economia mundial. O tamanho de cada ponto representa o tamanho da receita de cada uma.
 Menos de 1% das companhias controla 40% da rede inteira.  Esse super-centro de atividade da rede não é necessariamente o resultado de uma conspiração.
A questão real, colocam eles, é saber se esse núcleo global de poder econômico pode exercer um poder político centralizado intencionalmente.
A suspeita é que as empresas podem até "competir" entre si no mercado, mas agem em conjunto no interesse comum - e um dos maiores interesses seria resistir a mudanças na própria rede. Isso talvez seja o segredo. Uma cooperação orgânica de longo prazo em consolidação. Que poder político mundial está em constituição? Um projeto de um sistema civilizatório além de seus próprios interesses egocêntricos está em constituição? Isso será definitivo para o futuro a longo prazo dessa própria rede e nós. Ou seja, os outros nós da rede. 

Além das ideologias


Conforme os protestos contra a centralização da riqueza na rede mundial se espalha pelo mundo, os manifestantes vão ganhando novos argumentos.
Uma análise das relações entre 43.000 empresas transnacionais concluiu que um pequeno número delas - sobretudo bancos - tem um poder desproporcionalmente elevado sobre a economia global.
A conclusão é de três pesquisadores da área de sistemas complexos do Instituto Federal de  Tecnologia de Lausanne, na Suíça.

Brasil precisa da Engenharia de Sistemas Complexos

Este é o primeiro estudo que vai além das ideologias e identifica empiricamente essa rede de poder global.

"A realidade é complexa demais, nós temos que ir além dos dogmas, sejam eles das teorias da conspiração ou do livre mercado," afirmou James Glattfelder, um dos autores do trabalho. "Nossa análise é baseada na realidade."

Rede de controle econômico mundial

A análise usa a mesma matemática das redes empregada há décadas para criar modelos dos sistemas naturais e para a construção de simuladores  dos mais diversos tipos. Agora ela foi usada para estudar dados corporativos disponíveis mundialmente.
O resultado é um mapa que traça a rede de controle entre as grandes empresas transnacionais em nível global.
Estudos anteriores já haviam identificado que algumas poucas empresas controlam grandes porções da economia, mas esses estudos incluíam um número limitado de empresas e não levavam em conta os controles indiretos de propriedade, não podendo, portanto, ser usados para dizer como a rede de controle econômico poderia afetar a economia mundial - tornando-a mais ou menos instável, por exemplo.
O novo estudo pode falar sobre isso com a autoridade de quem analisou uma base de dados com 37 milhões de empresas e investidores.
A análise identificou 43.060 grandes empresas transnacionais e traçou as conexões de controle acionário entre elas, construindo um modelo de poder econômico em escala mundial.

Poder econômico mundial

Refinando ainda mais os dados, o modelo final revelou um núcleo central de 1.318 grandes empresas com laços com duas ou mais outras empresas - na média, cada uma delas tem 20 conexões com outras empresas.
Mais do que isso, embora este núcleo central de poder econômico concentre apenas 20% das receitas globais de venda, as 1.318 empresas em conjunto detêm a maioria das ações das principais empresas do mundo - as chamadas blue chips nos mercados de ações.
Em outras palavras, elas detêm um controle sobre a economia real que atinge 60% de todas as vendas realizadas no mundo todo.
E isso não é tudo.

Super-entidade econômica

Quando os cientistas desfizeram o emaranhado dessa rede de propriedades cruzadas, eles identificaram uma "super-entidade" de 147 empresas intimamente inter-relacionadas que controla 40% da riqueza total daquele primeiro núcleo central de 1.318 empresas.
"Na verdade, menos de 1% das companhias controla 40% da rede inteira," diz Glattfelder.
E a maioria delas são bancos.
Os pesquisadores afirmam em seu estudo que a concentração de poder em si não é boa e nem ruim, mas essa interconexão pode ser.
Como o mundo viu durante a crise de 2008, essas redes são muito instáveis: basta que um dos nós tenha um problema sério para que o problema se propague automaticamente por toda a rede, levando consigo a economia mundial como um todo.
Eles ponderam, contudo, que essa super-entidade pode não ser o resultado de uma conspiração - 147 empresas seria um número grande demais para sustentar um conluio qualquer.
A questão real, colocam eles, é saber se esse núcleo global de poder econômico pode exercer um poder político centralizado intencionalmente.
Eles suspeitam que as empresas podem até competir entre si no mercado, mas agem em conjunto no interesse comum - e um dos maiores interesses seria resistir a mudanças na própria rede.

As 50 primeiras das 147 empresas transnacionais super conectadas

1. Barclays plc
2. Capital Group Companies Inc
3. FMR Corporation
4. AXA
5. State Street Corporation
6. JP Morgan Chase & Co
7. Legal & General Group plc
8. Vanguard Group Inc
9. UBS AG
10. Merrill Lynch & Co Inc
11. Wellington Management Co LLP
12. Deutsche Bank AG
13. Franklin Resources Inc
14. Credit Suisse Group
15. Walton Enterprises LLC
16. Bank of New York Mellon Corp
17. Natixis
18. Goldman Sachs Group Inc
19. T Rowe Price Group Inc
20. Legg Mason Inc
21. Morgan Stanley
22. Mitsubishi UFJ Financial Group Inc
23. Northern Trust Corporation
24. Société Générale
25. Bank of America Corporation
26. Lloyds TSB Group plc
27. Invesco plc
28. Allianz SE 29. TIAA
29. Old Mutual Public Limited Company
30. Aviva plc
31. Schroders plc
32. Dodge & Cox
33. Lehman Brothers Holdings Inc*
34. Sun Life Financial Inc
35. Standard Life plc
36. CNCE
37. Nomura Holdings Inc
38. The Depository Trust Company
39. Massachusetts Mutual Life Insurance
40. ING Groep NV
41. Brandes Investment Partners LP
42. Unicredito Italiano SPA
43. Deposit Insurance Corporation of Japan
44. Vereniging Aegon
45. BNP Paribas
46. Affiliated Managers Group Inc
47. Resona Holdings Inc
48. Capital Group International Inc
49. China Petrochemical Group Company

Bibliografia:
The network of global corporate control Stefania Vitali, James B. Glattfelder, Stefano Battiston
arXiv 19 Sep 2011
http://arxiv.org/abs/1107.5728

sábado, 5 de outubro de 2013

FESTINA LENTE – apressa-te lentamente

Dr. Gilson Lima
Cientista em Reabilitação. Pesquisador de Acessibilidade CNPQ-Ortobras. gilima@gmail.com


 A nova geração de nativos digitais cresceu imersa em tecnologia que continuamente se torna mais poderosa e compacta, literalmente, o ciberespaço em seus bolsos. Eles processam multitarefa e paralelo com facilidade e seu acesso à estimulação visual e auditiva programou seus cérebros a desejar gratificação instantânea. Neurocientistas na Universidade de Princeton descobriram que nosso cérebro usa diferentes regiões para equilibrar recompensas de curto prazo e de longo prazo. Quando tomamos decisões que instantaneamente gratificam as nossas necessidades, o centro emocional do cérebro no sistema límbico assume. Mas essas regiões têm dificuldade de pensar para o futuro e os circuitos neurais nos centros lógicos do cérebro no lóbulo frontal e córtex parietal são necessários para nos tirar do estressado estado permanente de recompensa.
O bombardeio de estimulação digital em mentes em desenvolvimento os ensinou a responder mais rapidamente, mas eles codificam a informação de maneira diferente da mente dos mais velhos. Nativos digitais tendem a ter menor atenção, especialmente quando confrontada com as formas tradicionais de aprendizagem. Esta jovem geração high-tech realiza mais de uma tarefa ao mesmo tempo constantemente, baixando músicas para seus celulares, Smartphones, iPods e enviando mensagens instantâneas para seus amigos enquanto fazem o dever de casa. Seus jovens cérebros em desenvolvimento são muito mais sensíveis à entrada do meio ambiente do que os cérebros mais maduros. Ironicamente, são as mentes mais jovens que não apenas são as mais vulneráveis à influência alteradora de cérebros como também é a mais exposta a ela de modo menos consciente, mas ativa.
Pesquisas apontam que os jovens estão gastando mais e mais tempo e expondo seus cérebros para todas as formas de novas mídias. Um estudo de 2005, da Kaiser Fundation e universidade de Stanford, com mais de duas mil crianças e adolescentes com idade entre 8 e 18 anos descobriu que as exposições diárias totais de mídia haviam aumentado ao longo dos últimos cinco anos, de 7 horas e 29 minutos para 8 horas e 33 minutos. Hoje adolescentes estão gastando mais tempo online do que uma jornada completa de trabalho de oito horas por dia expondo seu cérebro à tecnologia digital. Por gastar tanto tempo olhando e interagindo a-simbioticamente com uma tela de computador ou de televisão, estes jovens não estão solidificando de modo complexo as vias neurais que seus cérebros precisam para desenvolver tradicionais habilidades de comunicação face a face e o uso indiscriminado da Web reduz a hermenêutica de profundidade e sua realização acadêmica e interfere com suas vidas sociais. Cada hora a mais de tela sedentária por dia - modelada apenas pela recompensa - aumenta o peso e também adoece.
Festina Lente então. Apressa-te, mas lentamente.

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Google Glass é a invenção do ano, segundo revista Time. Será?

Modéstia a parte discordo totalmente da revista Time e de vários tecnólogos entusiastas do Google Glass.
Dr. Gilson Lima
Cientista em Reabilitação e Pesquisador de Acessibilidade CNPQ-Ortobras.
gilima@gmail.com

A Google é uma fábrica de invenções ninguém pode negar. Uma referência de pesquisa em inovação também. Porém os óculos do Google (Google Glass ) vai numa direção contrária a minhas abordagens simbióticas. Azar meu. Talvez ele até pegue ou estoure no mercado de consumo e novos hábitos. Acho difícil, mas tem tanta coisa de alta complexidade tecnológica que nos faz regredir que esse seria apenas mais um caso.
Na minha perspectiva o Google Glass é um exemplo de como uma tecnologia de ponta pode nos tornar também piores do que somos.
Temos uma complexa rede neuronal e comportamental da visão. Vemos o mundo colorido e em três dimensões em tempo real. Para isso acontecer, no complexo processo de migração e formação celular desde a nossa fecundação tem um determinado momento e num determinado tempo (janela de oportunidade) que conseguimos definitivamente ver tudo em nossa volta como uma coisa só - mesmo tendo dois olhos.
Unificamos o mundo. Nosso cérebro é altamente adaptativo, mas tem seus limites - é claro. A retomada em uma nova dualidade simétrica da visão é um avanço ou retrocesso? Nossa inteligência mais complexa é intuitiva e não neuronal-informacional (o que as novas pesquisas e análises estão revelando e bem ao contrário do que as grandes corporações do digito binário nos impõe). Nossa inteligência é inconsciente, analógica e ao que tudo indica o papel da informação computada é mais primário do que imaginávamos. Imagine agora voltarmos a ter um mundo digital e dual no olhar? Um olho vital orgânico e outro inorgânico e processando informações da rede em dígitos binários do universo da informática. Nossa intensidade focal de energia não é assimétrica. Quando focamos intensamente algo seria (como um ponto de cada vez intensamente focado). Concentrar intensamente em algo focal é desacelerar a atenção de outro.  
Qual o caminho do Google Glass uma cooperação ampliada ou um retrocesso? Acredito que é um retrocesso. Somos complexos demais para sermos duais na visão. Ganhamos a unificação da visão e perderemos novamente. É um retorno da evolução conquistada pelos nossos antepassados. Nesse caso, digo novamente, nesse caso, para mim a tecnologia digital é um atraso.
Preferia que o Google fizesse uns óculos que potencializasse nossa escala de visão microscópica e ou macroscópica (micro e macro), mas unificada e sem danos de nossas conquistas orgânicas. Imaginem que um Condor andino pode ver um peixe dentro do mar voando a quase dois mil metros. Um óculos desse em cooperação com nossa unicidade visional ajudaria bastante.

Vamos lá. Ainda bem que a fábrica de invenções do Google tem muitas novidades que vão nos ajudar muito como é o caso do projeto "Loon", que pretende revolucionar o acesso global a Internet móvel por meio de balões de ar quente que flutuarão a 20 km do solo (na estratosfera). Porém o Google Glass não me parece ser uma delas. Imagine então você conversando com um usuário desses e ele conectado em tempo real podendo gravar sem sua autorização o que acontece ao seu redor. Precisaria algo em neon dizendo: cuidado você está sendo filmado. Seria realmente algo muito chato de conviver com esses usuários.

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Inaccuracies of the current vice president and chief evangelist Goggle Vinto Gray Cert

Inverdades do atual vice-presidente e evangelista chefe do Goggle Vinto Gray Cert

Dr. Gilson Lima
Pesquisador de Acessibilidade CNPQ-Ortobras.
gilima@gmail.com

Em entrevista recente Vinto Gray CERF (vice-Presidente Goggle) com seus 70 anos de estrada e muitas contribuições inegáveis para o universo da tecnologia digital é, claramente, um matemático criativo da velha escola de Stanford (a mesma dos criadores do google), mas infelizmente o google o apresenta equivocadamente como como o criador do protocolo que permitiu a invenção da Internet.
Segundo – eles- além de afirmarem que o protocolo IP foi criado em 1974 por Cerf, também afirmam Nessa mesma entrevista afirmam que ele foi essa invenção que permitiu a invenção da Internet. 
Entrevista: Revista INFO - Exame. Setembro 2013. Página 22-24. A wikipedia o apresenta como um dos pais da Internet. Qualidades individuais a parte de Cert isso é realmente um exagero.

Vinto Gray CERF
Primeiro: O TCP-IP não foi criado em 1974. A Internet começou a nascer na década de 60, muito antes disso, no auge da Guerra Fria, quando o Departamento de Defesa americano imaginou uma maneira de proteger o sistema de comunicações em caso de ataque nuclear soviético, pois as estações de rádio, de televisão e telefônicas são os primeiros alvos de um bombardeio. Em 1964, um pesquisador chamado Paul Baran projetou uma rede de computadores que não tinha uma central de controle de informações. A rede continuaria funcionando mesmo se algumas de suas partes fossem atingidas. As mensagens eram divididas em pacotes e enviadas em partes, para aumentar a segurança. No entanto, em 1969 o TCP/IP foi desenvolvido no U.S. Departament of Defense Advanced Research Projects Agency como um recurso para um projeto experimental chamado de ARPANET (Advanced Research Project Agency Network) para preencher a necessidade de comunicação entre uma grande quantidade de sistemas de computadores e várias organizações militares dispersas. O objetivo do projeto era disponibilizar links (vínculos) de comunicação com alta velocidade, utilizando redes de comutação de pacotes. O protocolo deveria ser capaz de identificar e encontrar a melhor rota possível entre dois sites(locais), além de ser capaz de procurar rotas alternativas para chegar ao destino, caso qualquer uma das rotas tivesse sido destruída. 

Tim Berners-Lee
Segundo: a base para a Internet  ser essa ampla rede mundial - e até mesmo para o Google existir -   não foi apenas o protocolo TCP-IP, mas a fantástica cultura da Interface para amadores a WWW criada por Tim Berners-Lee.  O pântano da Internet, com suas páginas negras tomadas por caracteres e instruções numéricas complicadas, começou a virar um jardim colorido acessado por clicks de mouses e links quando Tim Berners-Lee, esse criativo pesquisador do CERN (Centro Europeu de Pesquisa Nuclear), cansou-se de ter que acessar um computador diferente cada vez que usava um dos serviços da Internet. Em 1989, ele criou um programa e integrava todos os sistemas em hipertexto (conjunto de textos separados, mas integrados logicamente), e o batizou de WWW (World Wide Web, ou teia mundial). Foi um grande passo. A “teia” deixou o ambiente mais bonito. Procurar informação na Internet ficou muito mais prático. Os programadores nunca pensaram muito em beleza e acessibilidade para uma amplo público amador na Internet antes da WWW e a teia mundial, mudou isso. Com programa e equipamento apropriados, você assiste a um show dos Stones ou vê fotos do espaço. A teia usa recursos de multimídia em hiperlink o surf eletrônico. 

domingo, 29 de setembro de 2013

A FORÇA DE TRABALHO GRISALHA

Gilson Lima. Doutor CNPQ-UNISC, cientista em reabilitação e pesquisador em acessibilidade- Ortobras.


Graças aos avanços médicos, pessoas estão vivendo muito mais agora do que antes. Nos Estados Unidos atualmente, quase 80 milhões de pessoas têm no mínimo 50 anos.  O envelhecimento da geração baby boomer e sua tendência de adiar a aposentadoria está levando a um significante engrisalhamento da força de trabalho. Conforme o jovens Nativos Digitais entram e se tornam a maior parte da força de trabalho, esse grande número de boomers que permanecem trabalhando encontram pressões para acompanhar as habilidades tecnológicas superiores de seus colegas mais jovens. É preciso mencionar, no entanto, que os jovens Nativos Digitais precisam aprender as habilidades sociais que vêm mais naturalmente a seus companheiros mais velhos.
As diferenças das interconexões cerebrais e experiências dos Nativos e Imigrantes contribuem para suas expectativas profissionais. Nativos esperam mudar de emprego diversas vezes durante suas carreiras. Claro, bem mais que os imigrantes fizeram em média. Muitos Imigrantes entraram para a força de trabalho esperando trabalhar para o mesmo empregador durante a vida toda. Não esqueçam que paciência é um combustível da sabedoria.
A maioria dos Imigrantes Digitais continuarão a se sobressair no dia a dia de seus locais de trabalho por causa de suas habilidades interpessoais e maiores experiências. O jovens dominam não só o uso do computador, mas também o uso da Internet e outros meios de comunicação digitais.  Nos Estados Unidos de três em cada quatro americanos frequentam a Web, mas adolescentes e adultos jovens constituem a maior proporção de usuários (90% dos jovens adultos estão conectados contra apenas um terço das pessoas com 65 anos de idade ou mais).
OK, mas um estudo encomendado pela Microsoft Corporation afirma que jovens são muito mais propensos a usar computadores do que idosos (mais de 80% das pessoas com até 20 anos usam computadores se comparadas com os menos de 30% das pessoas com mais de 75 anos). No entanto, os adultos mais velhos têm se esforçado para equilibrar os números. O estudo prevê que, dentro de uma década, duas vezes mais pessoas com idade entre 60 e 75 anos vão usar computadores.
Os jovens estão gastando mais e mais tempo na rede e expondo seus cérebros para todas as formas de novas mídias. Hoje adolescentes estão gastando mais tempo online do que uma jornada completa de trabalho de oito horas por dia expondo seu cérebro à tecnologia digital. Por gastar tanto tempo olhando para uma tela de computador ou de televisão, estes jovens não estão solidificando as vias neurais que seus cérebros precisam para desenvolver tradicionais habilidades de comunicação face-a-face.
Uma estimativa de 20% dessa geração mais jovem se encontram com critérios clínicos para o uso patológico da internet - eles estão online tanto que interfere negativamente com quase todos os outros aspectos de suas vidas. Seu uso excessivo da Web reduz a sua realização acadêmica e interfere com suas vidas sociais.
Aqueles experientes imigrantes digitais que puderem dominar ao menos uma nova tecnologia enquanto mantém suas habilidades interpessoais serão os líderes ou gerentes da força de trabalho do futuro. Não apenas esses empreendedores e profissionais sabem como fechar um negócio com o olho a longo prazo farão de forma eficiente e com uma nova tecnologia na ponta dos dedos.
Aquilo que parece o cúmulo do absurdo numa geração, muitas vezes torna-se a força da sabedoria de outra (Adlai Stevenson). Isso vale para todas as gerações não só para os nativos digitais.